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Na alta sociedade de 1870; Londres era o epicentro de Bailes de Gala, em que famílias endinheiradas buscavam por uma boa aliança de casamento. Para Adam, o próximo Visconde dos Bennett, nenhuma moça lhe parecia apro...
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Depois de semanas, o quarto de Adam cheirava como um estábulo. Nenhuma carta foi enviada e nenhuma foi recebida.
Toda manhã, tarde e noite, Heloíse entrava no quarto com um prato de comida, se sentava ao lado do corpo de Adam, deitado a cama e colocava a mão em sua testa, que fervia de febre. Ao sair, levava um prato com apenas a metade de uma refeição comida.
Três médicos diferentes visitaram o quarto. Todos saíram com as mesmas notícias.
— Não sei ao certo o que é, ele não parece ter nada evidentemente — ajeitavam os óculos, ou trocavam a mala da mão esquerda para a mão direita — Mas é apenas uma gripe, nada para se preocuparem.
Os mesmos remédios eram passados: chás de ervas diversas e águas abençoadas pelo Deus maior, mas nenhum, nem passou perto de fazer efeito a pobre criança de cama.
Depois de sempre receberem a mesma resposta, desistiram de convidar médicos, que se diziam muito estudados, a se encontrarem com o Adam, apenas desejavam que ele melhorasse de algum jeito.
Bella não via o irmão desde que gritará com ele. Mesmo o perdoando, seu orgulho era grande de mais, e ainda, não sabia se ele queria vê-la. No seu último encontro, ele parecia realmente furioso por conta de suas ações.
Heloíse a proibiu, pois não tinham certeza se a doença que importunava Adam era transmissível, no entanto, isso nunca teria impedido a irmãzinha.
E ele.
Ele estava deplorável, tanto fisicamente, quanto mentalmente. Olhava para a janela, onde as flores começavam a cair das árvores e se sentia ridiculamente patético.
Não conseguia entender o porquê de seu corpo não melhor. Não entendia porque se sentia esmagado, como se 100 cavalos trotassem em cima dele. Sua cabeça latejava, como se uma tempestade acontecesse em meio aos seus pensamentos.
Mas seu coração.
Era ali que a verdadeira guerra acontecia, mas Adam fingia não saber disso, ignorando o fato.
— Amanhã será o casamento, o convite acabou de chegar — a voz de uma das serventes, provavelmente Liz, pôde ser escutada do quarto do menino.
— Príncipe Philip e Princesa Madeline Briestwistle, essa dama deve estar muito feliz — a mãe pegou o convite em mãos — Mas não acha que foi muito rápido?
— Faz sentido eles apressarem tanto, pelo que disseram no clube, a França está passando por um tempo difícil — o Sr. Bennett disse sem tirar os olhos do jornal — Esse casamento enriqueceria o povo e traria paz a guerra das suas fronteiras.
— Hmm — Heloíse murmurou sem muito se importar — Bella, para onde você vai?
O som do piano não podia mais ser escutado e os dedos apresados, que antes tocavam as teclas, estavam agora fechados em punho. Passos ansiosos subiam as escadas e foram em direção ao quarto de Adam.
