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O caso que Arizona precisou atender era de gravidade mediana e ela já conhecia de cor e salteado, então enquanto preparavam a paciente, ela trocou mensagens com Callie.

Mensagem on

[17:06 pm Calliope]: O que a gente vai fazer para o dia dos namorados? Está chegando...
[17:07 pm Arizona]: Você quem tem que me dizer... não conheço Nova York
[17:07 pm Calliope]: Hum... está mais do que na hora de você me pagar a sua outra promessa
[17:07 pm Arizona]: Pagarei com todo o prazer, meu amor
[17:08 pm Calliope]: Ótimo! Já tenho algumas ideias para esse dia
[17:08 pm Arizona]: Eu adoro suas ideias, Dr. Torres. Só uma pergunta... pode incluir você dançando de calcinha no pacote de ideias? Eu nunca me cansarei dessa visão
[17:09 pm Calliope]: Tudo o que você quiser, Dr. Robbins
[17:10 pm Arizona]: KKKKK preciso ir, te aviso quando conseguir sair. Te amo!
[17:10 pm Calliope]: Tá bom, também te amo!

Mensagem off

***

Arizona conseguiu terminar a cirurgia em pouco mais de três horas e meia. A mulher já estava internada e acabou tendo que adiantar o procedimento, mas tudo ocorreu bem.

Ela despediu-se do residente e das enfermeiras que cuidariam do pós-operatório e quando pegou o celular para avisar Callie que estava indo embora, se deu conta de que sua bateria tinha acabado. A recepcionista ainda estava lá na entrada, mesmo que não tivessem mais pacientes para ser atendidos naquele dia, então ela falou com ela que, caso alguém ligasse, era para dizer que ela estava indo pra casa.

A chuva caía forte do lado de fora e na rádio pôde ouvir que tinha algum trânsito por causa disso. A clínica era menos de vinte minutos de carro até em casa e mesmo com engarrafamento em alguns trechos, sempre conseguiu chegar em pouco mais de meia hora de trajeto. Mas naquela noite não.

Arizona sempre detestou dirigir na chuva, era tão instável que a deixava agoniada atrás do volante.  Já eram quase nove da noite e ela só queria chegar em casa. Pegou trânsito logo que saiu da clínica e vendo que a situação não ia melhorar tão cedo, ela foi cortar caminho em ruas menos movimentadas normalmente.

Ela dirigia agora em uma rua que costumava ter boa iluminação, mas não naquele dia, naquela hora e nem com aquela chuva. Então todo o caminho na rua foi feito sob alerta e tensão e foi só o tempo dela respirar fundo quando estava prestes a sair dali para um carro bater com força em sua traseira.

"De novo não… "

"Eu não quero morrer, não posso morrer. Tenho Sofia, tenho Calliope, tenho a clínica. Minha vida finalmente está do jeito que eu sempre quis desde muito tempo. Eu não posso morrer agora!"

Demorou uns dez segundos nesse pensamento antes de erguer a cabeça e olhar ao redor. "Cinto e airbag. Eu não morri." Sua cabeça doía pelo susto que levou e seu peito também pela pancada. Podia sentir a perna bamba mesmo sentada e respirava acelerado com as mãos no volante. Como a batida veio de trás, ela sentiu ser jogada para frente, mas pelo menos com menos intensidade do que da outra vez que esteve em uma situação parecida. Seu carro também andou um pouco na pista molhada, mas logo parou.

O barulho da chuva era forte e ela demorou a conseguir ouvir um grito por socorro. Imediatamente tirou o cinto e saiu do carro, sem se importar com a chuva ou com suas próprias dores.

- SOCORRO! - um grito rasgado e chorado vinha do homem atrás do carro dela. Com as mãos na cabeça, ele olhava para o próprio carro sem saber o que fazer.

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