CAPÍTULO 38

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Quando sábado chegou, resolvemos ir todos para a casa da Jessi. Lá era maior e nos arrumaríamos para a festa. A cidade estava linda, cheia de luzes nos postes e de turistas. Aquela era a melhor época do ano. A primavera deixava a orla cheia de flores, fazendo com que o mar se destacasse ainda mais. Acho que era a minha estação do ano preferida, até mesmo porque indicava que estava chegando o meu aniversário.

Como a festa era na praia, resolvi ir com uma saia jeans, regata e rasteirinha. Lógico que não poderia faltar o biquíni, já que era tradição dar um mergulho à meia noite. Eu senti falta disso nos últimos dois anos afastada.

— Vamos, meninas! — Joca gritou para nós.

Eu já estava pronta, mas as outras duas estavam terminando. Elas estavam bem mais arrumadas, mas eu nem me importava tanto com isso. Eu nunca gostei muito de me "emperequetar" igual elas. Era mais o estilo "beleza natural".

Depois de uns minutos descemos as escadas e encontramos os quatro sentados no sofá: PH, Joca, Fabin e Samuca. As meninas foram até seus namorados e eu fui até os outros dois, éramos o trio que estava sobrando, mas isso pareceu não incomodar nenhum dos dois.

Andei com o braço dado com os dois, enquanto eles conversavam sobre algum assunto que eu não entendia, juntamente com o Joca. Eu e Jessi apenas reviramos os olhos praticamente a cada minuto. Por sorte o caminho não era longo e logo chegamos. Os meninos fecharam uma roda entre eles e eu fiquei com as meninas. Agora chegou o momento da diversão.

A música era um axé, o que nos fazia mover o corpo no ritmo da melodia. Eu amava aqueles momentos. Me assustei quando os meninos se aproximaram, nos entregando um copo com alguma bebida. A minha tinha morangos e eu dei um longo gole, me arrependendo em seguida.

— Isso é álcool puro, PH. — Disse próxima a ele, com uma careta enquanto devolvia o copo para ele, que riu.

— Eu pedi pra fazer leve, mas o cara deve ter achado que era pra mim. — Ele riu e me entregou sua cerveja — Toma. Depois eu pego outra sem álcool.

— Vai beber isso? — Eu o fitei e ele deu de ombros.

— Por que não?

— Vai ficar bêbado rapidinho...

PH revirou os olhos e se afastou, voltando para a roda com os meninos. Eu me virei e continuei dançando com as meninas. À medida que o álcool entrava no meu organismo eu fui sentindo o corpo mais leve e dançava mais. Os meninos estavam numa roda próxima à nossa e isso era o suficiente para afastar os caras, mas cada vez tinham mais meninas ao redor deles.

Jessi e Bia se aproximaram dos namorados, então algumas meninas se afastaram, mas PH e Samuca continuavam a ser assediados. Eles estavam conversando, cada um com uma garota. Como a música estava alta, eles estavam mais perto do que o normal. Eu me aproximei deles, puxando-os de leve pela camisa. Eles viraram o olhar para mim, ainda confusos.

— Tudo bem, Leti? — Samuca foi o primeiro a falar.

— Vamos comigo comprar bebida... — Eu falei os encarando.

Eles se entreolharam, talvez tentando conversar por pensamento. Ou simplesmente implorando para o outro ir. Eles claramente não queriam sair dali.

— Tanto faz, vou sozinha! — Bufei.

Nem esperei a resposta e me afastei, indo em direção ao asfalto. Sério que eu seria trocada por uma menina qualquer? Realmente o homem não pensava com a cabeça certa. Fui em direção ao bar e, por algum milagre divino, não fui abordada por ninguém. Aquilo até abalaria a minha auto estima, se não fosse a cara emburrada que eu estava, o que provavelmente afastou todos.

A vingança é plena ▪ Cameron DallasOnde histórias criam vida. Descubra agora