Um Faz de Conta de Verdade

CAPÍTULO XV

Annie

- Eliot, acorda. – Chamo meu marido, que dorme ao meu lado, ele não tem um sono pesado, e justo hoje estou tendo dificuldade em acordá-lo, estou com dores fortes e parece que nosso Pequenino irá nascer, mas Eliot não acorda, vem outra onda de dor e nessa não consigo conter o grito de dor, fazendo meu marido dar um salto da cama. Ele olha por todo o quarto e me encontra com uma mão na barriga e outra na parede me apoiando.

- Annie, por Deus. Está na hora? – Ele chega perto de mim, um tanto desnorteado pelo susto.

- Espero que sim, porque nunca senti tanta dor na minha vida. Aaahhhh... – Outra contração e outro grito. Eliot pega uma calça e uma camisa, coloca de qualquer jeito, pega um par de sapatos, os coloca sem meias e vem ao meu encontro com um vestido solto e largo que coloca pela minha cabeça. Começo a respirar como a médica mandou e saímos do quarto, enquanto Eliot pega o celular e liga para Adrian e começa a dar ordens para Adrian nos esperar na porta do palácio com o carro ligado e para Brenda pegar nossas coisas e levar imediatamente para a clínica que escolhemos para nascimento do nosso filho. Não quis, que nosso bebê nascesse no palácio, mesmo Eliot me garantindo que dispomos de uma ala equipada com tudo de mais moderno, quero a segurança de uma clínica. Eu sei, sou medrosa, mas não quero que nada de errado aconteça comigo ou com nosso bebezinho.

- Eliiiooooot. – Grito com mais uma contração, quando entramos no elevador que nos levará até o hall do palácio.

- Respira Annie. Estamos chegando. Não quer ficar na ala do palácio? É mais perto e... – Ele tenta falar, só tenta.

- Cale a boca Príncipe Eliot Charlton e me leva logo para a droga dessa clínica, quero ter esse bebê logo e é bom se contentar com um filho, pois não passarei por isso outra vez. Na verdade, nem sei se deixarei você tocar em mim novamente. – Grito não me importando se alguém está ouvindo. Nem venham me dizer que sou uma princesa e preciso me comportar, ninguém está sentindo a dor que estou sentindo agora. Então, que se dane. Minha Tia, os pais de Eliot e Maria nos encontram no hall, esbaforidos, pelo visto acordei todo muito no palácio. Eliot não fala mais nada, fica quieto apenas me carregando, já que me pegou em seus braços assim que a porta do elevador se abriu. Outra contração e outro grito, meu Deus como dói para ter um filho, não quero isso outra vez. Onde estava com a cabeça de engravidar?

- E ainda tenho que lidar com a dor na consciência de ter acordado todo mundo. Que ótimo. – Grito olhando para nossos familiares, meu sogro arregala os olhos e as mulheres, percebo que estão segurando o riso. Sou palhaça agora? E vem outra contração.

- Aaaaiiiii...Por favor alguém me dê um remédio para passar essa dor. – Grito ao parar na porta do SUV que nos levará para a clínica.

- Chega Annie. Você está magoando seu marido e os pais dele. Você é uma mulher forte e dar à luz dói. Te conheço, e sei que quando você estiver com seu filho nos braços, se arrependerá de tudo que está falando no momento. E não podemos te dar remédio para passar essa dor. Agora, aguente firme e pare de agir como uma garotinha mimada e histérica. – Tia Louise chama minha atenção e sei que ela está certa, olho para Eliot que apenas me ampara em seu corpo dentro do carro, amo meu marido. Mas ninguém entende que está doente muito? Outra contração, outro grito de dor, porém dessa vez me seguro para não ofender mais ninguém. Gente, vocês não estão entendendo dói muito mesmo. A clínica é bem perto do palácio e chegamos mais rápido ainda, com Adrian dirigindo, acredito que nem ele está aguentando meus gritos. Minha tia sai do carro com Adrian, avisando na recepção, enquanto Eliot me tira do carro com cuidado, me colocando de pé, quando sinto um líquido descer por minhas pernas. Só faltava essa. Fiz xixi na frente de todos. Droga, sou uma princesa, que vergonha.