Capítulo 11

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- Há alguma maneira de desativar os chips? - Perguntei, enquanto Oliver tentava entrar no sistema da FAI.

- Estou a tentar de tudo, mas tenho o acesso negado em todo o lado. - Respondeu, enquanto teclava com afinco no teclado do seu computador. - Acho que isso só é possível através do computador principal. - Oliver, rodou a cadeira de maneira a ficar de frente para mim.

- Isso quer dizes que vamos ter de entrar na sede, certo? - Perguntei, erguendo uma sobrancelha.

- Sim e não. - Respondeu Oliver, virando-se novamente para o seu computador. - Realmente, a única maneira de desativar todos os chips é entrar na sede da FAI, mas não, porque isso é impossível. - Concluiu Oliver, clicando em várias pastas do seu computador. - A segurança do edifício é tão bem planeada e sem nenhuma falha que entrar mesmo no edifício é impossível.

- Então, como é que nós conseguimos entrar na boa no escritório do CEO? - Perguntei, erguendo-me e colocando-me ao lado de Oliver na secretária.

- Porque ele quis. - Respondeu Oliver de forma séria. - Garanto-te que se ele não quisesse que tu entrasses, não entravas. - O meu olhar preocupado cruzou-se com o olhar severo de Oliver.

- Precisamos de entrar lá, quer eles queiram ou não. - Disse, olhando para o ecrã do computador de Oliver.

- E como é que queres fazer isso? - Perguntou Oliver, ainda com o olhar cravado no meu rosto.

- Podes transferir um holograma tridimensional para o meu telemóvel? - Afastei-me da secretária de Oliver e procurei o meu telemóvel na minha mala.

- Claro. - Respondeu Oliver, voltando a bater nas teclas com afinco.

Uns minutos depois, o meu telemóvel apitou e abri o e-mail. Logo de seguida, um holograma azul com linhas e letras brancas apareceu no meio do quarto. Pousei o meu telemóvel sobre a cama de Oliver.

- Okay, portanto, há alguma porta nas traseiras? - Perguntei, analisando o holograma. Este virou sozinho.

- Há. - Disse Oliver, levantando-se e aproximando-se do holograma. - O pessoal normalmente vai lá para fumar, nos intervalos, que é quando abrem a porta.

- Perfeito. - Respondi. - Então podemos entrar por essa porta quando for a hora do intervalo. Depois disso, temos de encontrar sala de controlo principal.

- Essa fica no segundo andar da cave. - Respondeu Oliver, girando e ampliando o holograma com a mão. - A segurança aí é extremamente restrita. Só três pessoas é que têm acesso a essa sala e raramente saiem. Para voltarem a entrar precisam de passar o cartão de identificação, que só é aprovado com um código próprio definido pela FAI, identificação ocular, sanguínea e salivar.

- Identificação sanguínea?! - Perguntei, algo chocada. - Isso é mórbido. - Concluí com uma cara de nojo. - Como é que sabes isso? Se é assim tão restrito ninguém devia saber.

- Eu já trabalhei nesse setor em especial. - Respondeu Oliver, baixando o olhar para o chão. - Nós raramente saíamos mesmo por causa dessa identificação sanguínea.

- Oliver, posso fazer-te uma pergunta? - Disse, olhando com um ar sério para ele. Oliver levantou a cara e acenou-me com a cabeça. - Tu tens o chip? - Perguntei, algo receosa da resposta dele. Oliver engoliu em seco e esperou alguns segundos antes de responder.

- Sim, eu de facto tenho o chip. - Respondeu, levantando-se e olhando para a janela. - Eu morava com a minha namorada quando o projeto do chip apareceu. - Continuou, sem nunca olhar para mim. - Os dois, a princípio, achámos que era uma oportunidade tanto de trabalho como pessoal fantástica e acordámos em colocar o chip. Tudo parecia bem, no entanto, ao fim de alguns meses, ela começou a ficar doente e eu também, de certa forma. - Oliver tinha uma tom de voz triste enquanto falava. - Ela acabou por morrer e eles, acharam por bem, desativarem-me o chip visto que eu era um membro precioso para a FAI. Não consegui continuar com o projeto, como é óbvio. Não conseguia fazer o mesmo que eles fizeram à pessoas que eu mais amava a outras pessoas. - Oliver acabou por se virar para mim com lágrimas nos olhos.

- Oliver... - Comecei por dizer, mas fui interrompida.

- Julga-me o que quiseres por eu estar a tentar vingar-me, tens todo o direito de o fazeres. - Concluiu, ainda cravejado em lágrimas.

- Não te vou julgar, eu também estou a fazer isto por vingança. - Respondi, levantando-me e aproximando-me de Oliver. Limpei-lhe as lágrimas com o meu polegar.

- Não estás sozinha nisto, Sarah. - Disse-me Oliver, agarrando no meu pulso.

- Nunca estive.

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⏰ Última atualização: Mar 18, 2015 ⏰

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