Quando aprendo amar

Foi daqui que pediram uma pizza?

Meu pai amado, só podia ser ele eu nem ao menos coloquei os tênis, bem maquiagem não era importante, mas eu precisava dos meus tênis definitivamente, onde estão? Onde estão? Droga! Na terceira vez que a campainha ecoou eu atendi, e puta que pariu confesso que não esperava aquilo.
-e... Eu... E... Bem oi...
-oi... Foi daqui que pediram uma pizza?
-e eu não esperava que você fosse jantar aqui, e sim que fossemos sair pra algum lugar.
-bem, eu não te disse o horário que eu viria, e eu não acho que seja seguro sair a essa hora da noite então vim direto do trabalho para cá.
-espera, mas você não ganhava dinheiro tocando guitarra?
-não a banda ganha os integrantes que se virem.
-hum, e por que você não me avisou que vinha quando saiu do seu serviço? Já são onze da noite.
-bem... E que eu gosto de surpresas e tau.
-eu não então da próxima vez avise.
Eu percebi logo depois de dizer que soei muito grosseira e ele ficou sem jeito.
-bem quero dizer não e nada demais e só que eu preciso de tempo pra por os meus sapatos e tau.
-bom essa bronca não foi tão ruim assim se você quer saber.
-não?!
-pelo menos você afirmou que terá uma próxima vez.
-não... Eu apenas disse que se você aparecer aqui de novo eu não vou chutar sua bunda.
-muito confortante obrigado.
-você prefere ficar batendo papo aqui na porta e comer pizza fria ou entrar e comer vendo algum filme legal ?
-segunda opção... E segunda opção - ele murmurou - parece melhor.
Talvez ele achasse que teria a chance de me dar um beijo se nos víssemos um filme, mas meu pai estava lá encima então provavelmente seria mais difícil, até por que eu não entregaria os pontos tão facilmente, mas ele era bonito muito bonito, mas amor próprio e tudo ele podia ser bonito mais não estava a minha altura eu era linda, bem ao menos eu preferia pensar assim para resistir mais. No meio do filme ele tentou levemente se aproximar mais de mim, mas eu me afastei até não ter mais lado no sofá, ele se aproximou até ficar bem perto para me beijar, mas ele não fez e talvez se tivesse feito eu tivesse me entregado ali mesmo, apesar de que não... Não teria, eu era forte pra resistir mais um tempo, um longo tempo se fosse necessário, seus olhos lindos não iriam me hipnotizar facilmente. No dia seguinte logo quando acordei eu peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem "oi garota do cabelo vermelho, bom dia" fiz tudo primeiro, tomei banho, escovei os dentes, tomei café ai então eu respondi "bom dia" passamos uma boa tarde trocamos SMS, descobri que ele ia se mudar para o colégio que eu estudava dali uma semana eu fiquei excitada confesso, queria que ele fosse pra minha sala e me senti mal por pensar que ele poderia gostar de outra menina, mas afastei esses pensamentos, não queria estar gostando dele quer dizer não tão cedo assim, eu já tive experiências com garotos e bem, digamos que eles sempre escolhem as mais populares e bonitas e eu não era nenhuma das duas, se não era a mais bonita menos ainda a mais popular. Quando começou a escurecer ele falou que iria sair mais cedo do serviço e perguntou se eu não queria sair dar umas voltas, eu não pensei duas vezes antes de aceitar, comecei a me arrumar, quando me dei conta estava procurando a melhor roupa que eu tinha eu pensei tipo "que merda eu to fazendo e só uma volta" então coloquei minha calça preta básica e minha camisa do ozzy osbourne, eu sempre soube que ele era apaixonado por mim, apenas o problema e que ele não me conhecia, também coloquei um all star cano longo preto, ele chegou em minha casa por volta das seis da tarde e estava usando uma calça preta, uma camisa preta que dizia "permaneça calmo e dentro do círculo de sal" um tênis all star preto "ow muito conveniente" eu pensei.
-então senhorita onde vamos?
-foi eu que fiz o convite?
-tem razão vamos ao teatro soube que tem uma peça sobre Pedro Álvares Cabral muito boa.
-sorveteria - você intende não? Ninguém merece teatro não!
-bem eu troco a sorveteria por cinema.
-então por que pediu que eu escolhesse?
-sorveteria - ele disse convencido de que não ia me fazer ir no cinema
-para o bem de todos, nós podemos comer sorvete no cinema.
-okay. Você paga a sua e eu pago a minha? - ele disse debochando.
-bem comigo não tem esse negócio de "ai deixe minha carteira em casa" você convidou você que pague as duas.
-olha se sua grosseria não fosse tão agradável eu diria que esse seria o pior encontro da história da minha vida.
-então você já teve vários encontros.
-olha na maioria das vezes nunca e no ônibus com meu violão sendo xingado por uma menina linda do cabelo vermelho e olhos azuis, mas já tive muitos encontros sim.
-quantos?
-contando agora.
-olha eu diria que ainda não e um encontro mas para aumentar seu ego, sim contando com esse.
-hummm - ele pensou longamente - dois, se e que quando eu vim com minha mãe conta.
Nós compramos ingressos para ver "somos tão jovens" e quando estava no meio do filme ele murmurou em meu ouvido.
-gostando?
-ãh-hã e você?
-sim, mas prefiro fazer isso do que ver o filme.
Ele me puxou e bem, foi um longo e bom beijo.