Capítulo 2

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"A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais."

Epicuro


TAXA DE INFECÇÃO = 1%

Jisung sentiu os olhos pesarem, mas os abriu com brutalidade; o carro estava em uma velocidade reduzida, mas ainda não podiam se dar ao luxo de irem devagar.

Félix se remexeu no banco e falou.

— Você já está cansado, deveríamos parar.

— Estou bem. Temos que chegar à estrada antes de anoitecer.

Jeongin ressoou no banco de trás, admirando a capacidade do irmão mais velho de dormir em meio ao caos.

Félix parecia incomodado, segurando forte o taco entre os dedos.

— O que você acha que está acontecendo? — Perguntou, olhando para fora.

— Não faço ideia. — Jisung manteve-se em silêncio, esperando que o irmão dissesse mais.

— Zumbis.

— O que? — Perguntou, retirando os olhos da estrada e encarando-o.

— Só podem ser zumbis. Eu disse que isso ia acontecer! Eu vi naqueles sites. Você disse que eram só conspirações de gente sem mais o que fazer, de terraplanistas! Mas olha só!

— Félix, por favor...

Suspirou, mesmo que bem de leve, concordasse com o irmão. Ainda achava isso a coisa mais absurda possível. Em pleno século vinte um, zumbis eram mitos, algo impossível pela ciência de acordo com vários artigos científicos que já tinha lido.

— Tem outra explicação?

— Mamãe me ligou.

— O que?! Quando?! — O outro se remexeu no banco, virando-se para encarar o irmão mais velho. — Tá tudo bem?

Perguntou com a voz mais mansa, tinha receio em tocar nesse assunto com Jisung; ele nunca reagia bem com a menção do nome da mãe.

— Hoje, antes de eu chegar no aeroporto. Disse que eu tinha que voltar pra casa, ficou gritando comigo como sempre. — Revirou os olhos. — Disse pra eu cuidar de vocês, como se precisasse, mas ainda sim me deixou, sei lá... Com uma pulga, sabe?

Félix se virou e encarou o vidro da frente, tentando pensar em todas as possíveis causas de um apocalipse zumbi.

— Ela não tem tipo, sei lá, como fazer uma arma biológica né?! Tipo?! — Riu nervosamente. — Ela é biomédica e tal, mas isso é loucura né?

Quando não recebeu resposta, perguntou outra vez.

— Não é, Jisung?

— Eu sei lá. Só vamos chegar na-

Jisung freou o carro com tanta força que Jeongin, que dormia no banco de trás, caiu no vão entre os bancos e o chão, acordando assustado.

Enquanto isso, os dois irmãos se colocaram em posição defensiva quando um homem grande apareceu bem em frente ao carro.

— Que porra! — O homem vestido com calças camufladas e botas grandes disse ao se afastar do carro, assustado por quase ter sido atropelado.

Jisung segurou o volante com força, e Félix levantou o taco entre as mãos.

O homem, vendo o estado de medo dos três dentro do carro, já que Jeongin colocou a cabeça para cima com claro medo, foi logo levantando as mãos em rendição.

Welcome to Hell - Minsung  Livro 1 - REESCREVENDOOnde histórias criam vida. Descubra agora