Jeongguk abriu os olhos lentamente, sendo recebido pela claridade da manhã. Por um momento se assustou, não entendendo muito bem onde estava e não reconhecendo a sala de estar, mas seu coração se acalmou ao lembrar dos eventos do dia anterior.
Ele não havia sido sequestrado, e sim estava no novo apartamento, são e salvo, e com dores nas costas por ter dormido no sofá.
Depois de alguns segundos parado, Jeongguk suspirou alto e se sentou, espreguiçando-se, sentindo todos os músculos do seu corpo.
— Jamais dormirei nesse sofá de novo — murmurou para si mesmo, pegando o celular em seu bolso e desbloqueando a tela do aparelho.
Eram nove da manhã. Ele estava faminto e aparentemente não havia ninguém no apartamento — de novo — que pudesse lhe emprestar uma chave para ele poder sair. Ele até testou a porta, mas estava trancada.
Com fome e preguiça, olhou ao redor.
No dia anterior não teve tempo de reparar nas coisas não só porque estava escuro, como também se sentia um intruso com Jimin tão furioso perto de si.
O sofá onde havia dormido era bordô; à sua frente, havia uma pequena televisão em cima de uma mesa marrom, com uma prateleira ao lado contendo uma coleção, do que Jeongguk julgou ser de filmes.
Ao se virar, percebeu que a cozinha era logo atrás da sala. Era pequena, com uma mesa com espaço o suficiente para quatro pessoas, limpa e organizada, também. Jeongguk até se lembrou da cozinha de sua avó, que batia com a frigideira na sua cabeça caso você desorganizasse alguma coisa.
Andou com lentidão, percebendo as paredes verdes claras do local, o que dava um ar de tranquilidade. Foi até onde Jimin lhe disse ser o banheiro, abrindo a porta com cuidado e discrição; limpo, também — provavelmente alguém no apartamento era um louco por limpeza, pensou.
Sua atenção foi chamada, porém, pela porta de vidro ao lado dos armários da cozinha.
Era uma varanda.
Andou devagar até lá, deslizando-a para o lado. Foi recebido por uma briza gélida, porém o Sol da manhã já estava ali, contrastando com o frio do tempo. Caminhou em passos lentos até se encostar no parapeito da sacada, olhando para baixo e ao redor.
— Uau — murmurou, sentindo-se sem ar.
Parecia até as fotos que viu na internet. Mas não; era real. Ele estava ali e não em mais um dos seus sonhos malucos. Ele estava em Seul, de verdade.
O clima silencioso, porém, foi quebrado com um barulho estridente, fazendo-o saltar. Demorou alguns segundos para que Jeongguk entendesse que era seu celular, tocando alto na mesa da sala de estar. Ele saiu correndo, com medo de que aquele barulho pudesse acordar Jimin e que ele recebesse alguma bronca. No caminho, acabou tropeçando no sofá, engolindo um grito de dor, apenas para descobrir que era sua avó.
Seus olhos se arregalaram ao lembrar que havia se esquecido totalmente da promessa de que ligaria para ela assim que chegasse em Seul — em sua defesa, ele estava desesperado demais tentando achar o caminho para pensar em ligar.
— Oi, vó... — sussurrou Jeongguk, quando voltou para a varanda, com medo demais para olhar para trás e saber que havia acordado alguém no processo.
— Jeon Jeongguk! — gritou a Sra. Jeon, fazendo-o instintivamente tirar o celular do ouvido. — Eu não disse para você ligar?! Seu avô não é bom do coração! Eu já estava pronta para ir com a caminhonete até Seul e...
— Vó, a senhora nem sabe dirigir...
— Pois eu aprendo então, oras! — resmungou ela. Jeongguk conseguia ouvir a frustração e raiva em sua voz, fazendo-o suspirar inconscientemente. — Por que você não ligou?! Você está bem?!
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Nesse apartamento - taeyoonkook
FanfictionJeon Jeongguk cresceu em uma pequena vila da Coreia do Sul. Ao completar seus dezenove anos e se mudar para Seul para estudar, ele acaba parando em uma república, em um quarto compartilhado com mais três garotos. Como se já não bastasse um deles, Mi...