Imagina depois de cinco anos você reencontrar alguém que mexeu com sua vida e agora vai mexer de novo.
Imagina depois de cinco anos você voltar para o seu país e encarar o seu legado deixado para trás.
As pessoas mudam com o tempo, obtém segredo...
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Tudo estava indo como planejado, sair de Ottaka, nos Estados Unidos, e voltar para Filies, no Brasil, era empolgante para Ingrid. Depois de cinco anos longe de suas amigas que nunca desistiram dela era uma tortura, mas agora sua vida vai voltar ao normal.
— AAHHH — Endurece os punhos — A quem quero enganar? Nunca vou achar os meus brincos!!!
— Não vai achar mesmo, Ingrid. — Adentra o quarto — Porque quem achou fui eu — Seus olhos verdes e convencidos encontram um quarto totalmente bagunçado.
A descendente asiática de cabelos castanhos ajuda a sua amiga a reorganizar seu quarto.
— Todo esse desespero só para ir ao mercado? — Questiona assustada.
A loira abre sua mala pela terceira vez e procura seu estojo de lentes para colocá-las antes de sair.
— Eu deveria me preocupar com isso? — Pega uma foto jogada na mesa de vidro.
A foto continha um grupo de amigos, num festival assombrado para comemorar um Halloween de cinco anos atrás. Oliver, com sua fantasia de Pateta, Paulo de Curinga, Arthur de vampiro, Priscila de Bela, Violeta de Mulan e por fim, Ingrid, de Chapeuzinho Vermelho.
— Ágatha...— Ela suspira por míseros segundos ao observar a foto — Esses são os meus amigos, vou encontrá-los hoje. — Pausa novamente para passar os dedos na imagem — Pelo menos alguns deles.
Ágatha guarda novamente a foto para fazê-la despertar de seus pensamentos e colocar suas lentes rapidamente.
— Então vá comprar logo o que você precisa para esse piquenique antes que eu morra com esse sentimentalismo todo — Ordena, se retirando do quarto.
Ingrid terminou de se arrumar e seguiu rumo ao mercado mais próximo de seu apartamento. Porém não era só ela quem tinha a obrigação de comprar alimentos para um piquenique, ou melhor dizendo, para um almoço.
— Tá bom, não vou esquecer! — Arthur conversava pelo telefone enquanto passava pelos corredores com uma sexta de compras. — Eu já peguei o que é preciso, não se preocupe, Leila!
— Leila?
{Mesmo que você não caia na minha cantada Mesmo que você conheça outro cara Na fila de um banco Um tal de Fernando Um lance, assim Sem graça
Mesmo que vocês fiquem sem se gostar Mesmo que vocês se casem sem se amar E depois de seis meses Um olhe pro outro E aí, pois é, sei lá} Luan Santana - Te esperando.
Essa voz nunca seria irreconhecível em nenhum momento de sua vida, não importa quanto tempo passasse, ele sempre iria se lembrar. Ao se virar, foi como uma cena em câmera lenta de um filme.
— Meu Deus.
Um abraço forte não pode ser deixado de lado e a felicidade dos dois era perceptível para todos que os vissem.
