1. Bons tempos virão

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Sul do Colorado, EUA - 1872, séc.18


— Bom dia, Dakota! — disse Dasan, olhando para os lados, certamente procurando por Nayeli, sua filha.

— Bom dia! — Dakota respondeu, com um belo sorriso. Segurava a mãozinha de Aiyana.

Dasan olhou sorridente para a sobrinha. Sempre que a via, ficava feliz e achava graça por ela se parecer tanto com Nayeli.

— E como está a pequena Aiyana? Melhorou? — ele quis saber. A menina havia se machucado enquanto brincava há alguns dias atrás.

— Diga a ele como você está, pequena flor — disse Dakota

— Minha perna não está mais doendo, tio! — ela disse orgulhosa, balançando a mão de sua mãe — Mamãe disse que eu tenho que parar de pular sobre o pequeno rio, caso contrário me machucarei novamente... — ela disse, animadíssima. A criança não se deu ao trabalho nem de fingir que ia obedecer a mãe.

— E ela tem razão! Os peixinhos que vivem por lá podem se assustar se você cair no rio de novo! — ele deu risada

Ela adorava pular o rio, e assustar os peixes era o menor de seus problemas. Não que ela tivesse muitos.

— Nayeli disse que se eu correr antes de pular, conseguirei atravessar o rio em um único salto! Dessa vez vai dar certo! — ela disse, esperançosa.

Dasan a olhou, assustado. Ele não duvidava da sagacidade de Aiyana, mas ele conhecia sua filha o bastante para ter certeza de que Nayeli realmente tinha dito aquilo para ela.

— Não deve fazer o que Nayeli disse sobre hipótese alguma! — ele arregalou os olhos.

Dakota riu. Ela aparentemente era uma pessoa sorridente e amigável — e ela realmente era — mas ela tinha uma característica especial: sabia como dar um bom sermão nos outros, — especificamente em Nayeli, sua sobrinha — daqueles que se implora por desculpas somente para não ter que ouvir mais.

Aiyana olhou para os lados.

— Onde está Nayeli? — ela perguntou, obviamente

Aiyana era obcecada por Nayeli, mas não exatamente de um modo amoroso. A menina gostava de pregar peças e de vê-la irritada. Apenas uma criança sendo uma criança. Porém, ela também era doce e meiga. Embora ela metesse a prima em emboscadas às vezes, elas se adoravam.

— Eu também não sei. Vocês viram minha filha?

— E onde mais ela estaria? — Dakota arqueou a sobrancelha — Se esqueceu de quem está retornando?

Ela havia saído cedo da aldeia — talvez cedo até demais — montou em seu mustangue cor de terra, Chepi, e cavalgou em direção a sudeste. Jamais poderia esquecer a emoção e adrenalina que a consumiam. Os cabelos voavam livres como o vento, que batia em seu rosto e fazia com que ela se sentisse viva. As coisas finalmente voltariam ao "normal". Ela sabia perfeitamente por onde os guerreiros chegariam, então pensou ser uma boa ideia ir até a colina para recebê-los. A ansiedade fazia com que ela desse risada, era obrigada a lembrar de todos os momentos, reviver todos os momentos. Seu amigo, Kenai, finalmente retornava. Quando ele foi embora, ainda era um menino, mas agora era um homem, um homem que estava finalmente retornando para sua terra natal.

Conforme o tempo ia passando, mais pessoas da aldeia chegavam para poder recebê-los também, quase todos já estavam lá. As estimativas que conseguiram com uns comerciantes que cruzaram a fronteira indicavam que eles chegariam pela manhã, e Nayeli, ao saber, decidiu se antecipar. Após alguns minutos, seus olhos atentos captaram uma movimentação logo à frente. A poeira do trote dos cavalos, quase tão velozes quanto o vento, se levantava a alguns metros de distância. Nayeli se levantou rapidamente e abanou as mãos, alertando aos outros que estavam distraídos.

Ventania [NÃO FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora