Quando aprendo amar

Nada como tres meses para piorar as coisas

Bem eu diria que foram os três melhores meses da minha vida, depois de uma longa e desagradável conversa com Andriel antes de viajar ele me disse que depois da minha ele teria uma surpresa para mim, eu não fazia idéia do que era mas eu não fiquei ansiosa nem estava com cabeça para aquilo na verdade, mas bem voltando aos tempos modernos, eu viajei com meu pai primeiro para Argentina, Canada, Inglaterra, Paris, Milão e finalizamos em Veneza, mas eu percebi que durante esses três meses meu pai tentava esconder sua preocupação de mim e eu confesso que isso me deixava com raiva por que ao invés disso eu queria que ele falasse comigo, tipo eu queria saber se ele sentia muita dor ou se ele estava com medo, qualquer coisa e quando nós chegamos em casa foi que eu confirmei o que já era de se esperar, a viagem tinha de alguma forma acelerado o câncer e agora ele estava pior, assim que chegamos ele tomou um banho e foi deitar.
-querida eu vou me deitar, essa viagem me esgotou vou tomar um remédio para dor e outro para dormir ok...
-"uhum" ok pai, qualquer coisa estou aqui em baixo.
Eu pensei em chamar Andriel para não me sentir tão sozinha, mas desisti se houvesse uma complicação com meu pai a ultima coisa que eu queria era que ele visse meu desespero.
Eu passei quase a noite toda arrumando as tralhas como meu pai chamou que eu comprei nas viagens, e sim eu passei quase a noite toda por que eram muitas tralhas, quando amanheceu lá pelas seis horas eu fui dormir, bem pensando agora foi a noite toda, acordei eram mais ou menos uma e meia meu pai não estava na cozinha ou na sala nem mesmo nos banheiros, então fui verificar no seu quarto "ufa ele ainda está dormindo" eu pensei.
-acorda bela adormecida, já são uma e meia.
Quando encostei no seu corpo ele estava inteiro gelado, eu levei um choque de uns quarenta mil watts, lágrimas saiam dos meus olhos ignorando meu esforço para manter elas ali quietas, naquele momento eu sabia que tinha perdido ele.
-pa... Pa... Paiiiii!!!!
Foi o grito mais alto e mais dolorido que eu dei, naquele momento pareceu que alguém pegou meu coração perfurou quarenta e cinco milhões de vezes com uma espada de bronze e colocou de volta, a dor era pior do que tudo que eu senti antes, eu liguei para o médico, e ele veio direto e em menos de vinte minutos estava em minha casa.
-a quanto ele está assim?
-eu não sei, ele foi se deitar ontem e hoje amanheceu assim.
Eu realmente não queria falar a palavra morto, meu celular tocou e era Andriel.
-oi amor tudo bem? Como foi de viagem?
A voz dele foi muito confortante.
-vem aqui em casa amor, por favor agora.
-por que ?
-meu pai está morto.
-já estou saindo beijo amor.
-bem eu diria que você deve comunicar algum parente que possa te ajudar com a preparação de tudo.
Disse o doutor.
-sim, farei isso muito obrigado doutor.
Então eu peguei meu celular e liguei para a ultima pessoa que eu queria ligar.
-oi Liliana.
-oi filha tudo bem?
-não, meu pai morreu hoje de manhã a única pessoa que pode me ajudar agora e você.
-meus sentimentos filha, mas você quer ajuda com o que?
-como com o que? Eu não vou deixar o corpo dele na cama pra sempre.
-claro, claro eu estou ai no máximo até amanhã de manhã filha.
Então a campainha tocou.
-bem agora eu vou ter que desligar tchau até amanhã.
-tchau te amo.
Eu fui até a porta e por Poseidon Andriel era demais, ele chegou com flores e chocolate e uma carta de consolo grande.
-para você amor, eu sei que não e a melhor para comer chocolate, mas eu achei que podia ajudar.
-muito obrigada meu amor, eu te amo muito.
-eu também te amo princesa, mas o que faremos agora?
-eu não sei, ligar para o IML acho.
-tudo bem, eu pego a lista telefônica.
Eu contei o que havia acontecido, eles levaram o corpo dele.
No dia seguinte eu e Andriel fomos bem cedo buscar Liliana no aeroporto, demorou uns vinte minutos até encontrarmos ela.
-oi filha.
-oi Liliana.
-como você está?
-pior do que alguém que perdeu o pai na noite passada.
-ei Jhenyfer pode contar comigo ta? Eu sei que eu tomei algumas atitudes erradas com você, mas agora eu estou aqui.
-ok, mas vamos preparar um funeral digno dele não temos muito tempo pra desculpas agora.