Pra sofrer por Paris não preciso deixar de sofrer pelo:
Nordestino na seca. Pelo mineiro na lama. O Paulistano nas enchentes.
O baiano no fogo. O Carioca na bala. Pelo gay na cruz. O umbandista na pedra. A mulher na quimioterapia. O homem no oncologista.
O judeu nos campos. O comunista no DOP S. Pela mulher no tanque. O pobre na favela. O velho na fila.
Pelo negro na senzala. O índio na terra. Pelo sem terra sem terra. O menino na rua. Pela mãe do menino. Pela rua.
Pela árvore derrubada. O panda a ser instinto. O planeta a chorar. A gorda no bulling. O moleque na ponta do fuzil...
E a lista não para.
Posso sentir por tudo e por todos.
Meu ser é total e particionado, único e ao mesmo tempo tão igual.
Eu sou todo mundo!
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Janelas
PoetryUma pequena parte do mundo pela visão de alguém que o conhece mais do que devia e menos do que queria.