— Dotte, por favor leve Bella lá para cima — Heloíse percebeu logo a seriedade do problema e convidou Madeline para tomar um chá e explicar tudo melhor.
— Não temos tempo — disse na sala principal — Acho que vocês deveriam ir embora..
— Mas, você tem certeza? — perguntou a pai da família — Como ficou sabendo disso?
— Assim que fechei o acordo com o Rei, percebi o quanto estava irritado por o... por "me aproveitar de sua bondade" — Philipe revirou os olhos — Sabia que ele não ficaria nada feliz com o príncipe, já que foi ele quem me forneceu as informações necessárias. Ontem a noite, enquanto passeava pelos corredores, escutei uma conversa vindo do gabinete real, lá estava ele solicitando guardas para o acompanharem de volta ao castelo, Philip. E ele não parecia nem um pouco feliz com a família Bennett.
— Mas e você? Não é um risco estar aqui agora? Por causa do seu acordo com o Rei.. — Adam perguntou preocupado.
— Não, meu pai pode ser muitas coisas, mas nunca quebraria um acordo real que fez — disse Philip.
— Então, o que vamos fazer? — a mãe começou a se exaltar, percebendo realmente a gravidade da situação — O que devemo fazer, querido?
— Tenha calma, meu amor.
— Me desculpem — Philip se levantou — Isso é tudo por minha causa. Peço imensas desculpas.
— Desculpas não servem agora, Philip — a princesa falou brusca, sem se importar com o fato de o fazer — Não estou aqui apenas para lhe avisar. Estou aqui pois, convido vocês a irem comigo a Paris.
— Paris? — os quatro falaram juntamente.
— Sim — assente — Philip me foi de grande ajuda. Sem ele eu não teria conseguido um exército para proteger meu povo, quero retribuir o favor.
— Mas, mas.. — Loui gaguejou.
— Não se preocupem. Meu pai os dará posses e títulos de Conde e Condessa, não tenho dúvidas disso. Todos vocês poderão viver bem lá, sobre a proteção da coroa francesa real.
— Não nos importamos com títulos, minha querida — Heloíse se aproximava do marido — Apenas queremos ter certeza que nossa família estará a salvo.
— Como já disse, não precisam se preocupar. Meu pai se importa muito com seu povo, assim como eu. Assim que souber do que o príncipe Philip fez, e a ajuda de que precisa em troca, ele o fará sem pensar duas vezes.
Heloíse e Loui, a Viscondessa e seu Visconde Bennett, se olharam. Eram como se tivessem uma longa discussão apenas com olhares.
— Então parece que está decidido. Bê — o pai gritou — Arrume suas malas, estamos indo para Paris.
Todos pegaram apenas o essencial. Philip, infelizmente, não tinha nada a carregar, já que deixará tudo para trás, no castelo.
Assim que colocaram tudo nas duas carruagens, a Viscondessa da Casa se despedia da Governanta que lhe serviu por anos, Isabel.
— Obrigada, velha amiga, por cuidar de mim e da minha família — a empregada segurava o rosto de sua Madame com carinho — Desculpe, por não poder levá-la conosco.
— Não se preocupe, cuidarei da casa e das coisas por aqui.
— Agradeço eternamente — se despediu, pegando a Bella que havia dormido no colo do irmão, chorando, pois não entendia porque não poderia ver novamente, Poots, sua amiga que morava na vizinhança.
Então, Heloíse, Loui e Bella entraram na segunda carruagem, enquanto Adam, Philip e Madeline entraram na primeira, seguindo viagem para a França.
Philip, ficou irritadiço grande parte do trajeto, já que, se culpava pela família Bennett ter que sair da própria Casa e deixarem seus títulos de Visconde e Viscondessa de Londres, para trás.
Mas assim que Peter pegou sua mão e uniu seus dedos, tudo pareceu se tranquilizar. Já nem sabia mais o porquê sentia raiva do pai e sabia que nenhum dos Bennett o culpava.
— 1 ano depois —
O sol acordou Philip, que desejava que a cortina se fechasse magicamente. Preguiçosamente, se espreguiçou para o lado, onde um Peter dorminhoco de cabelo bagunçado estava deitado.
Apoiou sua cabeça em sua mão esquerda, admirando o rosto do outro. Com sua mão direita desenhou-o no ar, lábios, pálpebras, cílios, bochechas, queixo.
— O que está fazendo? — a voz rouca de Peter pareceu irritada.
— Bom dia para você também.
Ele abriu os olhos e se deparou com um Conde que acabará de acordar, o encarando. Essas eram suas partes preferidas do dia.
Não importa o quão bagunçados estavam os cabelos de Philip, ou o quanto seus olhos poderiam estar inchados, talvez até, tinha a bochecha marcada com padrões do travesseiro, por dormir por muito tempo na mesma posição. Não importava. Era o momento em que ele estava mais bonito. O momento em que ele era só dele e de mais ninguém. Apenas ele o via assim, e isso era ao que mais amava naqueles segundos.
— No que está pensando? — Philip, seu noivo, perguntou.
— No que vamos falar para Bê quando chegarmos atrasados a sua festa de chá — disse roubando um beijo rápido e sorrindo ao ver a cara surpresa do outro.
Ele ficou por cima dele, sorrindo. Roubando também um beijo. Suas mãos se entrelaçaram, e os anéis de ouro, refletiram a luz do sol na parede.
Bê certamente ficaria irritada pelo atrasado dos dois.
— Fim —
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Letters for Adam™
Romance˗ ˏˋ⸙..༘ ˚· ˗ˏ𖥸ˎ˗ ·˚ ༘ ..⸙ˎˊ˗ Na alta sociedade de 1870; Londres era o epicentro de Bailes de Gala, em que famílias endinheiradas buscavam por uma boa aliança de casamento. Para Adam, o próximo Visconde dos Bennett, nenhuma moça lhe parecia apro...