Capítulo 18

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Oie, passando pra te desejar uma boa leitura.
Ah, não esquece de conferir a fotinho na mídia.
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Saio da casa de Aidan procurando por Emma. Não fazia ideia de onde ela poderia estar agora e se é que voltaria com vida.

-O que você tanto procura?

O garoto pergunta curioso enquanto andava com as mãos no bolso, fazendo a maior pose, nem parecia que tinha acabado de ressuscitar. Estava pasma até agora por causa disso, não tinha o mínimo entendimento do que havia acontecido a pouco. Mas como o mesmo não tocara no assunto resolvi não me arriscar.

-É que a Emma saiu e não tenho notícias.

-Já tinha esquecido que ela estava com a gente.

Fala batendo na própria testa e rindo do seu esquecimento.

-Ela foi atrás da sua mãe.

Ele me olha enraivecido perguntando:

-E você deixou?!

-Nem deu tempo de impedir, quando vi ela já tinha pulado a janela e não podia deixar você sozinho.

Aidan tenta disfarçar o sorriso de satisfação que lhe surgiu ao ouvir-me.

-Ela levou o celular pelo menos?

-Acho que não, saímos às pressas de casa.

Ele ficou meio preocupado, talvez pensando no que poderia ter acontecido com Emma e esta hora.

-Vou avisar a Mary e depois vamos atrás de respostas.

Falou sem parar de olhar para frente enquanto caminhava. Ao concordar com um aceno começamos a acelerar o passo em direção a cara vizinha.
Entramos pela porta da frente nos deparando com um abundante silêncio que pairava no ambiente.

-Mary, você está em casa?

Pergunto mais para quebrar a quietude horrenda que se encontrava ali do que para ter uma resto de alguém.
Não obtive resposta de nada humano naquele momento, mas um urro soou pela casa e a fez balançar.
Levamos aos mãos aos ouvidos os tapando num gesto involuntário.
Maycon desceu correndo as escadas, sua expressão era de puro pânico.

-FOGE S/N! AGORA!

Ele grita a plenos pulmões enquanto pulava os últimos degraus que restavam.
Aidan e eu, ainda sem entender o que acontecia, estávamos paralisados e sem reação. Até que Maycon nós agarrou pela blusa Arrastando quintal afora.
Me recompus rapidamente, começando a correr por conta própria.

-Para o carro, JÁ PARA O CARRO!

O garoto gritou mudando a direção para qual corria.
Aidan procurava nervosamente a chave em suas roupas, quando as encontrou apertou um botão e o carro fez um alto "bip-bip". Entramos as pressas prendendo os cintos, o menino dos olhos verdes tentava encaixar a chave na ignição, mas as mãos trêmulas lhe impediam. Outro urro de raiva, angústia, dor e tudo aquilo que lhe lembrasse as piores coisas existentes soou ao longe. O que quer que estivesse nos seguindo não era bom.
O carro foi ligado, as luzes se acenderam, a marcha ré foi dada e saímos em alta velocidade sem rumo algum pela longa rua.
Olho para o reflexo do espelho e vejo uma densa e escura névoa, que pairava sobre a rua. Faíscas arroxeadas e Verdes dançavam dentro da mesma, pareciam raios cruzando o céu durante uma forte tempestade.

-O que era aquilo?! Os caçadores?

Digo virando para trás e olhando nos olhos de Maycon.
Ele estava muito apreensivo e o desespero dominava, apertava os bancos da frente com tanta força que os nós de seus dedos estavam pálidos.

-Não, não eram os caçadores.

Sua voz estava falha.
Fez uma longa pausa, respirando fundo.
Irritada pela enrolação pergunto novamente:

-Maycon, o que era aquilo? Me fala.

-O anamnese.

O garoto responde num sussurro medonho.
Sinto Aidan enrrijecer no banco ao lado, tentando ajeitar sua postura para não transparecer o pânico que lhe percorreu.
Logo depois girou o volante com apenas uma das mãos, entrando em um caminho escondido e muito estreito, mal dava espaço para um carro passar. Diria ser um atalho, só não sei onde ele iria chegar.

-As minhas suspeitas estavam certas, infelizmente, temos que falar com a Alana e ver se a vó dela pode nos ajudar.

-Era nisso que eu tava pensando, você sabe onde ela mora?

-Logo vamos descobrir.

Ele estica um dos braços tocando o painel do carro, olhava fixamente para a estrada de terra que corria sob os pneus do carro.
Seus olhos ficaram mais verdes, um verde brilhante fluorescente.
Uma energia percorreu seu corpo e pequenas ramificações, como as raízes das plantas, também verde-fluorescentes se espalharam por todo o veículo.

Ao terminar, seus olhos voltaram ao normal.

Colocou a mão na direção olhando Maycon pelo espelho retrovisor, dizendo baixo:

-Encontrei.

Foi se embrenhando cada vez mais na floresta, entrando em trilhas jamais pisadas antes.

Depois de um tempo resolvo perguntar.

-O que seria essa Anamnese?

Maycon me olhou receoso.

-É como se fosse uma memória, uma lembrança - ele diz se recordando do passado - muitos anos antes mesmo de eu ter nascido, uma guerra sangrenta aconteceu. Elementais e caçadores se atacavam de todos os lados, a paciência e a piedade de quem foi torturado física e psicologicamente durante séculos haviam se esgotado, a sede de sangue de pessoas que não se importavam com vidas inocente sendo aniquiladas só aumentou - uma pausa ocorreu e as lágrimas começaram a formar-se em seus olhos - meus pais lutaram naquele dia. Minha mãe quase morreu, passou dias inconsciente. Muitas pessoas morreram S/a, ingênuas crianças, jovens que não tinham escolha senão lutar, lutar por uma briga que não era deles...

-Calma Maycon.

Digo pegando em sua mão, os soluços ecoavam alto dentro do carro, ele me olhou com os olhos marejados e continuou a falar.

-Quando tudo termino poucos restaram, esses fugiram para bem longe na intenção de recomeçar a vida e restaurar a paz que tinham sido roubadas por pessoas incapazes de conviver com as diferenças.
Mas as energias do local da batalha estavam extremamente pesadas e delas uma "coisa" nasceu, chamada Anamnese, ela é formada pelos piores sentimentos já criados. As pessoas comuns não conseguem enxergá-la, apenas sentir sua presença. Porém, nós Elementais a vemos e ela nos afeta imensamente. A mãe e o pai não estavam em casa, saíram para falar com os vizinhos, eles terão de tomar muito cuidado. E falar neles cadê a Emma?

Ele pergunta olhando para mim.

-Então... ela foi atrás da mãe do Aidan e eu não tenho notícias.

Falo com medo da sua reação.

-E por quê?

Ele pergunta confuso.

Aidan interfere tentando explicar da forma mais rápida e clara possível.

-Ela estava sendo controlada pelo Anamnese, literalmente me matou e fugiu depois.

-E mesmo assim minha irmã foi atrás dela?

Dou de ombros e Maycon fica emburrando.
Aidan para o carro em frente a uma casinha de pedra localizada bem no coração da floresta, virou a chave desligando-o e disse num sussurro:

-Chegamos.

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Eai, o que acharam do capítulo?
Comentem pra eu poder saber.

Pra vcs não ficarem tão perdidos vou explicar o que é o tal do anamnese, pelas minhas pesquisas essa palavra diferente vem do grego e significa memória ou lembranças. Eu quis usar ela pra ter um nome diferente e impactante, mas se ficar confuso é só lembrar que anamnese é a mesma coisa que memória.
Deu pra entender?

Um beijo e até o próximo capítulo, FUI...

CAPÍTULO REVISADO

Os ElementaisOnde histórias criam vida. Descubra agora