9. Sussurros Doces

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"Eu aceito essa loucura que é amar
Se você aceitar essa loucura que sou eu"

_Bruna Andreoli




Sabe aqueles momentos de felicidade, onde tudo que você deseja é usufruir desse sentimento para sempre?

Era assim que Eijirou se sentia.

Pois dentre todos os sentimentos conflitantes que o assombrava, ele encontrou refúgio nos braços daquele que amava.

 Não precisava desejar que o tempo parasse, pois aquele momento se repetiria mais do que ele é capaz de contar.

Estavam juntos finalmente.

As noites em claro que Eijirou passou chorando não eram mais solitárias.

O amor estava exposto em atos simples. As vezes que Katsuki sussurrou em seu ouvido "Relaxa, eu estou aqui com você. Você não vai ficar sozinho nunca mais." valeram mais que uma serenata na janela.

Katsuki não era bom em grandes atos de amor, gastou todo o seu romantismo naquela declaração, porém, sempre deixou claro todo o carinho e admiração que tinha por Eijirou em sussurros e chocolates.

Na escola, os amigos não ficaram nenhum pouco surpresos com a revelação dos dois e Mina, quem eles pensavam que tinha uma queda por Eijirou, se revelou uma grande fujoshi, mostrando total apoio aos dois.

Claro que ficaram aliviados de obter apoio dos amigos, seria deveras doloroso ser rejeitado por eles.

E embora eles mostrem apoio, não evitou comentários maldosos dos outros alunos, a homofobia presente nos lugares era explícita e ninguém dava o trabalho de intervir por medo ou simplesmente por concordar lá no fundo.

Com isso mais a confusão interna de Eijirou resulta-se em mais e mais turbulências, sendo acalentadas somente pelos toques gentis de seu amado. Funcionava no momento, mas bastava que se separassem por algumas horas para toda a opressão interna retornar e retumbar em sua mente, lembrando-o do quão fraco era. Mesmo que não fosse verdade.

❇ ❇ ❇

Japão é um país deveras conservador, portanto, não disfarçavam as duras encaradas de julgamento aos dois jovens de mãos dadas no trem. Eijirou tentava ocultar seu desconforto mantendo-se de cabeça baixa encarando o celular, enquanto Katsuki encarava de volta em desafio.

Ao sair do trem eles puderam ouvir ao longe um grito claramente direcionado à eles:

"Viados nojentos!"

Katsuki teria arrebentado a cara de quem quer que fosse se não o tivesse perdido de vista. Olhou para Eijirou cabisbaixo ao seu lado e apertou com mais força sua mão na dele, como forma de passar segurança.

Ao chegarem na casa do loiro, suspiraram aliviados. Eijirou estava mentalmente cansado, o que afetava o seu físico. A passos leves foi levado ao sofá por Bakugou que o deitou calmamente sobre si. Começou um carinho no cabelo do mesmo que inclinou a cabeça em busca de mais contato.

Eijirou sentia vontade de chorar, mas achou que se fizesse isso estaria sendo ingrato com o namorado.
Algo do tipo:

"Como eu posso ficar triste? Estou finalmente ao lado da pessoa que amo, não existe razão para esse sentimento."

Mas estava cansado. Transportar um sorriso justamente para não preocupar o outro estava acabando consigo. O momento de felicidade que sentiu agora só servia para atormenta-lo e lembra-lo que por mais que recebesse afeto, nunca se desvencilharia de tal sentimento vazio.

Katsuki não deixou de notar a tensão no corpo encolhido sobre o seu. Então na tentativa de acalmar o outro sussurrou:

_ Está tudo bem. Pode chorar se quiser, eu estou aqui por você.

Uma lágrima solitária rolou sobre o rosto pálido de Eijirou no momento em que apertou seus braços ao redor do loiro e escondeu seu rosto no pescoço do mesmo. Bakugou fazia um cafuné em seus cabelos e um carinho em suas costas.

Mesmo que o mundo esteja contra eles, mesmo que a que própria mente se volte contra eles, ainda estão juntos. E assim vão ficar até o fim dos dias na Terra.

E eles, que nunca tiveram sorte em nada, se sentiram sortudos por compartilharem da mesma companhia.

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Uma merda né? Eu sei.

Fiz isso tudo em um dia, tava cansada de ficar enrolando mais.

Inspiração 0. Tô até decepcionada.

Mas é isso. Até o próximo, só Deus sabe como os próximos capítulos vão sair.

Obrigada por ler ❤

Pequenas PétalasOnde histórias criam vida. Descubra agora