Bauman tinha razão.

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Vago de noite
Buscando prazeres momentâneos
Bebendo dose atrás de dose
E ainda não sentindo nada

Bauman dizia que os amores são líquidos
Então, talvez eu deva continuar a beber mais desse gim
Até a garrafa chegar ao fim
E aí, quem sabe, minha mente desperte do torpor

Minha cabeça gira
O álcool faz seu efeito
Relacionamentos não foram feitos para durar
Essa é a certeza que grita em meus pensamentos

Abandono aquele bar
Deixando aquela calma líquida para trás
Pretendo não voltar
Preciso sair dessa rotina

Não vale a pena. Beber, fingir que está tudo bem. Nada disso é bom.

Encaro o céu estrelado dessa noite
Formo as constelações, mesmo que minha visão embace
Pego um táxi
E vou até meu apartamento

Lá, tem seu cheiro impregnado
Algumas de suas roupas
Dois ou três dos teus livros, aqueles que fez
E em cada um, há um poema sobre nós

Resolvo abrir um deles e ler as palavras que você escreveu...

Você mente bem demais. No poema você disse que éramos para sempre e agora, nem nos vemos mais.

Nada dura mesmo, que triste verdade.
Bauman, no fim, tinha razão.

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