Capítulo 4

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Harry Pov

Estes dias andavam estranhos demais.

Eu continuava com as detenções com a Umbridge na sexta seguinte, já que aquela mulher incrivelmente horrível não se fartava de me torturar.
A ferida da minha mão ficou mais profunda, quando conseguisse cicatrizar ia ficar uma cicatriz bem marcada.

Mas claro, isso não era o mais estranho dos meus dias.

Malfoy era o mais estranho. Quando acabei a detenção lá estava ele novamente. Mas desta vez já tinha a poção da dor e ligaduras.

Sentámo-nos numa sala vazia.

- Hm... Malfoy?- chamei vendo-o cuidar da minha mão.

- Sim?- ele respondeu de volta.

- Porque é que me estás a ajudar?- perguntei com curiosidade. Afinal, ajudar pessoas não era normal para o Draco Malfoy.

- Também não sei Potter... Mas não posso deixar que fiques com a mão neste estado lastimável.- ele respondeu encolhendo os ombros.

Não respondi. Sim, aquilo era estranho... Mas não era um estranho mau por incrível que pareça.

Ele até era agradável.
Principalmente de boca calada.

- Lembra-me outra vez o porquê de não contares isto a ninguém?- ele pediu pondo os seus olhos azuis em mim.

- Porque não quero que ela perceba que me está a afetar.- respondi.

- Entendi... Entendi que é uma lógica completamente ridícula.

- Ridícula?- repeti sem entender.

- Sim. Ela fica a torturar-te desta maneira e tu em vez de dizeres a alguém, preferes ficar a magoar-te. Tu bem podias, atenção isto é só uma ideia... Sei lá...Hm, falar com o diretor que é quem tem o direito de a despedir?- disse o loiro como se fosse óbvio.

- Talvez... Mas é difícil. Eu não quero mostrar parte fraca ok? Isto acabará por parar vais ver.- garanti.

Mas honestamente estava a garantir mais para mim mesmo do que para ele.

- Como queiras.- ele respondeu ficando a olhar-me.

E então involuntariamente corei ao reparar que ele ainda segurava a minha mão apesar de já estar com o curativo feito.

- Ao menos podias contar à tua mãe.- insistiu Malfoy.

- Não, ela já me disse que odeia a Umbridge e o sentimento é recíproco. Até acho provável aquela mulher estar a fazer-me isto para atingir a minha mãe.- informei.- Isto acabará por parar.- repeti.

- Certo.

Ficamos em silêncio a olhar um para o outro. Pensei em desejar boa noite e ir embora, mas tinha uma pergunta na cabeça e tinha de a fazer.

- Malfoy?- chamei de novo

- Diz.

- Porque é que desde os nossos 11 anos que não largas do meu pé?- perguntei diretamente.

Ele não respondeu e hesitou.

- Bem... Não sei. Talvez isso seja uma resposta para outra altura. Já está tarde é melhor irmos.- ele diz mudando completamente de assunto.

- Está bem.- concordei sem insistir muito na pergunta. Talvez tivesse outra oportunidade para a fazer.

Aí Merlim.... Estávamos muito perto...
O que será esta sensação estranha?

A nossa história (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora