Capítulo 23

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Oie, passando pra te desejar uma boa leitura.
Ah, não esquece de conferir a fotinho na mídia.
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Deitei-me no asfalto ao lado de
Aidan, que resmungava de dor.

-Calma, eles já estão vindo.

Falo baixinho segurando em sua mão.
Minutos depois escuto uma sirene soar ao longe.

-Escuta - ergo minha mão em sinal para que ele prestasse atenção - são eles, não dorme por favor. Se sentir que vai desmaiar me avise.

Ele apenas balança a cabeça, lutando contra a imensa vontade de se entregar aos sonhos.

-S/n...

-Diga.

Passo minha mão em seu rosto e ele se aconchega na mesma.

-Eu... Eu te... Te amo.

-Não se atreva a fazer isso Aidan, você não vai morrer.

O garoto tentava juntar suas forças para continuar falando.

-Mas se caso eu morra, agora ou em qualquer outro momento, fique sabendo que eu realmente te amo.

Algumas lágrimas escorrem de meus olhos, ao secá-las digo com a voz entrecortada:

-Eu também te amo e sempre te amarei.

-Em todas as vidas?

Ele pergunta quase cerrando os olhos.

-Em todas as vidas!

Responde rindo e dando-lhe um beijo demorado.
Vejo as luzes da ambulância refletirem em nós.
A mesma foi estacionada a alguns metros do carro acidentado e dois paramédicos desceram as pressas vindo no nossa direção.
Levanto rápido, caminhando até eles.

-Por favor, ajudem meus amigos - digo apontando para os dois garotos estirados em meio aos destroços - eu estou bem, mas eles se machucaram muito.

Um dos médicos para de caminhar,. Conversando comigo enquanto o outro continuava a correr até Aidan.

-Primeiro se acalme, cuidaremos deles, e faremos o que estiver ao nosso alcance.

Balanço a cabeça concordando, respiro fundo e ele volta a falar.

-Agora vá até a ambulância para nossa enfermeira te atender.

Ao terminar, o homem vestindo um uniforme azul se dirige até Maycon, me deixando sozinha.
Chegando perto do grande veículo branco sou atendida por uma moça, também uniformizada e que usava um rabo de cavalo bem apertado.

-Hum, não sofreu nada grave. - ela diz para si mesma enquanto me examinava - Como isso aconteceu? Esta estrada não é muito movimentada.

-Não sei, não lembro de muita coisa. Só ouvi a freada e depois o carro capotou. Pode ter sido algum animal oi coisa do tipo. Foi horrível!

Ela guardou seus pertences em uma maleta, pendurou o estetoscópio no pescoço dizendo:

-Entendo, acidentes são traumáticos. Você vai ficar atordoada por mais alguns dias, isso é normal.

Um dos paramédicos gritou pela enfermeira, pedindo que trouxesse as macas. A mesma pulou dentro da ambulância, descarregando duas camas com rodinhas e empurrando uma delas.
Voltaram com Aidan sentado, já consciente, na cama. O colocaram dentro da van para que a enfermeira cuidasse de seus ferimentos enquanto buscavam o outro garoto, ainda desmaiado.
A mulher fez o mesmo procedimento que teve comigo, sinais vitais, nível do trauma, pressão arterial. Por fim retirou os cacos de vidro do rosto e perna, limpando-os depois.
Não me pronunciei em momento algum. Apenas os barulhos dos aparelhos e dia médicos lá fora eram ouvidos.

-Você vai precisar ficar alguns dias de repouso por conta da perna.

Ela falou de repente e Aidan apenas balançou a cabeça.
Um dos médicos saltou ambulância adentro, pegando um aparelho desfibrilador.
Pulei da beirada onde estava sentada, espiando escorada ao carro.
Maycon estava deitado maca, uma das mãos pendia pelo lado da mesma.
Ao terminar o curativo de Aidan a enfermeira nos deixou a sós para ajudar no atendimento do outro ferido.
Logo depois ouvi alguém gritar "Afasta!" e um barulho metálico em seguida.

-Calma S/n, ele vai ficar bem. Somos mais fortes que todos.

Ele fala retirando a gase enrolada na sua perna, o corte profundo que antes estava ali já não existia, apenas uma leve cicatriz marcava presença.

-Vem cá - esticou a mão para mim - está tudo bem.

Subo novamente, um pouco tonta pelo cansaço, sentando-me ao seu lado apoio a cabeça em seu braço e ele segura minha mão, brincando com meus dedos e entrelaçando os dez dedos arranhados e levemente manchados de sangue.

-Perdemos algumas poções.

Digo num cochicho.
Sinto um suspiro frustrado bagunçar meu cabelo.

-O que importa é ainda estamos vivos, logo vamos para casa ver se os outros estão bem.

                               *  *  *

Assim que o guincho rebocou o carro fomos levados para casa. Insistimos para os médicos que não precisaríamos de mais procedimentos nem serviços deles.
Falei sobre o meu seguro do intercâmbio, o qual cobriria todas as despesas.
Mas a enfermeira continuava a insistir:

-Preciso comunicar algum parente de vocês, não teria nenhum responsável presente?

Olhei para Aidan atrás de respostas e o mesmo falou de prontidão:

-Não, meus pais faleceram a algum tempo e eu tenho emancipação, a minha namorada é intercambista e sou o responsável legal dela, já o nosso amigo estava só de passagem, não mora na cidade.

A moça resmungou um "entendo" anotando algo em uma ficha.
Encarei o garoto surpresa, de onde ele tirou aquilo e como falou com tanta confiança?!
Senti meu rosto corar, ele tinha me chamado de "sua namorada" e suas palavras soaram docemente em meus ouvidos.

A ambulância foi estacionada em frente a casa de Aidan.
Fomos acompanhados até dentro de casa, nos passaram várias orientações e depois de um tempo se retiraram.
Quando saíram nós suspiramos aliviados.

-Esperamos eles saírem daqui da frente e depois, pelos fundos, vamos até minha casa.

Maycon falou ao espiar pela fresta da cortina.

-Nada disso, o senhor vai ficar aqui e descansar. Você saiu voando pelo carro, literalmente, mal está conseguindo andar.

Ele bufa se jogando de costas no sofá da sala.

-Eu e Aidan vamos lá, você espera aqui e cuida disso - coloco a bolsa em cima de sua barriga - não vamos demorar.

Digo decidida, saindo pela porta da cozinha com o moreno ao meu encalço.

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Eai, o que acharam do capítulo?
Comentem pra eu poder saber.
Um beijo e até o próximo capítulo, FUI...

CAPÍTULO REVISADO

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