Aquela noite

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Olhei lá pra baixo novamente e eu ouvi de novo a tosse, eu desci pelos galhos das árvores que estavam ali até chegar no mato, onde estava o carro, mas tinha muita fumaça

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Olhei lá pra baixo novamente e eu ouvi de novo a tosse, eu desci pelos galhos das árvores que estavam ali até chegar no mato, onde estava o carro, mas tinha muita fumaça.

– Ah..ah..t-tem alguém...aqui?! – Perguntei rouco colocando a lanterna dentro do veículo

Parecia uma cena de terror, o vidro estava quebrado e as duas pessoas que estavam na frente, estavam completamente mortas... Olhei pro banco de trás e vi uma...criança se tremendo, agarrando seu urso de pelúcia, e chorando muito.

– Ei, você está bem???– perguntei um pouco alto

Ela ficou me olhando assustada, mas acenou positivo com a cabeça.

– M-me ajuda...– Ela pediu rouca

Abri a porta e o banco estava cheio de vidro e alguns galhos e folhas, tirei tudo dali e fiquei olhando pra ela.

– Vem, você precisa sair daí. – Falei erguendo minha mão, mas ela não se moveu

Comecei a sentir o cheiro de gasolina queimando, merda!

– Vem! Por favor vem ! – Eu implorei

– E-eu tô com medo! Mamãe...mãe...

A menina olhou pra frente e viu a mãe dela ali, com o pescoço quebrado e ensanguentada, ela começou a chorar mais ainda, meu estômago gelou...

– Ei, não chore...vem, vou te tirar daqui. – Eu amaciei minha voz , na verdade estava tentando manter a calma

Ela começou a se mover pra sair, bem devagar, com medo, eu estiquei meus braços na direção dela.

– Vem, isso...vem, devagar, isso!

A peguei no colo e ela me abraçou, ela estava de casaco e eu coloquei o capuz em sua cabeça já que ainda estava chovendo, o carro começou a pegar fogo e ela se assustou tanto como eu!

Ela subiu nas minhas costas numa rapidez que caramba...subi de volta pra pista com dificuldade, ela desceu das minhas costas e ficou ali na berada, olhando lá pra baixo vendo o carro pegar fogo.

–M-mae!! Pai!!

Ela gritou e não teve resposta nenhuma, e gritou mais uma vez , eu caminhei até perto dela e fiquei do seu tamanho e ela me abraçou . Mas fomos surpreendidos com a explosão, o vapor foi tanto que fomos lançados um pouco pra trás , eu a protegi contra alguns pedaços que voavam pra estrada, mas ela gritava

– A-aah, você tá bem?!?

– A-aah, m-meu ouvido...dói muito !! Tá doendo!!

Me levantei do chão com dificuldade e fui pra perto do meu carro e abri a porta de trás e a coloquei sentada ali, ela chorava com a mão no ouvido direito.

You're in the jungle baby! (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora