Cannibals

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– Ai... – botei a mão na minha cabeça que doía. – Meu Deus... – murmurei ao ver um cara cortando um braço de uma pessoa morta.

Ele me olhou e saiu do cômodo, sem falar nada.

Como não havia ninguém, precisava arranjar um jeito de sair então comecei a forçar as grades, para ver se alguma cedia.

– Como você tá? – perguntou Jacob se aproximando com uma bandeja na mão.

– Ótima.

– Toma – ele passou a bandeja por debaixo da grade. – Você precisa comer. Eu sei que tá com fome. Faz algum tempo que eu não venho.

– O que é isso?

– É veado.

– Com um pouco de humano para acompanhar?

– Não. Não, eu juro. É...só carne de veado.

– Você é um animal – falei me abaixando e começando a comer rapidamente. Eu estava realmente com fome.

– Ah, você tá julgando muito rápido – ele se abaixou. – Considerando que você e seu pai mataram, quantos homens? Sem contar o seu namoradinho.

– Não tivemos escolha.

– E você acha que nós temos escolha? É isso? – perguntou, mas não respondi. – Você mata pra sobreviver. E nós também. Temos que cuidar dos nossos. De qualquer maneira.

– E então? Você vai me cortar em pedacinhos?

– Espero que não. Me diga seu nome.

Joguei a bandeja para fora da cela e me levantei.

– Você tá mentindo! – coloquei minhas mãos nas barras da porta.

– Pelo contrário – ele começou a juntar a comida que caiu. – Estou sendo muito honesto com você – ele colocou a bandeja de lado. – Agora eu acho que a sua vez. Só assim eu vou poder convencer os outros.

– Convencer eles de quê?

– De que você pode se arrepender. Você é corajosa. É leal. E é especial. – ele segurou minha mão e eu coloquei minha outra por cima da dele e os pressionei em direções contrárias para quebrar e no momento de distração, pegar suas chaves. Mas na hora que coloquei a mão nelas, ele pegou meu braço e começou a puxar, fazendo minha cabeça bater diversas vezes na grade, e eu cair com tudo no chão.

– Ah..., droga... – murmurei.

– Garotinha idiota. Assim vai ser muito difícil manter você viva. O que eu vou dizer aos outros agora?

– Amber...

– O quê...? – ele se virou para mim.

– Diz isso para eles... Amber é a "garotinha" que quebrou a porra do seu dedo.

– Como você disse? Huh? "Pedacinhos"? Vejo você de manhã, Amber.

(POV) Noah

– Argh...minha cabeça... como dói... – tentei me levantar. – Amber? AI! Amber?!

Coloquei minha aljava e coloquei minha mochila por cima, depois peguei meu arco no chão e me levantei, subindo logo as escadas.

– Onde você está? – abri a porta e comecei a caminhar para fora. – Amber! Onde ela foi?

– Tá ali! – um cara apareceu e começou a atirar.

– Sai fora, mané. Todo dia isso – resmunguei e me escondi atrás de um carro velho. – Onde ela tá? – gritei.

The Last of Us - Noah SchnappOnde histórias criam vida. Descubra agora