Andando de um lado par o outro, no meio da estrada de arbustos que formavam um labirinto. Adam avistou Philip sentado de costas, em um banco de prata. Sozinho.
Ele se aproximou, e imediatamente, o outro menino sentiu sua presença.
— Ah, não sabia que outra pessoa viria, aqui... A-Adam — o príncipe disse surpreso, vendo os olhos cor do oceano os encarando, reconheceria os em qualquer lugar.
— Está esperando alguém? — o Bennett, que estava usando sua máscara, assim como Philip, se sentou ao lado dele.
— Eu estava apenas na expectativa de encontrar alguém aqui — ambos se sentaram retos, sem olhar um para o outro, um silêncio se estendeu por alguns minutos — Bom, eu tenho que ir...
— Philip — Adam segurou seu braço, conseguindo o impedir de ir dessa vez — Não me deixe de novo.
— Desculpe, eu preciso ir...
Mesmo dizendo isso, Bennett não o deixou ir. Ao invés disso, segurou ambos os braços com firmeza, ficando de frente para ele.
Os dois se observaram por minutos. Philip, admirava os olhos azuis como um oceano profundo, o rosto detalhado por de baixo da máscara e os lábios cor de salmão. Adam, dali, percebeu como as bochechas do outro eram um pouco mais rosadas, a ponta do nariz perfeitamente desenhado, estava avermelhado, talvez por conta do frio cortante, que se instalava no ar.
A mão do Bennett, que agora percebia a diferença de tamanho entre eles — o príncipe sendo alguns sentimentos mais alto —, foi até o rosto gélido de Philip, pegando a máscara e lentamente a tirando, apreciando cada detalhe do seu rosto, agora descoberto.
— Você disse que dá próxima vez seria sem cartas, sem máscaras, apenas nós dois — Adam, calmamente, começou a tirar a própria máscara, mas sem parar por um segundo de o encarar.
Novamente, o silêncio apareceu, mas nenhum dos dois estava desconfortável. Ambos poderiam ficar ali por horas, sem nada dizer, mas dizendo tudo apenas com o olhar.
Adam se aproximou, cada vez mais e se inclinou aos poucos em direção a Philip. O garoto, percebendo as suas intenções, se afastou tenso, fechando os olhos, como se tentasse resistir.
Mas, o Bennett, o olhou sereno, e não parou sua movimentação. O príncipe assim, tomou coragem, colocou o rosto do outro entre suas mãos e os aproximou de uma vez por todas.
Seus lábios pareceram se encaixar perfeitamente. Adam, mesmo antes parecendo tão confiante, sentia suas pernas tremerem, podia ter certeza de que se não estivesse ali, entre os braços do mais alto, estaria agora, caído no chão.
Philip, havia percebido instintivamente e se perguntara se aquele seria o primeiro beijo do garoto — era —, esse pensamento o fez rir entre o beijo.
Assim que o ar lhes faltou. Juntaram suas testas, ambos tinham sorrisos brilhantes nos lábios vermelhos.
— Adam!
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Letters for Adam™
Roman d'amour˗ ˏˋ⸙..༘ ˚· ˗ˏ𖥸ˎ˗ ·˚ ༘ ..⸙ˎˊ˗ Na alta sociedade de 1870; Londres era o epicentro de Bailes de Gala, em que famílias endinheiradas buscavam por uma boa aliança de casamento. Para Adam, o próximo Visconde dos Bennett, nenhuma moça lhe parecia apro...