Eu, Dean, me mudei há um mês para cá imaginando que essa cidade tivesse mudado, mas me enganei. Tudo continuava do mesmo jeitinho, e só agora parei para analisar tudo. Sorrio olhando o bairro onde cresci, andei de bicicleta pela primeira vez, brinquei de pique esconde, corri atrasado para a escola, passei a primeira vez com meu namorado e... Não, de novo não.Lembranças me invadem e eu paro o carro no mesmo instante; eu precisava respirar... Isso ainda me afeta muito.
— Pai, você tá bem? — pergunta minha filha, tocando meu braço. — É aquela coisa de novo? Ligo para o papai Miguel?
— Não... Está tudo bem, Megan eu só esqueci meu inalador de novo. — minto. — Não precisa ligar para o seu pai.
— Tá bom, pai... Obrigada por deixar eu ir na casa da Char semana que vem. — diz sorrindo e isso me traz de volta ao lugar.
— Eu disse que deixaria, só que antes não dava mesmo. - explico de novo e ela sorri concordando. — Não precisa agradecer, meu amor, mas por que semana que vem ainda?
— A Char e eu queremos preparar uma coisa bem legal! — fala, rindo agora, de orelha a orelha. — Você vai também, né?
— Papai tá ocupado filha... Você sabe.
— Ah é, tudo bem. - fala, e percebo que seu tom de voz mudou, de um extremamente feliz, para um totalmente desanimada. E aquilo acabava comigo.
— Meg...
— Tudo bem, papai. - sorri sem mostrar os dentes. — Falta muito para chegar em casa? - pergunta, tentando mudar de assunto e eu sei que ela está triste, mas não insisto.
O caminho até em casa foi num completo silêncio, ela acabou dormindo e eu a carreguei até a cama. Ao voltar para a sala, vejo Sam sentado no meu sofá favorito, jogando videogame.
— Explique-se. — falo, de cara feia.
— A Ruby! — diz, sem soltar o console e me encarar.
— Desenvolva. — continuo, com raiva.
— Ela está irritante cara, disse que tem algum trabalho muito importante, que precisa de espaço... essas coisas de mulher. — bufa.
— Certo... Mas por que você tá no meu sofá mesmo?! — Reclamei.
— Ela precisava de espaço. - repetiu dando ênfase na frase. —Então, vim para a casa do meu amigo favorito.
Reviro os olhos e desisto. É impossível às vezes argumentar com ele, pelo menos ele tinha feito o almoço, então não vou reclamar tanto. Demorei mais uns trinta minutos e então chamei a Meg pra comer. Ela toma banho, se arruma e desce correndo quando percebe que o Sam está aqui. Às vezes, eu acho que tenho dois filhos.
— Brigou com a tia Ruby de novo, tio? - pergunta ela, curiosa e ri. — Parece até meus pais...
— Na verdade é o seu pai Miguel que brig... — o cortei, antes de terminar.
— O que o tio Sam quis dizer é que às vezes, os adultos precisam conversar sério para resolver as coisas. — explico. — Por que você não conta ao seu tio as novidades?
Ela esquece esse assunto e começa a contar, animada, ao Sam, sobre ir à casa da amiga, e ele dá ideias de como elas podem se divertir e de verdade, e então me pergunto se o Sam não é uma criança em corpo de adulto.
Por isso que a Megan e ele se dão tão bem, minha filha ama conversar, e inventar coisas para se divertir e o Sam é exatamente assim.
Eu gosto de vê-la feliz. Quando a gente se mudou aqui, ela ficou triste por deixar seus amiguinhos e seu outro pai, meu "querido" ex-marido, o Miguel. Mas nós dois sentamos e conversamos com ela pra explicar, da melhor forma possível, o porquê de eu estar voltando para minha cidade natal. E que ela ainda veria o pai, sempre.
Foi inevitável e claro, difícil, porque isso tudo ainda é recente. Agradeço imensamente por essa nova amiga ter criado uma relação rápida com ela e por estarmos mais próximos de Sam, que antes vinha aqui uma vez por mês, mas agora aparecia dia sim, e dia não.
E a Megan adora isso.
Enquanto eles estão conversando, eu aproveito pra ir até a cozinha organizar o almoço, ouço as risadas da minha filha e esticando o pescoço para o lado, vejo ela fazendo massagens nos pés de Sam, por cima das meias.
Eu conheço minha filha o suficiente pra saber que todo aquele tratamento vip teria uma consequência, assim como eu também sabia exatamente o que ela ia pedir.
— Você bem podia ir comigo na festa, já que o papai Dean não pode...não é, tio?.. - ela pede fazendo bico e eu caio na risada dentro da cozinha; eu sabia que ela pediria algo. — Por favorzinho. - continuou juntando as mãozinhas e não pude deixar de achar aquilo fofo.
— Você sabe que eu não posso dizer não a você, né? — diz e aperta as bochechas dela, de leve vendo ela concordar. — Mas infelizmente nesse dia o tio não vai poder, tenho um trabalho importante da faculdade pra fazer.
— Você ainda estuda, tio? — pergunta confusa e olha pra cozinha gritando. — Papai, por que o tio Sam ainda estuda e você, não? - sorriu saindo com um pano de prato nas mãos e encaro meu amigo de forma debochada.
— Porque seu papai é super inteligente e o seu tio Sam... Bom, é o seu tio Sam, por isso não acabou.
— Depois eu que sou o imaturo. - ele revira os olhos.
— Bem, chega de conversa e vamos pra cozinha almoçar.
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D̳e̳s̳t̳i̳n̳a̳d̳o̳ ̳a̳ ̳T̳e̳ ̳A̳m̳a̳r̳ ̳-̳ ̳D̳e̳s̳t̳i̳e̳l̳ ̳V̳e̳r̳s̳i̳o̳n̳ ̳-̳
Fanfic[CONCLUÍDA] "Dizem que as almas gêmeas estão destinadas a se encontrar, mas não a ficarem juntas. Harry e Draco entendiam isso mais do que ninguém. Os dois viveram uma paixão avassaladora aos 16 anos, porém, descobriram que o relacionamento deles...