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Essa amargura insiste em habitar em meu coração

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Essa amargura insiste em habitar em meu coração. Coração ao qual fora rasgado como uma roupa velha que de tanto ser usada, se desgasta e perde a cor.
O meu corpo fora preenchido por uma enorme escuridão, tal ao qual lembra um céu estrelado, porém sem luz alguma. As estrelas e a lua foram queimadas por uma chama fervente, agonizante, assim virando pó.

O meu peito parece querer sair para fora, cuspir todas as dores que nunca foram ditas, nem escritas.
Dores que ardem como uma labareda que ameaça nunca se apagar. Ela grita todas as noites, e a cada dia sua voz se cansa mais e mais, se transformando em pequenos murmúrios, cada vez mais difíceis de serem ouvidos.

Um vazio me abraça, um vazio tão profundo e cheio de nada, tal como um quarto sem objetos, apegos ou cor. Tal como um corpo cuja alma se foi a tempos, e tudo o que restou é uma face irreconhecível, sem emoções e sentidos.
Tal como uma marionete, cujo interior é vazio, e já não tem motivos para continuar, mas se encoraja a andar dia após dia simplesmente por achar que deve.

Meu vejo como um riacho cuja água se secou, sobrando apenas as rachaduras demonstrando toda a dor ali passada. Toda a alegria e beleza se foram, e o sol já não tem mais o que iluminar.

Minha mente se encontra perdida como um tênis velho, já muito usado e apegado, sem o seu par. Ele, sem a sua metade, não faz sentido. É como uma árvore sem folhas, uma flor sem pétalas. E é assim que eu me sinto. Como se uma parte houvesse sido tirada de mim, em uma das noites mais frias, ao qual chorava olhando para a minha imensidão de nada.
Sinto como se houvesse sido partida ao meio, e tudo o que restasse é uma parte perdida, que sem a outra se recusa a viver.
Me sinto sangrando e sangrando sem parar, morrendo aos poucos em um chão gelado, vazio.

Não me sinto, não sinto nada.

FragmentosOnde histórias criam vida. Descubra agora