(Christopher e Larissa - continuação)
Após todas as palavras que ele acabará de dizer não consegui controlar o choro, a cada palavra sentia a sinceridade e a intensidade com a qual pronunciava. Encostei minha testa em sua e deixei escorrer algumas lágrimas até ele erguer meu queixo com a mãos e deu um sorriso tímido e percebi que ele também estava com o rosto úmido com suas próprias lágrimas.
Passou um filme por minha cabeça, lembrei daqueles olhos cor de mel e avelã me olhando quando nos conhecemos, cada sorriso torto que aquecia meu coração e meu corpo, cada toque, cada palavra bonita, sua voz rouca dando bom dia, seu rosto iluminado pelo sol com seus cílios fazendo sombra. Naquele momento percebi que realmente sentia que poderia passar o resto da minha vida ao seu lado.
Respirei fundo e apenas falei.
-Eu costumava sonhar em ter uma vida boa, trabalhar naquilo que eu amo, ter minha própria casa, minhas coisas, batalhar e ter tudo por meu próprio mérito, ser independente. Mas a cada momento que passo ao seu lado uma luta interna é travada em mim, pois meu coração quer ser dependente de você, quer que você seja o dono do meu coração, dono das minhas alegrias e até do meu choro e isso me assusta ao ponto de lutar contra a vontade de sair correndo para o mais longe de você a cada vez que isso acontece. Eu te peço um pouco de paciência, até eu me acostumar com esse mix de sentimentos em mim se isso for o que você quiser. Não posso te prometer que será fácil, apenas posso te dizer que tentarei fazer meu melhor.
Olhei em seus olhos em cada palavra que eu falava para ser o mais sincera possível. Ele apenas me olhava como se eu fosse o seu mundo e isso me deixava confusa e feliz ao mesmo tempo.
Assim que eu acabei de falar respirei fundo e esperei sua resposta.
Ele apenas suspirou, deu um sorriso e me disse:
-Esperarei o tempo que for, saiba que sempre estarei aqui para o que precisares de mim, sei que não será fácil, afinal todos temos defeitos, sei muito bem os meus, te peço paciência nesse nosso processo de autoconhecimento e de conhecimento um do outro. Apenas quero te pedir que seja o que for, fale comigo, seja sincera sobre qualquer coisa, me tenha como seu porto seguro, aquele que você pode contar nos momentos bons e nos difíceis. Pode fazer isso?
-Sim.
-Ótimo, sendo assim então, acho que já podemos sair desse carro e subir para um bom banho. Estou realmente muito cansado e a única coisa que eu quero agora é deitar ao seu lado e adormecer sentindo seu cheiro e seu calor.
Comecei a rir e concordei me retirando lentamente de cima dele e indo para meu banco.
Caminhamos de mãos dadas até o quarto, esperei por ele sentada na janela, olhando para o nada, pensando em tudo o que havíamos falado. Permaneci apenas observando e era como se eu estivesse em um mundo paralelo, não havia noção de tempo, não percebi que ele havia me chamado pelo menos umas 3 vezes até que ele se aproximou e tocou em meu braço.
-Um pensamento por outro?
-Que? - perguntei me assustando e me dando conta de onde estava.
-Terminei, vá tomar um banho, vou te aguardar na cama, não demore muito.
- Ah certo, estou indo.
Sem falar mais nada me levanto, e vou para o banheiro. Enquanto tiro minhas roupas uma sensação estranha percorre por meu corpo, não sei ao certo o que é. Encaro o reflexo no espelho, a maquiagem já um pouco borrada, cabelo um pouco bagunçado, mas o que me chama atenção é meu olhar, jamais o havia visto, confusão era evidente.
Respiro fundo 3, 5, 7 vezes, senti meu corpo adormecer, o chão girar, não "posso ter uma crise de ansiedade aqui, agora não, por favor!", repetia a mim mesmo a cada respiração.
Por fim comecei a sentir meu corpo alguns minutos depois. Quando me senti forte o suficiente caminhei até o box do banheiro, liguei a água no mais quente possível, olhei para o vapor subindo, entrei embaixo da água e quando consegui sentir a temperatura da água liguei a água gelada até sentir a temperatura ideal, quente o suficiente para sentir lavar minha alma.
Termino o banho sem conseguir pensar em nada mais, me sinto exausta assim que termino de colocar um par de moletom do Chris que encontrei no closet, não me importando em perguntar se poderia ou não. Caminhei até a cama e o vi ali, dormindo, seu peito subindo e descendo a cada respiração, ele também estava vestindo uma calça de moletom preto, sem camisa, um braço por baixo do travesseiro, o cabelo estava cobrindo uma parte do seu rosto, seu rosto estava calmo, percebo algumas olheiras fundas e escuras embaixo de seus olhos, sinais de algumas noites mal dormidas ou ausência do sono realmente ele estava cansado. Peguei o cobertor e o cobri, escorreguei para debaixo do cobertor, de frente para ele, senti meu rosto úmido, lágrimas silenciosas escorriam de meus olhos, deixei que elas levassem o que estava sentindo, e adormeci olhando para seu rosto.
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Encontros do Destino!
FanfictionSabe quando seu destino brinca com você? Pois é, meu destino só pode me pregar peças.