CAPÍTULO SETE

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Acordo com a luz nos meus olhos. Hoje é uma quarta-feira fria, estamos no começo do verão, mas dias assim ainda são comuns. Olho no relógio ao meu lado e vejo que são dez horas da manhã. Ouço um barulho no banheiro do meu quarto e deduzo que seja a Vick. Vou atrás dela e a vejo escovando os dentes brancos e longos. Fecho a porta atrás de mim e me encosto na porta, ela sorri com a boca suja de pasta e murmura um bom dia. Rio do som que ela faz e respondo um bom dia. Vou até ela e a abraço por trás, dou um beijo no pescoço dela e respiro seu cheiro doce.

A observo enquanto retira sua calça e top ficando só de calcinha e entrando no box do chuveiro.

- Você vem? - ela indaga prendendo o cabelo em um coque e com a voz maliciosa.

- Claro - respondo enquanto tiro a o top e o short de pijama.

Prendo o cabelo e entro no box junto com ela. A beijo lentamente e deixo nossos corpos se tocarem embaixo da água quente e me permito relaxar. Sua mão percorre meu corpo molhado enquanto nossas línguas dançam em ritmo perfeito. Do nosso jeito, relaxamos juntas no banheiro do meu quarto.

Eu conheci a Vick na escola nova, no começo do ano. No Victor Sczepanski as pessoas são, a maioria, expulsos, fumantes, drogados, alcoólatras e automutiladoras lésbicas. A Vick se enquadra em dois desses pequenos grupos: fumantes e automutiladoras lésbicas. Nos conhecemos em um dia de filme, ela pediu meu número e desde então estamos juntas. Na época, eu estava chorando muito por um cara que esqueceu de me dizer que era casado; foi então que percebi que homens não eram para minha vida. Você percebe essas coisas depois de ter sido violentada e não ter sorte com essas coisas. Homens não são para mim.

Não é Um Conto de FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora