mais um dia solitário

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Quando o sol acorda, seu corpo está quebrado

Sua alma amedrontada

Seu grito é silencioso

Seu choro é sem lágrimas.

Seu peito inflando, derrama suas fraquezas.

Você esconde seu sorriso,

Esconde sua dor,

Esconde seus sonhos,

A dor dilacera.

A vida arde, como sal escorrendo em ferida aberta

Enterrando seus restos

O barman serve mais um copo,

Na esquina alguém injeta entorpecimento em suas veias

É só mais um dia, mais um dia igual aos outros.

Torrente de sons de nada, conversas perdidas em sequência

Emoções jorradas, mas que não tocam o íntimo, línguas que desconheço.

Fantasmas vagando frente aos olhos vivos

Mordaça nas bocas de anjos caídos

Ninguém te vê, ninguém te escuta

Quão alto poderá morrer?

Quão inaudível sua dor pode ressoar?

Silenciosa.

Estranhos passam ao seu redor.

Uma vida entre milhares

E o ar vai se enevoando, quebrando o que já estava em migalhas

Abro meus braços, sinto a chuva molhar meu rosto,

E grito...

Tenha piedade, me dá só um segundo para respirar.

Quero quebrar as correntes que me prendem ao chão,

Quero mergulhar em um voo nos mais altos céus

Me desprender dos limites da gravidade

Explodir cada átomo que me segura em forma de matéria

Só um minuto de paz para renascer

Mas não sou permitido

É só mais um dia solitário.

Fecho meus olhos e volto a dormir.

E todos os dias são os mesmos.

—Solidão—

Por: Kath Mussagy

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