Epílogo

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O mês de dezembro havia chegado mais rápido do que imaginei. Eu não iria viajar – de novo – esse ano, mas sem dúvida teria férias mais animadas que o tédio das minhas férias do ano anterior. O motivo? Daniel Devón. Ele tinha me prometido passar essas férias inteira comigo e isso era ótimo. Finalmente estaríamos todos reunidos.

Toni iria passar o natal conosco. Os negócios em Vitória estavam indo muito bem e ele queria comemorar o seu sucesso com a família. Patrick, bem, ele acabou se acostumando com o fim da sua banda e com o sonho de se tornar o próximo grande astro do rock. Meus pais estavam se acostumando com a ideia de eu estar namorando – isso significa: meu pai.

Os Devóns me visitavam algumas vezes, mas isso estava se tornando cada dia mais raro. Infelizmente eles não iriam passar o natal conosco, mas mandaram uma cartinha especial desejando um feliz natal.

Daniel chegou logo no início de dezembro. Não pude conter a emoção de finalmente poder revê-lo. Nunca mais tinha sequer falado com ele desde a última vez que ele esteve aqui. A vez em que toda a minha vida tinha virado de ponta cabeça. Algumas noites ainda tinha pesadelos com tudo o que tinha acontecido, mas em geral isso estava diminuindo. Tudo graças a presença de Dani novamente.

Esse natal também estava sendo especial porque era o primeiro natal do Dani. Me divertia horrores com a falta de conhecimento dele com as tradições e histórias do natal.

Ensinei a ele algumas canções natalinas e vimos todos os grandes clássicos de natal do cinema. E ele estava amando tudo. Principalmente a decoração – apesar de ter ficado um pouco intrigado com o fato de ver o Natal sendo coberto por um manto branco, sendo que estava mais quente do que nunca. Infelizmente tem certos costumes americanos dos quais não conseguimos nos desligar.

Dani também ajudou a montar a árvore. Ele era um especialista em colocar bolinhas e pisca-piscas, sempre com tanta delicadeza, tudo ficava perfeito quando era feito pelas mãos de Dani.

– E isso? – Dani perguntou.

– A estrela! – me animei – Achei que tínhamos perdido a estrela. Onde achou?

– Estava no fundo da caixa! – ele apontava para ela.

– Esse é o toque final! – sorri – Ela fica no topo.

Tive que ficar na ponta dos pés para poder colocar a estrela no topo da árvore. Dani me ajudou, segurando-me pela cintura. Nos últimos dias tínhamos ficado grudados demais e isso deixava o Patrick a ponto de ter um enfarte. Patrick também não havia se acostumado com a ideia de me ver namorando, mas não implicava – muito.

– Não ficou linda? – perguntei.

– Então é assim que fica uma verdadeira árvore de natal? – ele sorriu – Ficou muito bonita, como você!

– Dani, alguém pode chegar! – dei uns tapinhas leves enquanto ele me puxava pela cintura e me abraçava firmemente.

– Só um beijinho? – ele fez biquinho.

Como resistir a um pedido deste? Os beijos de Dani continuavam como o primeiro: intensos. Os beijos eram cheios de desejo, cheios de vontades e urgências. Eram sempre beijos ardentes, queimavam minha boca e meu corpo como se caísse uma chama dos céus bem encima de nós.

– Cof, cof... – Patrick fingiu tossir. – Não acham que está muito cedo para fazerem esse tipo de coisa?

– Pateta 2, por favor, não torre a minha paciência! – falei alto.

– Eu só estou querendo defender a sua... A sua... – ele engoliu a seco as palavras.

– Minha virgindade? – fui direta.

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