Capítulo 3: "Sou a Princesa Madeline, da França"

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A moça, que usava um vestido longo azulado, percebeu estar sendo seguida e virou-se de súbito, o que fez Adam se assustar

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A moça, que usava um vestido longo azulado, percebeu estar sendo seguida e virou-se de súbito, o que fez Adam se assustar.

— VO..

— Desculpe — o Visconde cortou sua fala rapidamente, colocando as duas mãos para cima, na altura da cabeça, como se fosse culpado — Não queria assustar você.

Ela o olhou desconfiada, mas o deixou prosseguir.

— Pensei ser alguém... Outra pessoa — não sabia como continuar, queria na verdade, ir pra casa.

— Bom, desculpe por estar escutando o que não deveria — ela revirou os olhos, pensando ser por isso que fora seguida. Não gostava muito de se desculpar.

— Você estava a nós espionar? Saiba que não seria muito bom para você se...

— Não era bem espionar — ela pareceu irritada, um sotaque, antes quase imperceptível, começou a ficar mais forte em sua fala — Eu estava indo encontrar o príncipe Philip, nada mais. Porventura, avistei vocês dois conversando.

— Tudo bem — Adam coçou a nuca, pensando para si mesmo... — Então, era Philip que você veio encontrar no jardim?

— Claro que sim — ela empinou o nariz e ajeitou sua postura — Sou a Princesa Madeline, da França, a próxima Rainha da Inglaterra! — seu riso convencido era anasalado, o que o fez lembrar de  Violet.

— Ra..inha? Você está dizendo que vai se casar c..

— Casar com meu noivo, Príncipe Philip, mas é claro — ela o olha de cima a baixo, como se fosse, um anjo superior e Adam apenas um inseto em meio a tantos outros, no jardim — Bom, tenho que voltar e encontrá-lo, iremos anunciar hoje o casamento!

Madeline saiu saltitante do jardim, bem diferente do próximo Visconde, que saiu se arrastando de lá. O mesmo não se deu ao trabalho de encontrar ou avisar seus pais, apenas andou em direção a carruagem de estofados azuis, dos Bennett, e pediu para ir para casa.

No caminho, tentou entender o que era aquilo que estava sentindo. Decepção? É, podia ser. Decepção de novamente não ter conseguido encontrar sua Cara pessoa. Ou talvez, a notícia repentina do casamento do Príncipe o deixou desnorteado?

Por que ficaria? O príncipe não era alguém de quem era muito próximo. Já haviam se encontrado em diversos bailes, já haviam conversado diversas vezes. Adam sempre encontrou conforto ao lado dele nessas ocasiões. Mas, assim que entrou para as temporadas, era difícil ter tempo para conversar com outras pessoas a não ser suas próprias pretendentes, procurando a próxima Viscondessa — tão desejada por seu Pai e Mãe.

Contudo, mesmo que não tenham conversado por tanto tempo: mesmo que tenham apenas trocado algumas palavras. Adam havia se sentido, pela primeira vez em anos, confortável ao falar com alguém. Sentiu que poderia dizer ou fazer qualquer coisa naquele momento: que poderia ser ele mesmo, e nada de julgamentos iriam vir da parte de Philip.

Mas Philip...

Philip não estava lá para encontrá-lo, estava? O Príncipe estava procurando pela sua Princesa. Foi apenas por acaso que Adam, apareceu e estragou o encontro dos dois. Uma raiva súbita tomou conta de seu corpo, como uma chama acessa que o queimava por dentro.

Quando chegou ao portão de ferro de sua casa, agradeceu Bill, o cocheiro, que voltou para a Casa da Sr. Valeey para ficar a disposição do Visconde e Viscondessa Bennett.

Abriu a porta silenciosamente, já era tarde, não queria acordar Bê ou algum dos serventes da casa naquele momento. Subindo as escadas lentamente, no corredor, pôde ver uma luz quente passar pelas frestas da porta de seu quarto.

— Bê? O que está fazendo? — proferiu baixinho, assim que abriu a porta e viu a menina em cima de sua cama, com todas as cartas que havia recebido. Uma vela estava posicionada em sua escrivaninha, derretendo a cera  — Você deveria estar dormindo!

— Mas Adam...

— Fale baixo, não queremos acordar ninguém! — ele pegou a vela e a irmã pelo braço, a arrastando para fora.

— Mas Adam, você tem que ver o que descobrir...

— Não sabia que você era tão intrometida Bê, não é assim que uma dama deveria se comportar — sem perceber, ele começou a se irritar de verdade com a pequena — Não deveria ter mexido naquilo. Elas são minhas e foram mandadas a mim e somente a mim. São pessoais Bê.

— Desculpa, desculpa — tentou falar em meio ao sermão do irmão — Não foi de propósito... Só me deixe...

— Talvez mamãe esteja certa, você não está preparada ainda, não é uma dama de verdade.

— Não me diga o que é ser uma dama — ela o interrompeu num grito.

Dotte, a principal servente de Bella, apareceu assutada. Seu cabelo estava bagunçado, tinha acabado de acordar e a primeira coisa que fez, foi correr para a pequena.

— Por favor, leve-a para o quarto — Adam passou a vela para a mais velha, que pegou a menina irritada e entrou no quarto oposto.

Bennett entrou no quarto, agora escuro, se chegando a cama instintivamente. Tirou as roupas, apenas deixando sua camiseta branca de seda.

Jogou todas as cartas para o chão.

Se aconchegou em baixo do edredom. Fechou os olhos e abraçou a escuridão, não pensando em mais nada.

No baile daquela noite, na grande Casa da Sr. Valeey, a Princesa Madeline não encontrou Philip no salão — pois este tinha deixado imediatamente o recinto. E o tão feliz anúncio de casamento, não foi feito, porém, isto não a impediu de mandarem publicar, na manhã seguinte, em todos os jornais de Londres, sobre a tão esperada data.

O palácio ficou em completa confusão, com preparativos e discussões.

O palácio ficou em completa confusão, com preparativos e discussões

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