chapter 13 • veneza

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James travou no mesmo instante, absolutamente nenhum músculo se moveu. Lily o encarava aflita, os lábios se moviam, mas nenhum som saia de suas cordas vocais. Certamente não era daquela forma que ela planejava atirar uma bomba assim em cima dele. Mesmo uma bomba impossível e hipotética.

Impossível e hipotética?

– De mim? - James questionou após minutos que pareceram horas. Lily, muito trêmula, assentiu. Ele pendeu o corpo para trás por alguns instantes e apoiou seus quadris na pia de mármore. – Tudo bem. Quer dizer, isso é impossível. - ele murmurou certo disso, um sorriso esquisito brotou nos seus lábios. Precisava haver uma explicação para aquilo, Lily tinha que ter uma explicação. – Isso é biologicamente impossível, nós nunca... Nós nunca... Você sabe, nós...

Mas um clique que, ao menos na cabeça de James, soou muito alto, trouxa à tona pra ele uma das muitas noites que haviam se apagado completamente da sua memória durante a viagem feita ao lado de Lily há exatas doze semanas atrás.

James não se lembrou de tudo, é claro, mas ele viu cenas cortadas que fizeram sua cabeça latejar e seu corpo inteiro estremecer com o frio que começou na sua barriga e se espalhou por todos os seus cantos.

Ele viu a si mesmo virando doses e mais doses de tequila no balcão de um bar em Veneza, Lily ao seu lado tomando a mesma quantidade de tequila, os dois incentivando o barman a voltar a encher seus copos e nunca os deixar vazios. Houve um corte, ele estava no banheiro dessa mesma boate aos beijos e amassos com um cara desconhecido, ele não consegue ver o seu rosto, mas ele vê fios loiros e reflexos do que ele acreditou ser olhos azuis ou talvez verdes, ele não soube dizer.

Outro corte, e dessa vez, ele estava de volta ao seu quarto de hotel, ele ainda beijava alguém, mas dessa vez era alguém diferente, consideravelmente mais baixa, cabelos maiores, ruivos intensos e os olhos definitiva e incontestavelmente verdes, ele empurrava para trás, beijava a boca, o rosto e o pescoço de Lily Evans como se sua vida dependesse disso.

Um outro corte se deu, esse fez sua cabeça latejar ainda mais, ele estava por cima de Lily, as unhas grandes da garota arranhavam as suas costas e ele estava dentro dela, literalmente dentro dela. James já havia transado com outras garotas antes, principalmente na faculdade, mas nunca em um estado tão avançado de embriaguez, nunca com tanto afinco e tanta vontade.

O último corte veio antes que ele pudesse se lembrar de ouvir a voz de Lily Evans soar de uma forma que ele nunca ouviu antes chamando pelo seu nome, ele se lembrou de acordar atordoado, sem roupas, exausto, completamente sozinho e sem nenhuma memória de absolutamente nada do que tivera acontecido na noite anterior do instante me que ingeriu a quarta dose de tequila, até o instante em que acordou sozinho em sua cama. Nenhuma lembrança, até agora...

– Dio mió. - James murmurou quando voltou à atualidade e os lapsos de memória pararam de assombrar a sua mente. Ele se apoiou completamente na pia de mármore e sentiu seu próprio corpo tremer abaixo dele.

Esse eram um daqueles momentos em que o seu italiano entrava em ação e ele não conseguia pensar ou falar em inglês e não importava se essa era a sua língua materna. Tudo era uma enorme confusão.

– Non ci sto credendo. Un figlio... - ele voltou a dizer, desacreditado que isso estivesse acontecendo. Ele se virou abruptamente para Lily, a ruiva estava completamente sem reação e tão nervosa quando ele próprio. – Da quando lo sapevi?

A garota engoliu a seco, seus olhos verde-esmeralda brilhavam das lágrimas e seus dedos moviam-se nervosamente em suas mãos sem saber o que fazer, não sabia o que falar.

– LILIAN! - James berrou, um forte sotaque italiano e um nome que quase nunca ele ousava pronunciar.

– Eu não sei, eu não sei o que você está dizendo! - a garota respondeu aflita. Ela engoliu a seco e tentou secar o rosto com as costas de suas mãos.

Meant To Be • STARCHASEROnde histórias criam vida. Descubra agora