Capítulo 21

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Oie, passando pra te desejar uma boa leitura.
Ah, não esquece de conferir a fotinho na mídia.
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Levo as mãos a boca em sinal de desespero.

-Rose me desculpe, me desculpe de verdade. Eu limpo essa bagunça, pode deixar.

Digo começando a juntar alguns cacos do chão.

-Calma criança, está tudo bem era só um espelho velho.

-Mas que era da minha mãe.

Ouço Alana retrucar de onde estava enquanto apreciava suas unhas com fascínio.

-Por favor Alana, não comece com suas implicâncias.

Ela diz firme colocando as mãos na cintura enquanto a repreendia severamente com o olhar.

-Eu não começar?! - a loira debocha - Ela é uma desconhecida que não sabe nem usar os poderes, pode muito bem  ser uma espiã dos caçadores ou até mesmo estar sendo controlada pelo Anamnese.

-Menos Alana, se ela estivesse sendo controlada eu saberia.

Rosaline ainda tentava controlar a fúria da neta conforme ia juntando alguns destroços.
A garota, já vermelha de raiva, fala alterada.

-E os caçadores?

Rose se pôs de pé num sobressalto impaciente caminhando até Alana.

-Você acha mesmo que alguém como ela ainda estaria viva caso se envolvesse com caçadores?
Eles são pessoas cruéis, não dariam a mínima chance. Ou você já  esqueceu do que aconteceu com seus pais?

Aquelas palavras a atingiram em cheio. A garota já estava a beira das lágrimas, mas continha-se e encarava a avó com a cabeça erguida, sem responder um "A" sequer.

-Ótimo, agora limpe aquela sujeira e pare de julgar a pobre menina.

Eu olhava boquiaberta para os garotos que apenas fizeram sinal para que eu levantasse do chão. Assim o faço parando ao lado de Aidan levemente encolhida de vergonha.

-Vamos lá fora, tenho algumas coisas para vocês.

A mulher disse após um momento de silêncio, sua íra já havia se esvaido. Dirigia-se para a porta dos fundos sem olhar para trás.
Aidan e Maycon a seguem.
Mas estava com pena da Alana, estava pagando o preço por um acidente que eu causára.
Espero eles saírem, indo até onde a menina estava, abaixo-me juntando os cacos maiores que tinham ido parar longe.

-Me desculpa mesmo Alana, não tive a intenção de causar nada disso.

Falo sussurrando e a olho esperando uma resposta.

-Já estou acostumada, - uma lágrima escorre por sua bochecha - agora vá lá com eles antes que a vovó fique furiosa achando que eu te fiz limpar isso.

-Tudo bem.

Sorrio carinhosamente, mas ela nem levanta a cabeça para ver-me.

Saio da casa indo até o jardim dos fundos. Uma mesa de madeira antiga com uma panela de ferro preta estava perto da cerca lateral feita d pequenos arbustos, uma fumaça branca saía de dentro do caldeirão gordinho que se encontrava ali.
O sol estava começando a surgir timidamente, dando seu adeus a linda lua que sucumbia ao seu brilho iminente.

-Cheguem mais perto crianças.

Rose diz detrás do caldeirão.
Nos aproximamos um pouco receosos do que poderia acontecer.
Mas ela continua a falar sem importar-se muito.

-Vocês não conseguirão enfrentar aquele monstro sozinhos, muito menos com as limitações de seus poderes. Por isso, eu vou fazer algo muito arriscado, mas é o único jeito.

Dizia com preocupação enquanto jogava alguns ingredientes dentro do caldeirão enferrujado e recitava algumas palavras indecifráveis.

-Aidan, estou com medo e se isso der errado?

Sussurro ao seu ouvido.

-Calma, eu confio na Rose e não deixaria que nada nem ninguém fizesse algo com a gente, principalmente com você, se não tivesse certeza de que funcionaria.

Aceno com a cabeça concordando, sorrio meio tímida e seguro firme em seu braço, mas sem machucá-lo.
Rosaline continuava seu ritual, a aparência da substância interna mudava de uma simples névoa pálida para algo denso, levemente arroxeado e brilhante.
Aquilo era hipnotizante.
Quando terminou de falar consigo mesma, ou com o caldeirão, colocou o líquido em pequenos frascos e depois em uma bolsa de couro velha.

-Pegue - ela fala entregando a sacola para Maycon - leve com vocês e só usem quando necessário.

-E como saberemos quando será a hora certa?

Questiono, a mulher me olha séria enquanto saía de trás da mesa caminhando até mim.

-Simplesmente saberão.

Disse baixo colocando a mão direita sobre seu coração.
Fico confusa, mas prefiro não discutir mais.
Até Aidan nós interromper.

-Por que vocês não vêm junto? Quanto mais pessoas melhor.

-Eu adoraria, mas vocês sabem que quando eu resolvi vir para cá eu jamais poderia voltar.

-Mas e a Alana? Ela não pode vir?

-Infelizmente não querido, nesta quarta dimensão onde nós vivemos o tempo é diferente. Mesmo sendo Elementais e vivendo mais tempo que as pessoas comuns, se voltássemos agora morreríamos em questão de horas, talvez a Alana dure alguns dias, mas será muito difícil ficar lá.

Vejo que o garoto ficou triste, porém não insistiu no assunto.

-Vamos, já é tarde e vocês precisam voltar.

Rose nos guia pelo jardim, segurando o vestido enquanto andava para não tropeçar no mesmo.
Alana estava sentada à mesa brincando com seus dedos. Seu ar era indiferente, como se tudo aquilo fosse normal, mas quando avistou Maycon seu semblante entristece também, entendendo que nunca seria livre.

-Foi um imenso prazer ajudar vocês, queridos!

-Nós que agradecemos Rose.

Aidan responde sorrindo.
A mulher abre-nos a porta esperando que nos retirássemos.
Sou puxada pelo garoto até a varanda, mas Maycon ainda estava parado na sala, com a cabeça baixa enquanto chutava o vento.

-Vamos Maycon.

Chamo-o fazendo sinal com a mão.

-Eu prometo que volto para você, um dia... eu voltarei.

Ele diz com a voz rouca olhando diretamente para a garota dos cabelos platinados.
Quando já estávamos fora da casa Rose fechou a porta, deixando-nos a sós.
Soltei de Aidan indo até o carro, ouço outra coisa ser aberta e fechada em seguida, com uma certa força.
De repente Alana surge pela lateral da casa, usando uma passagem escondida.
Ela se joga em Maycon, o abraçando. As lágrimas persistentes escorriam sem dificuldade alguma.

-Eu vou te esperar... Pelo resto dos meus dias.

Foi sua curta resposta seguida de um beijo apaixonado e demorado.
Eu e Aidan apenas admirávamos os dois a distância.

-Vocês precisam ir ou ficarão presos aqui.

A garota diz num sussurro e Maycon balança a cabeça.
Ele deixa um beijo em sua testa se separando dela e caminhando até o carro.
Quando olho para frente percebo que o jardim já não estava mais tão bonito e vivo como antes. A casa se encontrava destruída, em meio a infelicidade, outra vez.

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Eai, o que acharam do capítulo?
Comentem pra eu poder saber.
Um beijo e até o próximo capítulo, FUI...

CAPÍTULO REVISADO

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