Sabina sempre sonhou em ser uma grande dançarina, já Noah, sempre quis ter sua própria banda. Anos depois de ter sido abandona, Sabina reencontra Noah, mas ele já está com uma vida nova formada.
Dor. Era o que estava sentindo naquele momento. Tanto fisicamente quanto emocionalmente. Fisicamente porque pode se dizer que eu levei uma surra do Pepe. Emocionalmente porque eu não esperava isso dele, não da pessoa que jurou estar comigo pra sempre. Pra ser sincera, Pepe sempre teve problema com bebidas, mas nunca pensei que ele chegaria a esse ponto. Eu estava destruída.
Tento abrir os meus olhos, mas assim que eu faço uma força, sinto minha cabeça latejar de dor. Lembro do tapa e do puxão de cabelo que eu levei. Assim que eu consigo abrir os olhos tento entender aonde eu estou, mas logo consigo descobrir assim que o cheiro invade o meu nariz: casa do noah. Tento me levantar mas não consigo. Sinto minha perna arder, olho pra ela e vê que está toda arranhada dos vidros. Meu braço estava roxo e inchado. Raiva e tristeza era o que me consumia por dentro agora. Um pouco depois, escuto Noah subindo as escadas e entrando no quarto de fininho, mas o mesmo logo leva um susto quando me vê sentada na cama. Ele abre um sorriso pra mim e me entrega um bandeja com algumas coisas pra eu poder comer.
— Bom dia, Sabina - ele diz colocando a bandeja no meu colo - Trate de comer tudo — Bom dia, Noah. Muito obrigada mas, eu não quero comer - digo — Sabina por favor, não me faça ter que te obrigar a comer - ele diz sentando do meu lado na cama — Eu não quero. Não agora. Prometo que depois eu como - falo olhando pra ele, que assente com a cabeça e tira a bandeja de cima da cama — E então? Como você está se sentindo? - ele pergunta se sentando de volta na cama mas agora na minha frente — Dolorida. E estranha - eu falo e as lágrimas se acumulam nos meus olhos mas eu não permito que elas desçam - Noah - eu chamo e ele levanta a cabeça que estava abaixada pra poder me olhar - Obrigada. Por ter me acolhido aqui, por ter ido tarde da madrugada pra me buscar, por estar me dando apoio. - eu falo e agora as lágrimas que eu tanto tentei prender, escorrem — Ei, ta tudo certo - ele abre um sorriso - Quando eu prometi cuidar de você, eu estava falando serio. - ele diz e me abraça. Me sinto dentro do meu lar.
— Anda logo Sabina - Noah diz impaciente do lado de fora do banheiro — Tô sem coragem, vai arder muito - grito de volta — Eu vou ter que ir aí dentro de colocar debaixo desse chuveiro a força? - ele fala e eu grito que não - Foi? - ele pergunta — Ainda não - respondo — Você tem 1 minuto pra entrar debaixo desse chuveiro, se você não entrar eu vou aí te colocar a força, se você entrar eu te pago um japonês. Fechado? - ele pergunta — Fechadíssimo - falo lá de dentro e corro pra dentro do chuveiro. Minhas pernas ardiam por conta dos arranhados mas eu não perderia aquele japonês por nada. — Você faz tudo por comida né? - ele diz rindo ainda do lado de fora
Escuto três batidas na porta do quarto de hóspedes, onde eu estava. Grito pra pessoa entrar e vejo Linsey colocar a cara pra dentro do quarto. — Oi - ela diz sem jeito e eu abro um sorriso pra ela, sempre amei a Linsey e depois que o Noah foi embora, eu perdi todo o contanto que eu tinha com ela, nós éramos aquelas cunhadas inseparáveis sabe? E o Noah ficava cheio de ciúmes, mas ele amava nossa cumplicidade. Faço sinal pra ela entrar e ela entra se assentando do meu lado na cama - O Noah comentou comigo o que aconteceu - ela diz isso e eu abaixo a cabeça. Eu sentia vergonha de me encontrar nessa situação toda, me sentia envergonhada porque era algo que o Noah já tinha me avisado que ele era ciumento possessivo mas eu preferi acreditar que ele estava dizendo aquilo porque não queria me ver feliz. — É estranho tudo isso, Lins - falo ainda olhando pra baixo - Sabe quando você ama alguém, ao ponto de achar que aquela pessoa é tudo aquilo que você idealizava? - agora eu falo olhando pra ela que assente - E eu fui burra. Burra porque eu sempre conversei com minhas amigas sobre esse tipo de relacionamento e no primeiro sinal que ele deu, eu ignorei. Eu ignorei quando Noah me alertou. Ignorei porque eu fui egoista demais achando que o Noah não aceitava o fato de eu estar seguindo em frente, eu pensei que ele não queria me aceitar com outra pessoa. Você tem noção de que eu pensei coisas do Noah, por puro ego? - eu falo com nojo de mim mesma por tudo. Eu sempre conversei com a Linsey sobre tudo que relacionava eu e o Noah. Ela é a pessoa que mais acompanhou nossa história de perto, sempre nos ajudou em todas as vezes que tivemos dificuldades no nosso namoro e sempre se mostrou disposta a me ouvir e a me ajudar quando eu precisei. — Olha Sabi, primeiramente eu não imagino a dor que você deve estar sentindo, mas eu consigo imaginar o quanto é frustrante esperar algo de alguém e no final, ver que não estava longe de ser tudo aquilo que imaginávamos. Mas de uma coisa eu sei. Meu irmão nunca iria fazer nada pra te ver mal. Confesso que eu pensei que ele estava fazendo aquilo por puro ciúmes bobo, mas eu sabia no fundo que ele não iria agir daquela forma com o Pepe se ele realmente não soubesse que ele não era a pessoa certa pra você. Mas eu também conheço o Noah o suficiente pra saber que ele NUNCA ficaria magoado com você por ter achado essas coisas, e nunca te negaria ajuda. O Noah pode ser um idiota em muitas coisas, mas quando o assunto é relacionado a você, é diferente. Ele te ama Sabina, e isso ele não nega, pra ninguém - ela fala segurando a minha mão — Eu também o amo. Eu fico com raiva de mim mesma por ainda amar o Noah, ele namora uma das minhas melhores amigas. Que tipo de amiga eu sou Lins? É muito errado isso e eu queria sumir pra não ter que olhar pra Sina sabendo de tudo que eu sinto. — Cara... - ela dá uma pausa - Eu conheço a Sina a muito tempo, e eu sei que ela não é tapada. Ela sabe que vocês se amam, Sabina. Vocês podem achar que não, mas ela sabe do sentimento de vocês. Mas eu também não posso ser incoerente com você e dizer que meu irmão não a ama, porque ele ama. Um amor não exclui ou diminui o outro. Ele ama as duas, de formas diferentes e demonstra também de formas diferentes. Você não é uma escrota filha da puta por ainda ter um amor pelo seu primeiro amor da vida - ela fala e eu rio - É normal a gente ainda amar algumas pessoas que passaram pela nossa vida, e Sina nunca iria te julgar ou te odiar porque você ainda tem esse amor por ele. A Sina ama você, Sabi. De verdade mesmo, não se martiriza com isso que não vele a pena - ela diz e eu dou abraço nela — Eu senti tanto sua falta, Lins - falo no meio do nosso abraço — Eu também Sabi, eu também — Obrigada por sempre fazer de tudo pra tentar me ajudar - falo soltando do abraço - Te amo, viu? — Também te amo, mas aí de você se quando arrumar uma outra cunhada gostar mais dela do que de mim - ela fala e eu solto uma gargalhada alta — Você vai ser pra sempre minha cunhada preferida, bobinha - falo — QUEM QUER JAPONES? - Noah grita entrando no quarto com um monte de sacola na mão fazendo uma dancinha super esquisita, que faz eu e Linsey cairmos na gargalhada. Ah, como eu sentia falta de estar com eles.
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