Fragmentos

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"Ah o amor.. Que nasce não sei de onde, vem não sei como e dói não sei porquê."
- Luís de Camões.

O amor..
O que você diria sobre o amor? A quem diga que ele não pode ser definido, apenas sentido.
Ele é tão vivo, que é praticamente impossível arranjar palavras que o descrevam de maneira bela e sábia.

Como dizia Shakespeare — O amor não se vê com os olhos, mas com o coração.

Desse modo, é um tanto quanto complicado conseguir expressar todo esse sentimento de maneira transparente. Ele é complexo demais para ser dito e compreendido através de meras palavras.
O amor é mais que dizer.

Há sem dúvidas, diversas maneiras de amar. Desde loucamente, expressivamente a um simples amor banal.
Hoje em dia, o amor é visto de uma forma descomplicada, como algo acessível, normal, que você pode ter a qualquer momento.
Ele deixou de ser algo profundo, expressivo, indescritível.
E acabou se tornando uma necessidade. Uma atração física ou uma paixão platônica confundida. Mas sabemos que ele é muito mais que isso. É mais que meros desejos e prazer.

Mas, infelizmente muita gente discorda. Por esses motivos, pessoas são trocadas diariamente e sofrem muito por razões pequenas.

Exatamente o que dizia Bauman — Demonstrar sentimentos nos dias de hoje é sinal de fraqueza, vergonha. O amor romântico perdeu o seu valor, perdeu a sua essência real.

Sofremos e sofremos, por amarmos pessoas rasas demais. E nos cegamos completamente, justamente porque não queremos encarar isso.
E é um erro, mais que um erro.

Cícero já dizia — Se amas e te tornas mais justo, mais nobre, mais honrado, mais fraterno e mais altruísta. Realmente amas. Se amas e te tornas mais egoísta, mais isolado, mais mesquinho, mais voltado sobre os teus interesses. Não amas. E não ama ninguém que assim o faça.

Então te digo, não se diminua ao ponto de aceitar o que achar que lhe convém. Não fique calada(o) se algo não estiver bem, se for muito pouco, raso, metade.
Diga. Não se feche. Explique, converse, até vá embora se assim for preciso.
Mas, não aceite o que te machuca, o que te destrói. Isso não é amor.

Podemos nos decepcionar milhares e milhares de vezes. Podemos desistir, nos cansar.
E.. É a vida, infelizmente. É assim que as coisas funcionam. Você sofre e sofre até crescer, e acredite, nunca é o bastante.
Mas.. Pense em quantas pessoas você deixou ir por não estar bem mentalmente.
Nós sempre estamos desejando alguém, alguém bom para nós, mas.. Nós estamos preparados para ter uma pessoa dessa ao nosso lado?
A questão não é só desejar, mas sim tentar e ter crescido o suficiente para isso. Porque acredite, se não estiver, você vai machucar essa pessoa. E a relação vai se tornar apenas mais uma na lista de saudade.

Assim como disse Khalil Gibran para Mary — O amor — como um riacho — deve estar em constante movimento, e você faz isso comigo. Mas o que acontece com a maioria dos casais? Eles acham que a água dos rios correm sempre, e não se preocupam mais. Então, o inverno chega, e estas águas congelam; e só aí compreendem que nada nesta vida é absolutamente garantido.

E isso vai acontecer tantas e tantas vezes, que você vai desistir do amor.

E ele vai se tornar exatamente o que o Bukowski dizia — É como quando você vê a névoa de manhã, quando você acorda antes do sol nascer. É como um breve instante que depois desaparece — Apenas isso, o amor é uma névoa que queima com a primeira luz de realidade.

O amor se torna algo efêmero, passageiro. Um desejo que se vai. Uma necessidade que quando atendida, some. Não é um amor.. É uma dor que todos temem passar.

Diante disso, digo que.. Antes de amar alguém, se ame. Se ame perdidamente, se ensine, aprenda com esse amor. Assim, você vai ser capaz de não aceitar metades, não machucar sem necessidade, e acima de tudo.. Vai saber como amar.

Você vai saber como tentar, conversar. Ensinar o seu parceiro. E conseguir lidar com situações complicadas.
Todo mundo é de fato, complicado, cada pessoa tem um mundo dentro de si. Então sempre vai ser difícil.

Então.. Vá em frente. Se valer a pena, se entregue. Não deixa nada para trás, o tempo não volta.

"O verdadeiro amor é exigente, implacável e, ao mesmo tempo, infinitamente delicado."