Um Faz de Conta de Verdade

CAPÍTULO XIV

Eliot

- Vocês viram a Annie? – Pergunto aos recém casados, sentados a mesa que foi destinada a eles.

- Eu a vi saindo para o jardim. Que me lembro você foi atrás dela, até que minutos depois te vi paparicando a sem noção da Madeleine. – Hanna diz e percebo que sai faísca de raiva de seus olhos. Destinadas a mim pelo visto. Ou a Madeleine. Espero que seja para ela. Nesse instante Soren, tira o celular do bolso do fraque, mostra a Hanna e sai para atender ou ver mensagens, não me importo com isso. Só quero saber onde está minha mulher.

- Não estava paparicando ninguém Hanna. Annie disse que queria ficar sozinha e quando voltei para o salão, não consegui me livrar de Madeleine. – Ela e sua mão boba, penso enquanto olho para Hanna, que em nenhum momento suaviza o olhar.

- Sabe o que eu acho incrível Eliot? Que você nem percebeu que sua esposa, voltou para o salão, se tivesse visto teria percebido a tristeza em seu olhar ao te ver ao lado daquela zinha. – Se Annie viu Madeleine me tocando deve estar imaginando muitas coisas e o pior, deve estar pensando que a estou traindo com Madeleine. Mulher abusada, desrespeitar a minha esposa e ainda por cima a Princesa da Dinamarca. Annie tem que acreditar em mim, acreditar no meu amor por ela e não em uma mulher que nunca teve o que quis.

- O que foi Soren? Por que está com essa cara? – Hanna me trás para minha realidade, onde minha esposa sumiu e deve estar pensando horrores de mim.

- Só preocupado com Annie. – Soren diz coçando o queixo. Sua resposta chama minha atenção.

- Por que está preocupado com Annie, Soren? – Pergunto me aproximando de meu primo que estende o celular e leio as mensagens que ele trocou com minha esposa. Ela conversou com Soren e não quis falar comigo. Pelo visto estou bem encrencado. Passo o celular de Soren para Hanna, que lê as mensagens de Annie.

- Ela está se despedindo. – Hanna diz assim que lê as mensagens de Annie para Soren.

- Impossível. Está chateada, mas ela nunca iria embora, está grávida. – Digo para mim mesmo, tentando convencer a mim mesmo, pois sei que a Annie que eu conheço, se estiver magoada, faria sim. Meu Deus, minha mulher vai me deixar.

- Você é um idiota Eliot. Ficou babando em sua ex amante e deixou sua esposa sozinha. Ela está grávida imbecil, está com os hormônios alterados, então está mais sensível, mais carente, mais tudo. Entendeu? Annie está indo embora, deixando você sim e levando seu filho junto. Me diz, Eliot? O que você vai fazer para convencer Annie de que não a estava traindo com Madeleine? Porque quando ela voltou ao salão, segui seu olhar e o que eu vi, em seu lugar pensaria o mesmo. – Hanna descarrega sua raiva em cima de mim e que ira. Soren está tão chocado quanto eu, estamos espantados que a doce Hanna tenha garras tão afiadas.

- Amor, calma.... – Soren começa a falar e Hanna o corta.

- Calma? Calma? Vocês estão pedindo calma para mim? Annie está sofrendo, minha melhor amiga está sofrendo e a culpa é sua. – Hanna está tão alterada, parece que está com os hormônios alterados também.

- Por acaso você também está grávida, Hanna? – Se Hanna tivesse uma arma ela me mataria, apesar que só o olhar que ela me deu seria capaz de me fulminar.

- Que bom, você quer ferrar meu casamento mesmo. Parabéns Alteza! Você estragou a surpresa que tinha para o meu marido. E respondendo sua pergunta, sim estou grávida. – Arregalo os olhos e vejo Soren estático olhando para Hanna. Começo a rir e Hanna a chorar. Isso é um circo de horrores.

- Vou ser pai? – Soren pergunta num sussurro, quando consegue achar a voz.

- Sim amor, seremos pais. Porém, você, Eliot, só verá seu filho uma vez por mês ou a cada quinze dias, depende do que o juiz decidir. Vai ficar me olhando com essa cara de idiota ou vai atrás de sua mulher? Esqueceu que ela está grávida? Se você fizer isso comigo Soren, juro que sumo do mapa e você nunca mais me encontra. – Hanna fala e sai bufando, ficamos Soren e eu, sem entender o tsunami que acabou de passar por nós.