5. Lírios e Sol

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O dia brilhava, nada igual ao sentimento que prevalecia entre eles ali presentes. O cheiro de incenso se espalhava, deixando um pouco mais leve as mentes envoltas em luto.

- O dia agora brilha, tal qual o sorriso dela brilhou em nossas vidas. Tal qual o perfume que nos rodeia agora, ela nos adocicou com suas palavras e ações, tornando sua passagem na Terra memorável para todos nós. É difícil pôr em palavras o sentimento que nos floresce agora. Mas o tempo nos vai ensinar a ser fortes e a superar a ausência de uma pessoa tão marcante quanto a Sayuri foi em nossas vidas.

Kirishima estava em silêncio, de cabeça baixa. Apenas ouvindo o que seu tio tinha a dizer sobre sua amada progenitora. Ouvindo. Não demonstrava qualquer reação se não a de um ouvinte. Não tinham muitas pessoas presentes,o funeral foi realizado às pressas e seu pai ainda se encontrava no hospital. Apenas seu tio (irmão de Sayuri), sua tia esposa dele, sua priminha e Bakugou estavam consigo. A prima não sabia exatamente o que fazia ali; sua tia apresentava um semblante pesaroso, ela e Sayuri eram realmente muito próximas, quase como irmãs; Bakugou estava ao lado do ruivo o acompanhando. Não sabia como ele se sentia e nem quaria saber, porém o apoiaria em tudo que o ruivo necessitasse.

Bakugou queria mais do que nunca agora se declarar para ele, mostrar que se importava e que gostaria de passar o resto de seus dias ao seu lado, na alegria e na tristeza.
Todavia em sua mente, ele tinha plena certeza de que a última coisa que Kirishima precisava nesse momento é de um monte de sentimentos confusos em cima dele. Ele já está sofrendo e não precisa de outro motivo para se sentir pressionado.

O funeral continuou e se deu início o enterro. Ao redor do caixão lacrado repousavam flores diversas. O lírio branco sobressaía entre tantos outros, não apenas por sua simbologia e graça, mas também pela finada carrega-lo em seu nome.

Ao final da cerimônia, Kirishima e Bakugou se separaram.

- Eu tenho que ir agora cara... Se... Precisar de qualquer coisa,QUALQUER COISA MESMO, pode falar comigo ok?

- Ok... Obrigado Bakugou! Obrigado por se importar comigo!

- Tsc, nós somos amigos não é?

- É... Amigos. Enfim, eu tenho que ir no hospital ver meu pai, eu te mando mensagem depois ok?

- Ok cabelo de merda, se cuida.

Mas o anormal disso é que o ruivo se despediu com um sorriso.

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QDT
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Naquela semana Kirishima não apareceu na escola. Os professores permitiram a sua ausência, porém ele nao teve paz. A sua mãe tinha muitas propriedades em seu nome como automóveis e imóveis, então o processo burocrático para fazer o inventário foi bem cansativo, a sorte é que o pai dele é advogado então já tinham noção do que precisavam e como funcionava.

Mas seu pai estava obviamente acabado, ele entregou o caso do homicídio de sua esposa para um amigo da agência cuidar, ele estava muito mal, quem visse ele três semanas atrás não o reconheceria agora. Ele não tinha condições de dar apoio emocional ao seu flho, contudo, Kirishima sempre esteve ao lado dele, sorrindo. Apoiando ele mesmo quebrado por dentro. Kazumi às vezes dava pequenos sorrisos à ele, isso fazia Kirishima se sentir um pouco melhor. Um pouco.

Quando o inventário estava caminhando para encerrar, Kirishima já era dono do Jeep Renegade da sua mãe. A casa seria sua quando completasse a maioridade. E também receberia a pensão de morte até os 21 anos, que equivalia à ¥ 58.248,00.

(=R$ 3.000,00 ou € 442,70)

Abriria mão de tudo isso em troca de ter sua mãe ao seu lado.

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Pequenas PétalasOnde histórias criam vida. Descubra agora