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Branca de Neve corria tão rápido que mal respirava. Sabia que conhecia orapaz da floresta de algum lugar. E, da maneira como olhou para ela, tinha certezade que ele a havia reconhecido também. 

Mas como? 

Correu por entre as árvores segurando a adaga. Anna estava logo atrás dela.Branca de Neve podia ouvir pés batendo na terra. Reviveu a memória de tantosanos atrás. O garoto que havia escalado a macieira com ela, seu arco de brinquedopendurado nas costas. 

Era William! Tinha reconhecido traços dele no rosto do jovem. Eram os mesmos olhos cor de avelã, o mesmo sorriso. Finalmente se deu conta de que era ele. Ele estava vivo! Mas o que estava fazendo na aldeia? Como atinha encontrado?

Branca de Neve fez uma pausa e o ficou procurando na floresta. Anna e Lilyhaviam ficado para trás. Anna estava debruçada sobre o tronco de uma árvore,tirando um espinho do pé de Lily. A menina chorava. Atrás delas, Branca de Nevevia a destruição. O fogo havia se espalhado. A maioria das pala- fitas estava emchamas. Mulheres corriam por entre as árvores. Melva, uma das jovens, passousegurando o que havia sobrado de seus pertences. 

Em seguida, Branca de Neve viu Finn, que a olhava diretamente.

- Ali! - ele gritou para outro soldado. Gesticulou para que o mercenário acercasse. 

— Ali!— ele gritou para outro soldado. Gesticulou para que o mercenário acercasse.Branca de Neve saiu correndo, mas alguém a agarrou por trás. Cortou o arcom a adaga até que ouviu uma voz familiar. 

- Por aqui - disse o caçador. Apontou para um caminho estreito entre asárvores, que serpenteava para o alto da colina, a leste da Floresta Sombria. 

- Vamos! —Eric sibilou. 

- Temos de ajudá-las! — ela se soltou dele. O caçador as abandonou, masela não podia fazê-lo. Então, correu de volta e ajudou Anna a se levantar.

 Anna aempurrou.

— Vá — disse ela. Apontou para baixo. Finn estava muito perto. - Vá, já disse! 

Branca de Neve olhou para seus olhos e percebe u que ela estava falandosério. Um mercenário estava correndo por entre as árvores à esquerda. Finn estavase aproximando. Branca de Neve pegou a mão do caçador e ele a puxou pelosbosques, pelo caminho escuro, até a cena de horror desaparecer na vegetaçãodensa. 

Corriam por entre as árvores, quilômetros após quilômetros, circundando amargem de um gigantesco lago e depois em direção ao leste, onde a florestarareava. Quando o Sol apareceu, os sons da batalha estavam muito atrás deles.Branca de Neve parou, as pernas estavam muito cansadas para seguir. Então, seajoelhou na margem de um riacho raso. Suas mãos ainda estavam tremendo.Mergulhou-as na água fria, tirando o sangue seco de suas unhas. O cheiro defumaça estava impregnado nela . Ainda ouvia as mulheres gritando, embora afloresta estivesse calma e as aves, silenciosas. Olhou para o caçador e o odiounaquele instante. Ele as havia abandonado. Esgueirou-se na escuridão da noite e asabandonou. As mulheres estavam indefesas contra os homens de Finn. 

- Por que você voltou? - perguntou ela em pé, para olhar nos olhos dele.— Por quê? 

Eric cobriu o rosto com as mãos.

- Eu os levei lá — disse calmamente. Fora ele quem trouxe Branca de Nevepara a aldeia delas. Achava que os homens de Finn estavam mais longe, os julgouerroneamente. Então, quando subiu o morro, viu a primeira flecha voar. Sentiu ocheiro da fumaça de longe. — Eu sou o único culpado. — Sua garganta estavaapertada, era difícil pronunciar cada palavra. Nunca deveria tê-la deixado. Foiexatamente como havia sido com Sara. Fizera uma escolha e, quando voltou, já eratarde demais.

Branca de neve e o caçadorOnde histórias criam vida. Descubra agora