chapter 9 • alphard black

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– Você disse isso para a sua mãe que eu tenho um belo de um pau? - James questionou, no seu melhor tom de brincadeira arrancando pela primeira vez em muito tempo uma risada genuína de Regulus.

– Sim, eu disse. E foi sensacional, a cara dela foi... - ele deu uma pausa, respirou fundo com uma sensação de alívio e um sorriso inexplicável. – Incrível.

Os dois deram risadas juntos, mas logo caíram em um silêncio muito confortável enquanto James enfaixava cuidadosamente a mão direita de Regulus.

A adrenalina que percorreu o seu corpo nas últimas horas, desde à quebrar o nariz de Severus no refeitório da faculdade até a discussão com a sua mãe, camuflaram totalmente as dores e os ferimentos da mãe direita de Regulus para ele mesmo. Mas como ele havia aprendido em pouco mais de convívio com James, absolutamente nada passava despercebido por James Potter.

Depois de deixar o Largo Grimmauld apenas com a mochila que pedira para Kreacher preparar, Regulus ficou por horas dirigindo sem rumo em Londres. Ele chegou a ir até Primrose Hill, apenas para ficar sozinho durante algum tempo, assistindo a vida urbana e caótica de Londres em pleno dia e ele se lembrou de James.

E de repente, todo o sentimento caótico que havia não somente na sua cidade, mas dentro do seu peito se acalmou. Ele se lembrou do toque de James, dos seus dedos, dos seus lábios e da textura de cada um desses toques. Ele se lembrou do humor inabalável do outro e de como era extremamente fácil sorrir ao lado dele.

– Você não vai voltar para o seu trabalho? - Regulus perguntou, quando James rasgava com os dentes o último pedaço de esparadrapo para prender a faixa em sua mão.

– Não, houve uma queda de sistema, nós fomos todos liberados. - James respondeu com um sorriso no rosto. – Então, eu estou muito contente que você fez isso com o Severus, mas você não pode realmente expulsar ele do time, pode?

– Hm, para falar a verdade eu posso.

James se virou para organizar as coisas que utilizou para enfaixar a mão de Regulus. Sua cama estava uma bagunça e muitos dos utensílios de primeiros socorros haviam se misturado. Euphemia mataria ele se visse aquilo.

– Eu não sabia que o capitão poderia expulsar outros jogadores. - James disse, fechando a caixa de primeiros socorros e colocando-a de qualquer jeito no chão.

– E não pode. - Regulus respondeu. Ele ergueu o seu tronco e apoiou as costas no encosto da poltrona do quarto de James. – Mas o meu pai me deu ações do time no meu aniversário, o que faz de mim proprietário majoritário. Então...

– O SEU PAI TE COMPROU UM TIME DE FUTEBOL? - James gritou, incapaz de conter o seu espanto.

Regulus soltou uma risada abafada e balançou os seus ombros, como se aquilo não fosse lá grande coisa.

– Da faculdade. - acrescentou. – Não é grande coisa.

– É um time de futebol! - James exclamou abismado.

– É... - Regulus voltou a rir, achando realmente muita graça da reação de James. – Sabe, eu deveria ter desconfiando sobre as diferenças de tratamento entre o Sirius e eu.

– Como assim? - James perguntou.

Regulus lambeu os seus lábios, abriu e fechou suas mãos, bateu os olhos no anel da família que ainda estava em seu dedo e respirou fundo antes de responder.

– Bem, eles deram um time de futebol no meu aniversário e deram um relógio pro Sirius. - ele observou, erguendo as sobrancelhas. – Mas eu sempre pensei que eles estavam magoados com ele por escolher ir embora. Sabe, eu sempre pensei que eu tinha que ficar porque ele escolheu ir. - a voz de Regulus diminuiu algumas oitavas, um nó se formou em sua garganta, mas ele tratou de engolir muito rapidamente. – Ela estava certa em um ponto, eu escolhi tudo que me fizesse estar o mais próximo possível deles, mas porque eu achei que deveria preencher as lacunas que o Sirius deixou e... - ele pausou, uma lágrima solitária escorreu em sua bochecha, mas ele foi rápido em limpar com a sua mão boa. – Bem, é isso, eu não vou ficar te enchendo com essas bobagens, você deve estar cansado de me ouvir falar e falar.

Meant To Be • STARCHASEROnde histórias criam vida. Descubra agora