Capítulo 7

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Shinso

-D-desculpa Shinso... -Ele se encolhe levemente na posição que estava. - Eu acabei falando demais, você não precisa ficar comigo se não quiser, eu entendo se- 

Eu me aproximo dele encaixando seu rosto em minhas mãos, seco as lágrimas que corriam em seu rosto e o puxo para um simples beijo singelo. Me separo do mais baixo e o abraço forte, não queria soltá-lo, vejo-o se encolher em meus braços e deposito um beijo no topo da sua cabeça. 

-Eu só...não sei explicar, desde o momento em que nossos olhos se encontraram eu sinto por você algo que eu não sei como descrever. É como se... se estivéssemos apenas...- 

-Esperando para nos conhecermos. - Me lembro do que meu pai me disse mais cedo. - Eu sei, eu entendo. Ontem mesmo eu te disse, te avisei que me apego fácil, só não imaginava que você sentisse o mesmo. - Meu tom de voz abaixa e começo a me sentir inseguro. - Desculpa, eu só não consigo acreditar que alguém poderia mesmo se sentir assim em relação a mim. 

-Shinso olha 'pra mim. - Olho em seus olhos e o vejo apontar para si. - Eu sou apenas um idiota! Me surpreende que você tenha se interessado por mim em primeiro lugar! - Eu o olho e rolo os olhos, não consigo acreditar que ele esteja falando aquilo sobre si mesmo. 

-Kaminari cala a boca por favor! Você é perfeito! Seus olhos que transmitem uma eletricidade de outro mundo, seu cabelo é insuportavelmente lindo com essa marca preta. Seu sorriso, meu Deus o seu sorriso... poderia acordar todos os dias te vendo sorrir. - Acabo falando muito e ele me olha um pouco assustado, me preocupo em ter o deixado desconfortável. 

-Você realmente pensa isso? - Assinto - Realmente não acha que seja muito rápido? 

-Isso precisa ser um problema? - O vejo sorrir e me olhar nos olhos. - "Nem todo relacionamento precisa levar 5 meses de envolvimento e um par de alianças para funcionar". Seu querido professor foi quem me disse isso. - Digo acompanhando sua risada. - Não precisamos complicar isso, relacionamentos não começam diretamente no "Eu te amo", isso pode ser desenvolvido com o tempo. Seremos felizes enquanto estivermos juntos, SE não der certo, teremos uma boa história para contar. 

-Acho incrível como podemos ser tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo...  - Denki me olha bobo e me beija novamente. - O que você e seu pai conversaram tanto lá fora? 

-Ah... Ele ficou indignado por eu estar me envolvendo com um ''loiro que grita'', sendo que ele fez exatamente a mesma coisa e estão juntos até hoje e com 2 filhos. -Ele me olha confuso e eu logo entendo que ele queria saber quem era o parceiro do mais velho. - Present Mic. - O loiro me olha espantado e nós dois rimos. - Pois é, diz que eles se juntaram no ensino médio e que tudo aconteceu muito rápido assim como a nossa situação aqui... Se casaram um pouco depois do colegial e contrataram uma barriga de aluguel, 16 anos depois adotaram Eri e agora somos uma família. 

-Eu amo a Eri! Ela é um amor! 

-Claro... Vou te deixar duas horas preso com ela pra tu ver o amorzinho que ela é. 

-Ele disse mais alguma coisa? - Pergunta levemente preocupado. 

-Falou que queria que eu te levasse lá para um ''almoço em família'', mas eu disse que era muito cedo... 

-Vamos fazer o seguinte: Vamos ficando essa semana e vemos como as coisas acontecem, se tudo der certo, e assim espero, vou junto com você para a sua casa. - Ele estende a mão para um aperto e eu o puxo para um beijo. Depois que nos separamos olhei no relógio e tínhamos apenas dois minutos, o puxo para fora da enfermaria. 

-Vamos antes que o Aizawa sirva você no almoço. 

Deixei Denki na porta da 1-A piscando para Aizawa, que assentiu soltando um leve sorriso, e fui rapidamente até a minha sala. Pedi permissão para o professor, que foi cedida pois meu pai já havia o avisado que me atrasaria. Me sento na minha carteira e pego meus materiais, não conseguiria prestar atenção em nada mas não custa fingir. Vejo Monoma, que se senta ao meu lado, se inclinar e me passar um papel escrito "Onde você estava? Fiquei preocupado com você Hito-kun...". Peguei uma caneta qualquer e respondi, entreguei novamente o papel para o garoto que fechou a cara ao ler a mensagem. 

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