Lado Sombrio {CONCLUÍDA}

Capítulo 13

Guardei o celular. Não tinha mais o que ser dito, ou pelo menos que ele precise dizer. Lagrimas temeram descer, quando me lembrei de Evan o tal garoto misterioso que talvez tenha acabado com meu namoro. Mike logo saiu com a garota para outro lugar longe de mim. Estava em silencio olhando para o céu quando algo se moveu atrás de um carro a minha frente. Um frio percorreu a minha espinha, minha boca ficou tão seca que não consegui engolir. Uma silhueta escura deslizou para trás do carro, andando devagar.

Estava claro e a lua deixava todos os cantos iluminados. Queria correr, eu queria. A curiosidade foi maior. E já assisti a filmes de terror o suficiente pra saber que essa é uma péssima ideia, mas eu não pude evitar e minhas pernas pareciam ir de forma involuntária. A música alta estava me deixando um pouco zonza. O coração acelerado bombeia pulsante em meu peito. Abaixei encostada a lateral do carro de cor branca.

Algo gosmento e escuro espirra sobre as folhas secas me assustando, recuei. Aquilo se moveu assim que me mexi. Parei. Enchi os pulmões de ar e estava pronta para correr.

Corri.

A sombra escura topa com toda força em mim, o corpo estava tão frio que me arrepiou dos pés a cabeça. Adam estava com os lábios manchados de algo bem vermelho e que escorria pelo seu pescoço, os faróis refletiu os olhos negros.

— Por favor, não grita. Deixa eu te explicar. –sua mão fria segurou meu braço, — Eu te explico tudo se você não gritar.

—O que é você... –minha voz rouca, começou a escapar entre meus lábios quase como um murmúrio. Meus olhos perseguiam a cada gesto de Adam, observei seus lábios onde a coisa vermelha estava alguns segundos atrás. Ele percebeu o contato sobre si e puxou o casaco escondendo o seu pescoço.

— É difícil dizer, preciso de tempo para te explicar, mas, por favor, não conta pra ninguém o que você viu aqui. – a voz suplicante e desesperada me fez tremer.

— Não me machuque... – falei o encarando. Ele abaixou a cabeça se afastando devagar de volta para trás do carro. Afastei-me também me enfiando no meio dos alunos que por sorte nada percebeu daquela situação estranha. Adam parecia me perseguir pelos pensamentos, eu o sentia a minha volta a todo segundo.

Mike logo me encontrou.

—Você esta bem? Parece assustada. –ele comentou me abraçando em seguida. Chorei em seus braços. Ele não perguntou mais nada alem de me abraçar. Resolvemos dançar um pouco para distrair, afinal estava ali há poucos minutos. De longe eu vi Adam se encontrar com Alexia. Ele estava diferente, outro casaco e sorria ao lado da minha melhor amiga. Fiquei observando ate eles se afastarem para dançar. Tony ficou sozinho encostado a uma mesa improvisada feita de troncos, ainda tomava refrigerante. Mike o viu ali e me devolveu o olhar.

— O que fazemos pra ele se divertir? –perguntou ao meu ouvido. A voz aguda me fez fazer careta. Fiz gesto indicando que eu não fazia ideia. Mas, logo uma moça de cabelos negros se aproximou dele, eles logo engataram uma conversa. Não foi uma boa ideia estar ali e o desconforto estava me deixando completamente desconcertada, tal forma que me faz pisar no pé de Mike por diversas vezes seguidas.

— Melhor eu ir embora não estou me sentindo bem aqui... – minhas mãos tremiam.

— Você precisa me contar o que houve você saiu para ir ao banheiro! E voltou parecendo que se drogou. –a voz foi firme demais ou eu estava sensível.

Aquilo feriu um pouco.

O empurrei.

Mike correu ate mim sério tentando me parar, de longe Adam me olhava serio.

— É que... –tentei dizer. Mike segurava meu braço esperando alguma explicação. Adam se levantou do capo de um carro onde estava apoiado, o dedo indicador foi à boca indicando que eu devia fazer silencio. Aquela noite já estava longa demais eu precisava de ar, droga eu ia vomitar. Mike se esquivou quando o meu refrigerante voltou, o ardor na garganta me fez tossir.