Capítulo 11 • ressaca

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No Uber, os dois foram em silêncio. Allan nem olhava na cara de Julio. Estava furioso. Julio estava se esforçando para parar de chorar, Allan nem se importava, já tinha entregado pra Deus. Chorava com a cabeça encostada no vidro do carro, sem se importar com nada.

— Chegamos. Vamos, Allan. — Julio falou limpando o rosto, pagando o motorista.
— Me deixa. Chame o Teddy pra ir pra sua casa. — Allan falava chorando.
Julio então o puxou pra fora do carro, surpreendendo Allan com tamanha facilidade.
— Vamos, vamos andando... — Julio falava conseguindo parar de chorar.

Eles foram andando até o bloco de Julio. Entraram no elevador em silêncio e então entraram no apartamento.

Julio pegou celular de Allan e entrou na conversa com a mãe, já que sabia a senha. Se passou por Allan, dizendo que dormiria na casa do Julio, por estar tarde e ser perto. Ela concordou, alegando que estava feliz por ele e Julio voltarem a andar juntos.

— Allan, você está com fome? — Julio perguntou se esforçando pra não chorar.
— Eu quero matar o Teddy. — Allan falou. — Eu vou matar ele.

Julio então percebeu que não poderia fazer nada antes de Allan estar sóbrio.
O levou até seu quarto e começou a tirar as roupas de Allan. Tirou a camiseta e a calça, guardando a carteira com os documentos, até deixar o garoto só com a roupa íntima. Se segurando ao máximo para não abraçá-lo e dizer o quanto o amava e sentia sua falta.
Pegou um banquinho e colocou dentro do box do banheiro. Voltou para o quarto, onde tinha deixado Allan deitado na cama, tirou as próprias roupas até ficar somente com a roupa íntima também e levou Allan até o banheiro.

— Por que a gente tá pelado? A gente vai transar? — Allan perguntava bêbado, sorrindo.
— Eu vou dar banho em você. Espero que isso faça você voltar ao normal... — Julio falava segurando o choro.

Entrou com o garoto no banho gelado, levando um leve choque térmico.

— Julio, para com isso! Deixa eu sair! — Allan falava com frio, abraçando Julio.
— Calma, já vai passar. — Julio falou fazendo carinho no cabelo do amigo.

O colocou sentado no banquinho e pegou seu shampoo. Passou no cabelo do amigo, fazendo espuma. Massageou, e então colocou Allan embaixo do chuveiro novamente para enxaguar.
Pegou o vidro de condicionador e passou no cabelo do amigo, massageando.

— Eu gosto do seu toque. — Allan falou sorrindo, envergonhado.
Julio não falou nada, apenas ficou torcendo para que ele não estivesse mais tão bêbado.

Enxaguou o cabelo de Allan e então pegou o vidro de sabonete líquido e colocou um pouco em sua bucha. Esfregou em todo o corpo do garoto. Nos braços, no tórax, no pescoço, nos ombros, nas costas, no abdômen, nas pernas... Então se ajoelhou para lavar os pés e a canela do garoto. O quão apaixonado eu estou pra estar fazendo isso? Julio se perguntava querendo rir.

— Por que está sorrindo? Meu pé é engraçado? — Allan resmungou.
— Nada... Só não imaginaria que eu seria capaz de fazer até isso por você. — Julio falou sorrindo, terminando de ensaboar o garoto.

O colocou debaixo do chuveiro e então tirou toda a espuma. Desligou o chuveiro e pegou uma toalha seca que estava no armário da pia e começou a secar o garoto até que não estivesse mais pingando, então o levou novamente até seu quarto e o deitou na cama. Correu até o banheiro pra pegar outra toalha e então continuou secando o amigo. Seus braços, pernas, mãos, pés, e então tentou secar pelo menos um pouquinho o cabelo.

Percebeu que Allan estava tremendo de frio. Rapidamente foi até o guarda roupas e pegou suas roupas de frio mais confortáveis. Uma blusa de manga longa cinza e uma calça de moletom.
Colocou Allan sentado e então vestiu a blusa nele. O deitou novamente para colocar a calça quando lembrou daquele detalhe. A cueca. Não poderia deixá-lo com a cueca molhada. Merda, o que eu vou fazer agora?

— Allan, tira sua cueca. — Julio falou firme, envergonhado.
— O que? Nem pensar! — Allan falou com sono.
— Vamos, Allan. Você não pode dormir com ela molhada.
— Vem tirar então! — Allan falou rindo.

É, com certeza ele ainda não está sóbrio. Julio pensou suspirando, cansado.

— Pensei que você fosse voltar ao normal. — sussurrou para si mesmo.
— Eu ouvi isso... — Allan murmurou com sono. — Eu estou normal, só estou cansado...

Julio revirou os olhos, sabia que Allan não moveria nem mais 1 músculo. É agora ou nunca...

Virou Allan de barriga pra baixo e cuidadosamente segurou na barra da cueca úmida do amigo e a puxou pra baixo, devagar. Olhou pra baixo e notou que tinha tido uma ereção.

Deus, por favor, não me castigue! Julio pensava se punindo. Isso é torturante!

Continuou puxando a peça íntima até retirar completamente. Pegou a toalha e o secou com cuidado, mais por cima, e então o virou de barriga pra cima novamente. Fechou os olhos e com a toalha foi secando o membro do amigo.
Sentia sua ereção pulsar. Meu Deus... Estou pagando por todos os meus pecados...

O virou novamente de barriga pra baixo para colocar a calça no garoto. Não queria nem pensar em algo enquanto Allan não estava consciente, mas era definitivamente impossível não desejá-lo naquele momento. Com a bunda pra cima, tão lindo, tão cansado... Julio estava se segurando para não dar um tapa e logo em seguida dar beijos. Era o que mais queria, mas jamais faria. Nunca teria coragem de encostar em Allan enquanto não estivesse consciente, e se punia por ter aqueles pensamentos. Só estava fazendo aquilo porque precisava.

Vestiu a calça em Allan e então o colocou direito na cama. O colocou deitado do lado da parede, e então o cobriu até a cintura. Pegou sua toalha no cabideiro e começou a se secar. Colocou uma roupa e então se abaixou ao lado da cama, perto do garoto.

Allan, está com fome? — Julio perguntou fazendo carinho no rosto do amigo. — Se quiser eu posso fazer algo pra você comer.
— A gente come amanhã, tá? — Allan falou com sono. — Vem aqui, deita comigo.
— Você tá bêbado... — Julio falou se levantando e revirando os olhos.
— Não, Julio. — Allan segurou o braço do amigo. — Por favor, deita aqui. Amanhã a gente conversa, eu estou com muito sono agora...

Julio repensou. Talvez Allan realmente estivesse sóbrio, e só estivesse cansado.
Estava morrendo de sono e dor de cabeça, então decidiu que talvez seria melhor se fossem dormir mesmo. Se sentou na cama e então Allan deu espaço para o amigo deitar ao seu lado.
Se deitou de costas para Allan.
— Julio... — Allan falou, colocando a mão no braço do amigo, fazendo-o corar tímido. — Você pode me abraçar?
— O que? — Julio perguntou sem entender, tímido.
— Por favor, eu preciso disso. — Allan falou fazendo carinho no braço do amigo, que virou de frente pra ele, o observando atento. — Eu sei o que deve estar pensando, mas depois podemos ter essa conversa, amanhã... Por favor, eu estou com sono, mas preciso disso. — Allan murmurou com sono.

Julio então obedeceu, era o que mais queria. Allan virou-se de costas e então Julio o abraçou. Allan pegou sua mão e ficou agarrado, até pegar no sono.

Estava aliviado, de certa forma, por poder abraçá-lo de novo. O amava e estava sentindo saudades, precisava do seu toque, do seu calor.
Ficaram abraçados, em conchinha, até pegarem no sono. Como amava abraçar Allan... Era como se estivesse abraçando seu próprio mundo, era uma coisa única, especial. Allan significava tudo, e quando o abraçava daquela forma, podia dizer que se tornava a pessoa mais feliz do planeta. Queria ficar alí pra sempre.

— Eu te amo, Allan Jeon. — Julio falou baixinho, dando um beijinho na nuca do garoto.

Silêncio. Certo, ele está dormindo... Julio pensou.

— Eu também te amo, Julio. — Allan sussurrou, e deu um beijinho na mão do amigo, que sorriu, mais feliz do que jamais tinha se sentindo, e então pegaram no sono.

Continua...

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