Capítulo 16

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Shinso

-Acho que estamos presos... 

O menor do meu lado começou a rir fazendo com que eu o acompanhasse naquilo que parecia uma grande piada de filme clichê. 

-Vem, vamos ver se a porta da cantina 'tá aberta. - Ele me puxa voltando para o seu humor original, o solzinho de sempre. Só que dessa vez foi diferente. Ele agia com naturalidade, nada do que ele fazia ou falava soava forçado. Ele realmente era um idiota, mas dessa vez era o idiota mais genuíno que poderia ser, e isso me encantou de uma forma que fez meu coração bater bem mais rápido do que deveria. - Ei, 'tá tudo bem? - Ele perguntou preocupado.

-Tudo ótimo, por quê? 

-Senti seu pulso acelerar, tem certeza de que está se sentindo bem? - O loiro coloca a mão na minha testa e depois em minhas bochechas, a fim de checar minha temperatura. - Meu Deus, ShinShin você está queimando! 

Eu não o respondo, apenas pego sua mão gentilmente, beijando-a em seguida. O puxo para um abraço, não consigo me cansar do calor daquele corpo. Ele se afasta e coloca a mão sobre meu rosto novamente, se aproximando para colar nossas testas. O beijo mais uma vez naquele dia, amava o carinho e doce dos seus lábios. 

-Me assusta o quão incrivelmente rendido eu sou por você... - Disse da forma mais abobada possível, era difícil pensar muito quando estava com ele, parecia que aquele loirinho me roubava todas as palavras. 

-Me assustava também, o quão boiola eu fiquei  por você em tão pouco tempo, mas sinceramente eu não acho mais que isso seja uma grande coisa. - Me assustei por um momento, é claro que meu primeiro raciocínio foi olhar pelo pior lado, mas me bastaram dois segundos para me lembrar que era do Denki que eu estava falado. Aquele loirinho gosta de mim de verdade. - Você já me viu nos meus piores estados, e ao invés de rir de mim ou me deixar na mão, continuou lá e me ajudou. Pra mim isso não tem preço.

Passamos algum tempo ali, abraçados, aproveitando aquele tempo. Todos os momentos com ele eram completamente preciosos e eu não podia simplesmente deixar isso passar pelos meus dedos sem aproveitar. Voltamos a andar em direção à cafeteria e encontramos a porta aberta. 

-Será que as máquinas ficam ligadas? - Ao ver a comprovação de sua pergunta Kaminari correu em direção aos pacotes de salgadinho que tanto desejava. - Shin, qual você quer? 

- Você acha que eu vou te deixar pagar? - Ele fechou a cara mas eu não me importei, tomei a frente inserindo o dinheiro na máquina e pegando os pacotes pra nós. - Toma, pega alguma bebida 'pra gente. - Disse entregando umas notas pra ele. 

Nem pensamos em sair dali, passamos quase a tarde toda sozinhos na escola, correndo e agindo como se fossemos duas crianças brincando de faz de conta... Mas uma hora a brincadeira tinha que acabar. Recebi uma ligação do meu pai, desesperado tentando descobrir onde estávamos. Quando expliquei, conseguia sentir sua raiva a quilômetros de distância. Ele mandou esperarmos na porta que estava chegando para nos buscar. 

-Eu 'tô com um pouquinho de medo ShinShin... - O loiro diz agarrado no meu braço. - 



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