Min Yoongi e o fantasma do primeiro andar

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Jeongguk acordou assustado.

Estar em uma cidade grande era totalmente diferente do que estar em Hahoe. Lá, quando ele dormia, não ouvia nenhum barulho além dos passarinhos nas manhãs. Porém, em Seul, ele conseguia ouvir os carros passando ao longe, além do movimento de pessoas.

Os primeiros dias foram difíceis — ele não conseguia dormir direito, demorando quase três horas para cair no sono, além de ter sonhos estranhos em seguida.

Na segunda semana, porém, os barulhos ficaram aceitáveis. Ele finalmente havia começado a ir à faculdade, assumindo uma rotina tranquila: acordava perto das oito horas, saía para correr pelo bairro, voltava para dar uma olhada nas flores em frente ao prédio, ia para a aula à tarde e voltava perto das oito da noite.

Era algo que ele não tinha muito do que reclamar, com exceção de uma coisa.

Jeongguk estava ouvindo barulhos estranhos desde o terceiro dia que havia chegado.

Começou com coisas simples, que ele julgava virem da rua, até ele perceber que não, que as vozes sussurradas vinham de dentro do apartamento. Era sempre antes das oito da manhã: ele acordava ouvindo vozes, um sussurro mínimo e assustador. Não só isso, às vezes, durante à noite, ele ouvia passos arrastados, e ele tinha certeza que não era nenhum dos meninos do apartamento, porque ninguém andava pelos corredores de madrugada.

Isso começou a perturbá-lo um pouco, ainda mais quando, não bastando ele demorar pra dormir, ele começou a acordar extremamente cedo com esses ruídos. Chegou até a perguntar para Seokjin e para Jimin se por um acaso o prédio não era mal assombrado, o que fez Seokjin gritar e morrer de medo, mandando Jeongguk parar de falar sobre.

O fato era que ninguém sabia se o prédio era realmente assombrado ou não, e Jimin admitiu ter ouvido coisas estranhas nos últimos dias, também.

Então, ao ser acordado de manhã pelo mesmo barulho, Jeongguk estava tentando se decidir se ele deveria se sentir assustado ou assustado para caralho.

Suspirou fundo, ouvindo algo ser arrastado perto da porta do seu quarto. Ele se sentou em um pulo, observando a figura ainda adormecida de Jimin, e olhou em direção à porta. Conseguiu ver, pela fresta de baixo, que havia alguém ali, andando pelo apartamento, e ele rezou para ser Seokjin. Mas, tão logo os ruídos começaram, eles também pararam, deixando um Jeon descabelado, de pijama, sentado no colchão de sua cama.

Seu coração batia rápido, como um martelo em seu ouvido, e sua respiração estava levemente ofegante. Tentando juntar toda a coragem que conseguiu, ele se levantou de supetão, nem ao menos se preocupando em calçar o chinelo para sair do quarto.

Abriu a porta com uma violência desnecessária, ouvindo ao fundo um grunhido vindo de Jimin e se xingando mentalmente por quase acordar o mais velho sem querer. Mas a culpa não era dele se estava nervoso.

Apesar de ofegante, ao olhar ao redor, analisando o pequeno corredor, ele não viu nada. Não havia nenhum resquício de alguém ter passado por ali, e ele até pensou que poderia ter alucinado sobre os passos que havia ouvido. Seria sua falta de sono decente lhe deixando louco?

Jeongguk soltou um ar que não havia percebido que estava segurando, fechando a porta atrás de si. Arrastou seus pés até a cozinha, dando uma pequena espiada na porta que dava para a varanda: o Sol já começava a nascer. Pelo relógio na parede, pôde ver que já eram 6:30 da manhã. Deu um pequeno sorriso: adorava acordar cedo, mesmo que tivesse sido por circunstâncias tais como um fantasma assombrando o lugar que morava.

Depois de lavar o rosto, apressou-se em preparar uma pequena porção de arroz com alguns legumes para comer, sentando-se em uma das cadeiras, saboreando a comida que pegava com seu chopstick, e fez questão de lavar o que sujou em seguida, pois sabia que Seokjin teria um ataque caso visse a cozinha desorganizada.

Nesse apartamento - taeyoonkookOnde histórias criam vida. Descubra agora