Prólogo

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Emilly

Minha vida aqui no orfanato é um inferno. Essas mulheres que "cuidam" de nós adoram nos ver sofrer.

A Sra. Tobisson é a pior. Ela é a diretora do orfanato e pra ela temos que estar a seu dispor como escravos.

Lembro de uma garota ruiva que um dia a desafiou na frente de todos e foi castigada severamente com uma cinta.

Sra. Tobisson é uma mulher com a aparência de cinquenta anos e de cabelos totalmente brancos e impecáveis. Usa sempre uma saia ate o joelho azul, camisa branca e sapatos pretos. Ela é uma senhora magra e cruel.

Um dia eu não limpei o chão da sala dela porque a Sta. Samantha me fez limpar os banheiros do andar de cima, e quando a Sra Tobisson reparou isso, ela me fez limpar com a minha escova de dente o chão inteiro. Passei a madrugada limpando.

Ela sempre me falou que eu era uma garota muito feia e que foi por isso que meus pais me abandonaram. Ela nunca me falou sobre como eu vim parar aqui realmente. Só gosta de falar para mim todos os dias que meus pais me abandonaram porque eu era feia.

Sia que é a minha amiga desde que eu tinha dez anos, que foi quando ela veio para esse orfanato, sempre me disse que eu não deveria dar ouvidos a essa mulher, que eu sou muito linda.

Eu sou uma garota magra, com olhos azuis e cabelos loiros. Não me acho bonita. Fui abandonada quando tinha dias de vida e desde então eu sempre ouvir a Sra. Tobisson me dizer o quanto eu sou feia. Não sei por que ela é assim.

Hoje a noite eu resolvi saí escondido do orfanato.

O orfanato é todo branco por fora com apenas um andar. A tinta esta ressecada por dentro e por fora. Os móveis estão desgastados e velhos.

No fundo do orfanato tem uma porta que da acesso ao patio dos fundos e escondido entre algumas árvores tem um buraco que da acesso a rua já que o orfanato tem grandes muros e um portão de ferro preto que nunca esta aberto.

Sia vai ficar para me dar cobertura enquanto eu tomo um pouco de ar no parque perto daqui.

-Não demore muito Emilly. Eu vou colocar alguns travesseiros e dizer que você não esta se sentindo bem. Só não demore para não desconfiarem caso venham te ver. Diz Sia.

Sia é uma menina morena e tem a mesma idade que a minha. Os olhos castanhos claros dela e sua pele morena a deixam mais linda enquanto a minha pele e branca e pálida.

Somos obrigados a dormir sempre as oito da noite e acordar as cinco da manhã.

Divido o quarto com mais vinte meninas. Assim que elas dormem, Sia vem e faz a minha cama com alguns travesseiros e Mr ajuda a fugir me dando cobertura para sair pelos fundos.

Assim que passo pelo buraco, eu saio correndo e vou em direção ao parque. Descobri esse parque quando comecei a ir a escola.

Um ônibus sai do orfanato levando as meninas para a escola e depois levam a gente de volta. A escola é rígida e não nos deixa fugir pois também tem uma forte segurança.

Chegando no parque eu paro para respirar um pouco e depois sento no balanço. Acho aqui lindo cheio de flores e brinquedos para as crianças. Quando passo aqui em frente de ônibus e vejo os pais com os seus filhos brincando, eu me imagino como se fossem meus pais.

Desde criança imagino os meus pais.

As vezes eu penso em fugir do orfanato mas eu não quero deixar a Sia sozinha. Ela nunca concordou em fugir pois apesar de como é horrível lá, nós nunca iriamos sobreviver sozinhas nas ruas.

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