- Então anda vai. Me diz logo o que você quer aqui- gesticulou, meio sem paciência.
- Você já parou para pensar como o rei ficaria, se soubesse que o filho dele passa a noite inteira acordado, jogando jogos de azar numa boate?- Philippe soltou pensativo, sem rodeios.
- Do que você está falando?- sorriu sem humor- Você por acaso está me seguindo?-franziu o cenho desconfiado.
- Eu precisava saber onde você tem ido todas as noites.
- Isso é um absurdo- colocou as mãos na cabeça sacudindo-a desacreditado- Se você ainda não sabe, eu sou maior de idade, e faço o que eu bem entender com a minha vida- gesticulou áspero.
- Pois pelo o que parece, você está jogando a sua vida fora- Philippe cruzou os braços, olhando-o de cima a baixo.
Os dois começaram uma discussão, falando alto demais, sem se importarem se alguém poderia os ouvir, pois realmente, alguns funcionários que passavam no corredor, conseguiam ouvir os falatórios dos dois príncipes, e ficavam curiosos para saber o motivo da tal discussão.
- Olha, não vem com esse papinho que você se preocupa comigo não, porque isso não vai colar, tá?- gesticulou impacientemente.
Philippe queria de todo modo tentar entender as razões do seu irmão para fazer isso. Ele não acreditava que poderia ser por causa de dinheiro, porque isso eles tinham de sobra, o mesmo até ganhava mesada. Sem contar que essa não era a maneira correta de se ganhar dinheiro. Principalmente depois que o rei proibiu esse jogo, que agora legitimou-se clandestino em seu país.
- Vai embora Philippe, por favor- fechou os olhos pedindo controladamente- Me deixe em paz, cara.
- Eu não posso- respirou fundo- Você pode até não acreditar, mais eu realmente me importo com você- ele revirou os olhos, soltando uma risadinha irônica- É verdade- o pequeno príncipe fez uma careta, cético- Eu só falei pro papai te colocar no colégio na suíça porque eu só queria o melhor pra você.
- Vamos parar com isso, ta?- o interrompeu- A única coisa que te preocupa, é se eu vou passar uma imagem de principezinho errado pra sociedade, e não ser como você- gesticulou entre aspas, estendo as mãos para seu irmão logo em seguida na sua frente- Porque é só disso que você tem medo.
- É verdade- afirmou- Você nunca foi um bom exemplo de príncipe. Nem parece ser um- sorriu sarcástico.
- E você é um ótimo modelo, né?- revirou os olhos sarcásticos.
- A verdade é que a nossa família desandou depois que a mamãe morreu- Philippe abaixou o olhar tristemente.
- Que nada, nós somos a família real perfeita- gesticulou irônico- Um príncipe mesquinho, um outro viciado, uma princesa solitária com um único amigo, um rei esquisitão, funcionários fofoqueiros, que amam cuidar da nossa vida muito mais do que da deles. Somos mais estranhos que a família Addams. Eles sentiram inveja de nós- comentou debochado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma pequena confeitaria
RomansaEmma é muito dedicada e esforçada em seu trabalho na confeitaria que herdou de seu pai após a sua morte, entregando sempre o melhor de si para fazer os deliciosos bolos de toda a cidade. Por isso, em um dia comum e inesperado, alguém aparece batendo...