Nas sombras do coração!

Tentação!

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Vegeta que era pra lá de astuto notou logo de cara que seu papo sentimentalista estava obtendo resultados. Bulma pelo jeito sentia pena dele e com certeza criaria um vínculo com ele de amizade, tentando consolá-lo, aquilo era perfeito, melhor do que o príncipe das trevas tinha imaginado.

- Então... você nunca se apaixonou por ninguém? – Pediu pasma a azulada – Nem na sua juventude?

- Não! Foi tudo muito mecânico, sem sentimento nenhum... eu não conseguia me apegar, por mais que eu tentasse. Acho que meu medo sempre foi maior do que minha coragem em insistir em um relacionamento. Todas minhas namoradas me achavam frio e distante.

- Bem, acho que você deveria tentar encontrar uma pessoa, não ficar preso a esse medo. Ás vezes você pode estar deixando escapar uma mulher maravilhosa – Sussurrou Bulma antes de colocar um pouco de chá em sua xícara.

- Eu já fiz terapia com alguns psicólogos para tentar resolver esse meu problema! Eles me falaram exatamente a mesma coisa que você, mas mesmo eu sabendo que preciso mudar, não consigo me apegar a pessoa.

- Vou tentar te ajudar com isso, acredito que se conversarmos mais sobre esse seu medo, você conseguirá se libertar. Tenha fé em deus!

- Eu tenho fé... só que é complicado... – Murmurou incomodado.

- Entendo! Essa situação deve ser chata.

- Por que não falamos um pouco a respeito de você? Já que você já sabe muitas coisas sobre mim – Sugeriu com um leve sorriso malicioso na face, que passou despercebido pela azulada.

- Se isso vai fazer você se sentir mais a vontade... tudo bem! O que você quer saber?

- Eu gostaria de saber o que uma moça tão bonita como você está fazendo presa num convento? Você está de acordo com isso ou foi sua família que te impôs essa vida? – Perguntou ao mesmo tempo que analisava minuciosamente a reação da jovem.

Bulma suspirou um pouco incomodada, pois aquele assunto lhe fazia ficar desconfortável, porque mexia com uma triste constatação que ela não queria admitir. Desde muito nova ela sempre tentou se convencer que ali era o seu lugar, que gostava da ideia de ser uma freira. Porém, ultimamente ela começou a questionar aquela vida e se era realmente o que queria ou estava sendo influenciada pelos desejos de sua mãe.

- Minha mãe é uma mulher religiosa, ela que me incentivou a seguir esse caminho. Desde muito cedo peguei o amor por essa vida, mas ultimamente eu venho questionando se é isso mesmo que eu quero – Confessou sincera, sem perceber que tinha falado o que o príncipe das trevas tanto queria.

- Eu acho que você deveria seguir o seu coração e não fazer o que sua mãe quer... Você está desperdiçando a sua vida sendo uma freira. Você é jovem e bonita e tem um mundo inteiro te esperando lá fora.

- Eu sei, mas ao mesmo tempo que quero jogar tudo para alto, eu sinto algo estranho, como se eu estivesse protegida dentro desse local.

- Você tem certeza disso? – Questionou cínico.

- Segundo minha mãe, se eu sair daqui, o diabo vai vir me pegar e vai levar-me com ele para o inferno. Sei que minha mãe está exagerando quando diz isso, ela não quer que eu saia daqui, isso sim.

- E se ela estiver falando a verdade? – Sorriu malicioso Vegeta, enquanto segurava na mão da azulada e acariciava de forma sutil.

- Acho que já falei demais sobre mim, nem devia ter te contado essas coisas – Falou chateada ao mesmo tempo que puxava a mão para si, se desprendendo do toque carinhoso e quase sedutor do príncipe do inferno.

- Termine de tomar o seu chá antes que esfrie. E outra coisa, não se preocupe com o que me contou aqui, não falarei para ninguém.

- Certo! – Murmurou a azulada pegando a xícara.

***

Enquanto isso, na cozinha do mosteiro, Goku terminava de comer mais um pedaço de torta, quando de repente sentiu o amuleto espelho dentro de seu bolso esquentar, fato que o deixou em alerta.

- Não acredito que aquele safado já tocou na Bulma! Espero que ele não tenha descumprido o acordo – Murmurou preocupado enquanto levantava da cadeira.

Goku estava tão angustiado que rumou apressado para fora do refeitório a passos largos, sem prestar muita atenção por onde andava, ele esbarrou em algo ou precisamente alguém, que gemeu ao ser lançado ao chão. Fato que fez Goku parar imediatamente e mirar enrubescido Chichi caída no piso de pedra, com a saia do hábito levantada, dando para ver a calcinha vermelha provocante dela.

Chichi ficou muito irritada, no momento que foi bruscamente jogada no chão, mas quando ela iria dar um sermão em quem a derrubou, parou no mesmo instante ao encarar o rosto de Goku, que a olhava abobalhado. Para a surpresa de Chichi o bispo estava a comendo com os olhos, fato que a fez sorrir de canto e ajeitar sua roupa, pois tinha percebido o que ele tanto encarava.

- Gostou do que viu? – Pediu a morena.

- O quê? – Questionou meio sem jeito o religioso.

- Não se faça de desentendido, se você quiser te mostro minha coleção...

- Me desculpe por ter te derrubado no chão. Vou te ajudar a levantar – Goku ficou sério, já tentando mudar o foco da conversa, já que não queria cair em tentação novamente, porém a imagem que viu iria o atormentar por algum tempo, ele precisava ser forte.

- Eu desculpo, mas da próxima vez que nos esbarrarmos você não escapará tão fácil – Ameaçou contrariada a jovem freira dando a mão para o religioso que a pôs de pé rapidamente.

- De agora em diante tomarei mais cuidado... Se me dá licença, eu preciso ir, pois é urgente – Falou o moreno antes de dar as costas e sair apressado.

Depois que Goku despareceu de seu campo de visão, Chichi suspirou um pouco chateada e voltou a caminhar em direção a lavanderia, que ficava quase ao lado da cozinha.

***

Após se afastar do local que esbarrou com Chichi, Goku não conseguia se focar somente na sua missão de proteger Bulma, pois ideias obscenas começavam a rondar sua mente, todas envolvendo a amiga de sua protegida. Perdido em seus pensamentos, o bispo só voltou a realidade quando parou de frente a porta donde estava o príncipe dos demônios, e para o seu espanto sons suspeitos vinham de lá de dentro. Esperando pelo pior, mais do que ligeiro o moreno abriu a porta e a cena que se deparou lhe fez arregalar os olhos.

-

Continua