Dia de número 5. A manhã foi como todas as outras com Jules e sua inquietude, depois do almoço a tarde tarde tirei meu breve cochilo, e quando acordei senti falta da voz que me acompanhou todos esses dias no quarto, Jules não estava ali do lado. Me sento estranhando e procurando pelo cômodo mas ela realmente não estava ali, olho em direção a porta e vejo que ela se abre no mesmo instante. A enfermeira chefe chega com uma cadeira de rodas e para com ela ao meu lado.
-Pronta pra sua primeira sessão? -Ela pergunta gentil.
-Claro...
Olho novamente para a maca vazia ao lado e então puxo o lençol, a mulher mais velha coloca minhas pernas pra fora da maca e desce até a altura da cadeira fazendo meus pés tocarem o chão frio. Ela me segura e enquanto estou de pé ela me vira de forma que ao deixar o peso do corpo cair me sento na cadeira de rodas, levanto as pernas descendo os apoios dos pés e arrumo a roupa olhando pra ela.
-Acho que é isto não é? Pronta pra ver algo diferente do teto do quarto?
-Sim senhora... -Concordo saindo com ela dali até a sala de fisioterapia
Eu nunca tinha estado naquele hospital antes e por dentro era bastante interessante até. Haviam extensos corredores dos quais pareciam todos iguais mas saindo daquele labirinto havia uma passagem para o outro prédio que era feita por grandes janelas de vidro, era bem alto e dava pra ver a cidade quase toda dali, fora daquela ala as coisas pareciam mais iluminadas e vivas o que me animou por certo tempo. Depois dessa pequena ponte entre os dois prédios tinha um pequeno balcão de atendimento e seguindo reto um corredor muito parecido com o que tínhamos deixado para trás, no final dele a direita tinha uma sala grande e uma placa que dizia "RPG e Fisioterapia", não consegui deixar de imaginar as mesas e tabuleiros e já ia perguntar quais os jogos tinham ali quando vi que não tinha jogo algum, só aparelhos de fisioterapia e outros objetos esquisitos como bolas de Yoga.
A sala era grande o suficiente para ter vários velhinhos e outras pessoas que pareciam estar na pior que nem eu, as grandes janelas de vidro dali eram responsáveis por maior parte da iluminação e mostravam o límpido céu azul daquele dia. A enfermeira me leva até algo que parecia uma cama de massagem de altura mediana e trava as rodas da cadeira pra que eu pudesse me levantar então, me sento ali e observo ela.
-Antes de tudo, nós começamos a aquecer pro seu corpo não receber todo o impacto de vez, depois a gente vai passar para os aparelhos e com sorte em algumas sessões você não vai precisar nunca mais pisar aqui. -Ela diz gentil gesticulando para que eu deitasse.
-Todas as alas desse andar tem janelas grandes? -Pergunto enquanto me deito olhando ela
-Quase todas -Ela responde com um meneio da cabeça- Os quartos e corredores não, mas as salas de tratamento como essa aqui quase todas são.
-Ah... Legal... -Falo distraindo com o céu
-É sim. Mas eu sinceramente gosto mais do terraço. É bem verdinho e tem um espaço legal pra descansar. -Ela comenta enquanto me ajudava com os exercícios de levantar a perna
-Sério? -Olho ela e solto um grunhido de dor quando a perna sobe 90°
-Desculpe, aguenta firme, logo passa!
-Tudo bem... -Olho pra ponta do meu pé
-É sim. Se quiser, a gente pode andar lá algum dia! Fazemos seu exercício lá!
-A gente pode ir lá? Não é proibido? -Olho ela com estranheza
-Não! -Ela ri- Estamos num hospital querida, não em uma prisão. Lá é cercado e seguro, podemos dar uma passadinha sim.
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7 dias no paraíso
RomanceO que você faria se a vida te apresentasse da forma mais inesperada possível seu verdadeiro amor? É o que Mal irá descobrir. Depois de sofrer um acidente inesperado em casa e forçada a passar alguns dias internada no hospital, Mal acredita que pode...