Capítulo 10

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     - Portanto, tu queres um Caramel Machiatto, não é? - Perguntei a Oliver, antes de sair do carro. Este apenas me acenou que sim e eu fechei a porta, logo de seguida.

   

    Oliver tinha estacionado perto da entrada, por isso, em dois minutos já estava no interior do edifício e à espera na fila para ser atendida.

    - Bom dia. - Cumprimentou um rapaz do outro lado da caixa, com um sorriso amarelo.

    - Bom dia. - Disse, enquanto tirava a nota do bolso das minhas calças de ganga justas. - É um Caramel Machiatto Venti e um Frappucino de Chocolate Branco Grande. - Disse, esticando nota na sua direção.

    - São quinze dólares. - Disse ele, recebendo a minha nota de vinte. Logo de seguida, deu-me os meus cinco dólares de troco e eu segui até à outra ponta do balcão e esperei pelo meu pedido.

    Ao fim de sete minutos, mais coisa menos coisa, já estava na rua a segurar as duas bebidas.

    Reparei, à medida que me encaminhava até ao Mustang de Oliver, que um carro estacionado atrás parecia bastante suspeito.

    Entrei no carro de Oliver e dei-lhe a bebida dele.

    - Obrigado. - Agradeceu Oliver, agarrando na sua bebida e rodando a chave na ignição. O carro fez um ruído ensurdecedor, fazendo-me torcer o nariz.

    - Eu juro que amo o teu carro. - Disse, colocando a palhinha no meu copo. - Mas, sinceramente, tens de modificar esse motor. - Queixei-me enquanto colocava os meus óculos de sol apenas com uma mão.

    Oliver riu-se e acelerou o mais rápido que podia.

    A minha atenção acabou por se prender ao retrovisor, onde reparei que o SUV preto que, à pouco estava estacionado atrás do carro de Oliver, seguia à mesma velocidade que nós, mesmo atrás de nós.

    - Oliver, não quero ser chatinha nem nada, mas acho que estamos a ser seguidos. - Disse, deixando os óculos caírem-me para a ponta do nariz e apontando para o pequeno retrovisor e apontando discretamente.

    Oliver olhou para o retrovisor e semicerrou os olhos.

    Rapidamente, e antes de eu dar por isso, acelerou ainda mais, ao ponto de a minha bebida cair redonda no tapete do carro à minha frente.

    Fiquei calma, claramente Oliver apenas estava a fazer o que precisava. Não resisti e olhei para trás - o carro continuava a seguir-nos, aumentando a velocidade à medida que Oliver também os homens atrás de nós iam aumentando a velocidade.

    Oliver acabou por virar num beco sem saída à direita.

    - Despeja a minha bebida pela janela! - Gritou, por cima dos ruídos ensurdecedores do carro.

    Rapidamente, tirei o meu cinto e agarrei na sua bebida, abrindo logo a janela. Estiquei-me e despejei todo o conteúdo da bebida no asfalto.

    Oliver rodopiou o carro rapidamente e acelerou no sentido em que tínhamos entrado. Ouvi o som de pneus a derrapar e, logo de seguida, Oliver travou o carro e saiu. Imitei-o.

    Depois de uns zigue-zagues, o grande SUV preto, acabou por ir contra a parede de tijolo.

    - A sério que nos salvaste com um Machiatto e um carro dos anos 60? - Perguntei, atando o meu cabelo castanho-escuro num rabo-de-cavalo.

    - Não sobrestimes ali a minha bebé. - Respondeu Oliver sorrindo. Sorri levemente com o canto da boca, e encaminhei-me para o SUV.

    Abri a porta do carro. Não consegui ver a cara dos dois homens e agradeci a todos os santos por isso, uma vez que o embate contra os airbags deve ter esmagado por completo as suas faces.

   

    - O que é que estás a fazer? - Perguntou-me Oliver, atrás de mim, enquanto eu remexia nos corpos imóveis dos homens dentro do carro.

    - Estava à procura disto. - Respondi, tirando a arma do condutor. - Pode vir a ser útil. - Conclui, guardando a pistola no cós das minhas calças.

    - Tu és realmente uma caixinha cheia de surpresas, Lawson.

The Stranger In Strangers LandOnde histórias criam vida. Descubra agora