capítulo 27

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Oie, passando pra te desejar uma boa leitura.
Ah, não esquece de conferir a fotinho na mídia.
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O vento batia em meu rosto, o sol subia cada vez mais no horizonte.
Já estávamos longe da margem do rio, Maycon movimentava o barco com uma rapidez incrível, graças aos seus poderes relacionados à água.
Eu havia cochilado por uma ou duas horas depois depois do meu ataque aquafóbico, jamais pensei que reviveria aquela sensação medonha.

-Está acordada?

Aidan perguntou baixo, com receio de me despertar.
Balanço a cabeça em resposta, bocejando em seguida.

-Você tá bem mesmo?

-Mais ou menos - falo rouca fazendo sinal com a mão.

-O que aconteceu lá no píer?

Continuou.

-Traumas do passado.

Estremeço to lembrar.
Em uma última tentativa ele pergunta:

-Quer compartilhar?

Seus olhos transbordavam compaixão e ternura.
Contei tudo o que havia acontecido, engasgava e gaguejava nos momentos de maior tensão.
Algumas lágrimas escorriam de vez em quando.
Ao terminar Aidan me olhava confuso, enquanto Maycon nos observava entediado com os pensamentos distantes e uma das mãos na água.
Depois de um silêncio reflexivo disse:

-Era o que eu esperava.

Levanto o olhando confusa.

-Como assim?

-Lembra do que a Mary te disse sobre as conexões?!

Balanço a cabeça concordando.

-Então, - suspirou cansado - eles não valem somente para pessoas. As vezes podem agir juntamente com o ambiente, como por exemplo: o Maycon, neste momento estamos navegando para longe porque seus poderes se conectaram com o meio onde ele está. Com você foi o oposto, ao envés do seu corpo entrar em harmonia com o local ele tentou te expulsar de lá, só que dá pior maneira possível.

Agora tudo fazia sentido.
Nem eu nem minha família entendíamos essa aversão que tinha em entrar em mares ou rios.

Já devia ser meio-dia, meu estômago roncava alto e o suor escorria por minha testa.
O barco parou com um solavanco e Maycon pulou para fora, se jogando de costas na areia.

-Finalmente.

Desci atordoada, cambaleando até a sombra mais próxima.

-Onde estamos?

Pergunto para Alex.

-Hudson, - apontou para uma placa que havia ali perto - caramba são quase 10km até aqui.

Se atirou ao meu lado no chão, apoiando o corpo nos cotovelos.
O sol sumiu em meio as nuvens, mas o calor permaneceu.
Suspirei fundo, pensando no que faríamos agora, sem comida, sem água, sem abrigo ou meios para falar com outras pessoas, o que não faria diferença já que não tínhamos para quem ligar.

-Vamos, - digo levantando - temos que fazer alguma coisa.

-"Vamos fazer alguma coisa" - Maycon faz uma imitação ridícula de mim - vamos fazer o que S/n?

-Ir atrás de informações, abrigo, comida, qualquer coisa.

Falo irritada jogando os braços para o alto.

-Já chega vocês.

Aidan interferiu.
Se pôs de pé, bufando, foi até o barco e pegou a pequena bolsa.

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