Capítulo 24

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Oie, passando pra te desejar uma boa leitura.
Ah, não esquece de conferir a fotinho na mídia.
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Estávamos andando pelo quintal até a outra casa, uma vantagem das casas não terem muro.
Paramos ao chegar na área dos fundos, encarando a porta de vidro que dava para a cozinha.
Tudo se encontrava na maior escuridão dentro dela, iluminado apenas por finos raios de sol que adentravam as janelas.

-Será que eles já voltaram ?!
Aidan- perguntou sem desgrudar os olhos da porta corrediça.

-Não faço ideia. - digo com muito medo - mas não vamos descobrir se ficarmos parados aqui.

-Ah que pena, eu tava doido para um mergulho nesta piscina.

Rio revirando os olhos e um arrepio estranho passou por mim.
Algo estava errado.
O garoto passou na minha frente indo até a porta, segurando a maçaneta enquanto olhava para mim. Faço um sinal com a cabeça e o mesmo a abre.

O silêncio predominava.
Entramos quietos, um pé após o outro.
Ao explorar um pouco o cômodo Aidan reclama:

-Não vejo nada, S/n, da uma forcinha aí.

-Você sabe que eu não tenho controle sobre os meus poderes.

Protesto lembrando do que havia acontecido na última vez.

-Então essa é uma boa hora para treinar.

Falou com naturalidade.
O olho contrariada, mas acabo cedendo.
Coloco uma das mãos diante de meu rosto, concentrando minhas energias e pensamentos na mesma.
Fecho os olhos e estalos os dedos.
Uma chama pequenina, do tamanho de bola de golfe, surge em minha palma e Ilumina o cômodo.
Não incomodava nem ardia como antes, sentia apenas um leve formigamento onde a chama pairava, mas era uma sensação boa e prazerosa.

Continuamos andando devagar, procurando por Mary e Richard.

-Ouviu alguma coisa?

Sussurrei apurando mais os ouvidos.

-Não, vamos olhar lá em cima e depois no porão.

Murmuro um "Ok", subindo as escadas silenciosos como ratos.
Olhando um quarto de cada vez.

-Você vai até o quarto do Maycon - aponto para o final do corredor - e eu vou no da Emma.

Ele acena com a cabeça ultrapassando-me em direção ao quarto do garoto.
Abri a porta do meu quarto lentamente, com medo do que poderia ter do outro lado.
Mas tudo estava como havíamos deixado.
As camas bagunçadas...
O guarda roupa escancarado...
A janela aberta...
Espera um pouco, a janela aberta?!
Não lembro de ter mexido na janela que ficava perto da minha cama.
Fui até ela e tentei fechar, porém tive dificuldades de travá-la, havia sido arrombada pelo lado de fora.
Andei até o corredor e chamando por Aidan.

-O que foi ?

Perguntou com cara de Pânico.

-Nossa parece que viu um fantasma.

Zombo rindo e ele me encara brabo.

-Desculpa, - falo tentando ficar séria, o que foi difícil - olha isso.

Apontp para a janela aproximando-Me um pouco mais.

-Como é possível arrombar uma janela do segundo andar pelo lado do fora?!

-Do mesmo jeito que encontramos pessoas desconhecidas no banheiro em plena 03:00 da madrugada.

Digo debochando.
O garoto me olha feio e depois ri lembrando daquele dia.
Analisamos a fechadura forçada tentando descobrir o que poderia ter acontecido ali. Não haviam pegadas, marcas de briga ou qualquer outro sinal diferente.
Quem quer que tivesse entrado conhecia o local e foi muito discreto.

-Você já viu se algo sumiu do quarto?

Faço que não Voltando minha atenção para os cantos do quarto.
Nada além de móveis, pôsteres e muito carpete.
Comecei a vasculhar pelos armários com a mão livre a procura de vestígios.
Encontrei algumas fotos, um caderno velho e livros antigos escondidos debaixo de algumas roupas.
Aidan se interessou pelas fotos reveladas em papel grosso e brilhante. Passava uma por trás da outra rapidamente.

-Tem algum significado para você?

Ele balança a cabeça devagar confuso com o que via, enquanto sentava na cama mais próxima.

-São fotos antigas da família Wilson.

Disse baixo para si mesmo.
Sentei ao lado dele e comecei a olhá-las também.
As Fotos haviam sido tiradas anos atrás.
Eles na praia, Emma comendo areia e Maycon fazendo uma castelinho enquanto Mary e Richard estavam abraçados logo atrás.
Num parque de diversões da cidade com uma roda gigante brilhando na noite, a menina dos olhos azuis no colo do pai com os braços abertos comemorando o grande passeio.
Mas a última estava rabiscada, várias pessoas abraçadas, em uma festa eu diria, dentre eles estavam a família Wilson, a família Gallagher as pessoas que conheci na clareira e os adolescentes do colégio. Os riscos feitos de caneta vermelha por cima de alguns indivíduos. Mary, Richard, Lauren e Emma eram uns dos que estavam com grandes xises em seus rostos.
Aquilo era perturbador.

-De quem são essas fotos?

-Da Emma, óbvio! - Aidan falou alterado - O que mais essas coisas estariam fazendo no quarto dela!?

-E por que ela mesma está riscada na foto?

Grito mais alto que ele.

-Despistar!

Rebateu como se fosse a única resposta.

-Isso seria muito idiota, não faz o menor sentido e além disso que motivos ela teria?

-Você está fazendo perguntas demais.

Alegou com frustração.

-E eu estou recebendo respostas de menos.

Encerro soprando minha mão para apagar a chama, pegando o caderno velho e tento abri-lo, mas as páginas estavam coladas umas às outras. Provavelmente por conta do tempo que ficaram guardadas.
Acendi o abajur que ficava no criado mudo para enxergar melhor.
Quando separei a capa de couro preto da primeira página vislumbrei um título em letras garrafais, escrito num alfabeto estrangeiro.
Talvez fosse cirílico...
Grego...
Ou até mesmo arábico.
A única coisa da qual tenho certeza é que não entendi uma única palavra daquele livro.

-Você reconhece isso?

Falo entregando-lhe o objeto.

-Não me é estranho - colocou o caderno em suas pernas - acho que já vi em algum lugar.

Ele analisava cada canto do mesmo minuciosamente. Folheava-o delicadamente com medo de rasgar suas páginas.
Sua expressão ficava mais aflitas a cada trecho lido.
As imagens não faziam sentido para mim, centenas de rabiscos interligados.
De repente ele fechou o livro com um baque surdo e o atirou longe.

-Temos que sair daqui.

Disse pulando da cama e arrancando o abajur da tomada.

-Por quê?!

-Depois eu te explico só vem!

Aidan já estava na porta, olhava com nervosismo para o corredor procurando por algo ou alguém.

-Eu levo as fotos?

Questiono enquanto começava a juntar as coisas numa pilha.

-Não S/n, larga isso e só corre!

Joguei tudo dentro da gaveta, fechando-a com pressa.
O garoto me agarrou pela mão, descemos os degraus correndo, atravessando o jardim.
Ao chegarmos a varanda da outra casa parei, sem fôlego algum, colocando as mãos nos joelhos.
Em meio a respiração falha perguntei:

-O que ta acontecendo?

Aidan olhou ao redor para certificar-se de que não havia nada. Segurando em meu ombro olhou fundo em meus olhos.

-Entre que eu te explico tudo.

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Eai, o que acharam do capítulo?
Comentem pra eu poder saber.
Um beijo e até o próximo capítulo, FUI...

CAPÍTULO REVISADO

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