Sim, eu estava.
— Não! — Respondi sem desviar meu olhar da lasanha.
— Fingindo que eu acredito, onde estava? — Ele disse rindo e eu me virei para encará-lo.
PH estava com o rosto amassado e sem camisa, o que indicava estar dormindo. Seu cabelo estava bagunçado, mas nada que o deixasse feio. Droga, não deveria ter olhado.
— A semana foi corrida, quase não tive tempo. Essa também está agitada. — Desviei novamente o olhar, pegando a lasanha na mão — Inclusive, eu vou voltar para o quarto. Preciso estudar.
Não esperei sua resposta e saí correndo para o quarto com a lasanha. Ela estava quente, mas eu não pararia. Joguei em cima da escrivaninha e observei alguns segundos antes de me tocar que havia esquecido os talheres. Droga! Esperaria PH voltar para o quarto para ir atrás deles. Isso era normal.
Passaram quase cinco minutos e nada dele entrar, o que me fez ter certeza que ele não o faria. Eu teria que voltar para lá. Meu objetivo era pegar os talheres e correr novamente para o quarto. Nada demais. Fui interrompida dos meus pensamentos ao ouvir batidas na porta e eu sabia quem era. Fui até a mesma e abri, me surpreendendo com o que ele tinha em mãos.
— Obrigada. — Disse pegando os talheres — Estava indo pegar agora. Estou com a cabeça longe...
PH apenas concordou com a cabeça.
— Podemos conversar rápido? — Ele manteve seu olhar em mim — Não vou tomar muito seu tempo não...
— Pode falar... — Disse me afastando do mesmo em direção ao meu prato.
PH entrou no quarto e se sentou na cama, o que me fez desviar o olhar para o meu prato. Eu estava focada com a visão ali, pelo menos seria mais fácil. Eu não sabia bem lidar com nada disso, agora eu tinha certeza.
— Se for mais fácil pra você, a gente finge que aquele sábado não existiu... — Ele disse e eu sabia que estava me fitando, então eu me virei para ele — Eu só não quero que atrapalhe a nossa amizade. Eu não vou mais avançar o sinal com você e a gente fica bem.
Ele sorriu de lado e eu me senti mal, até mesmo porque fui eu quem avançou. PH não fez nada, muito pelo contrário. Ele que impediu de acontecer algo mais. Eu concordei com a cabeça e abri um sorriso fraco.
— Eu realmente estou ocupada... — Disse tentando soar convincente — Não queria te manter afastado.
Menti e aquilo saiu queimando. Ele pareceu acreditar, o que me deixou um pouco mais aliviada.
— Tudo bem então... — Ele disse com um sorriso — No final de semana a gente arruma algo para fazer.
— Eu vou ficar na capital esse também! — Disse rapidamente.
Ele pareceu pensar um pouco, mas deu de ombros.
— Que coincidência, eu também! — Ele disse rindo — Acabei de me lembrar que eu tenho compromisso com a minha melhor amiga, que por um acaso é você!
Aquilo me pegou despreparada e doeu, mas ainda não sabia porque. Eu não tinha mais desculpas, mas não queria ficar sozinha com ele aqui.
— Tudo bem... — Sorri sem graça e ele concordou com a cabeça.
— Agora pode continuar estudando, vou ver um filme. — Ele se levantou da cama e riu — Se precisar de ajuda, estou no quarto ao lado...
Era a minha vez de concordar e ele se afastou, me deixando com meus pensamentos. Por que a minha vida era tão complicada?
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A vingança é plena ▪ Cameron Dallas
Fiksi PenggemarLetícia era uma menina doce e tímida, até seus 16 anos, quando começou a se envolver com Paulo Henrique ou PH, o irmão da sua melhor amiga, Jéssica. Ele sempre foi o seu amor desde os 8 anos de idade, quando eles se mudaram para a casa em frente à s...