Mudanças

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A semana se passou e não tive nem sinal de Lare, meus amigos disseram que a viam pelos corredores, mas ela apenas olhava de relance para eles. Meu trabalho com a Hayle estava terminado, e não foi nada legal. Ela simplesmente chegou em casa e só quis fazer o trabalho, não quis conversar, nem jogar, nem comer nada. Fez o trabalho e foi embora "A gente se vê na escola!" Ela disse, e foi isso.
Bom, hoje é sábado, estou indo ver o Matheus a Fani e a Aline. A verdade é que eu não queria ir, estava com preguiça e queria dormir o dia todo,  mas Matheus disse que era importante.
Cheguei até um parque, era bonito, caminhei um pouco e logo à frente frente avistei Fani e Aline. Me apressei para chegar até elas quando foi interrompida por alguém.
"Ei com licença, moça." me virei e vi um menino com mais ou menos a minha idade, com olhos e cabelos castanhos. "Pode me informar onde fica esse endereço?" Ele me entregou um papel, e antes que eu pudesse olhar ele continuou "Eu vim morar com o meu pai." ele apontou para um canto onde havia algumas malas. Então eu finalmente olhei o papel. 'Rua Albert Einstein número 122'
"É do lado da minha casa." Disse e sorri para ele "Bom você sobe duas quadras vira para a direita vai reto mais uma e chega lá."
"Obrigado. Bom, se vamos ser vizinhos... prazer sou o Kadu."
"Megan." disse, ele sorriu e continuou andando, então me virei e fui até Fani e Aline e vi que Matheus já estava lá.
" Aleluia Megan!" Matheus estava em pé com cara de choro, o que me preocupou e, segundo o que via no rosto das meninas, as preocupava também.
"Gente eu só chamei vocês aqui a essa hora por que a coisa é seria..." ele começou a chorar. " ontem meu pai chegou em casa e disse para fazermos as malas." Nós o encaramos assustadas. Não estávamos entendendo nada. "A empresa que ele trabalha está transferido ele. Vamos nos mudar hoje para os Estados Unidos. Ele disse para fazermos malas pequenas com apenas o necessário, a empresa vai contratar algumas pessoas para empacotar o resto das coisas e nos mandar depois. "
"Hoje??" Perguntamos todos juntos.
"É... o chefe do meu pai disse que tinha que ser o mais rápido possível e ele conseguiu passagens para hoje, disse que seria ótimo se ele assumisse o posto amanhã."
"Então temos que aproveitar o resto do dia." disse Fani com os olhos cheios de lágrimas.
"Bem não dá... eu nem comecei a fazer as malas."
Depois de um tempo nos abraçamos e fomos embora, eu nem acredito que ele está indo. Porque justo o Matheus? Foi ele quem me ajudou e que esteve do meu lado quando Aline se juntou a Lare. Por que o mundo é tão injusto? Porque não a Lare ou o Roberto que estava indo embora? Mas não tem que ser o Matheus.
Quando finalmente me toquei já estava na porta de casa. Girei a maçaneta e entrei, subi para o quarto e vocês já sabem o que aconteceu.

Era domingo o Matheus já havia ido para os Estados Unidos, não sei se ele já chegou lá. O número de Aline deu na caixa postal e Fani não estava disponível, então decidi dar uma volta. Levantei e fui caminhando até a porta, sai de casa e continuei andando pela rua até ouvir alguém me chamar.
" Hey! Megan !" A pessoa veio correndo até mim "você lembra de mim né ?" era o Kadu.
"Bom dia para você também Kadu" disse rindo.
"Bom dia... e... belo pijama." ele disse rindo. Olhei para baixo, eu ainda estava de pijama. Era o meu pijama de manga cumprido escrito I ❤️ pizza. Eu esqueci completamente de me trocar. Sorri meio constrangida e me voltei para o caminho da minha casa. Acho que depois disso eu nunca mais ia sair na rua.

"Meg, eu sei que não somos amigos, mas você é a única pessoa que eu conheço aqui, então, quer dar uma volta mais tarde?" Ele perguntou, meio envergonhado e, pela primeira vez eu não era a pessoa sem amigos na situação. E obviamente aceitei, sei o quão ruim é ficar sozinho. "Legal, passo na sua casa depois do almoço." Ele sorriu e enquanto eu voltava para minha casa ouvi a porta da casa dele se fechar.

Corri para o meu quarto para tirar meu pijama e tentar esquecer o vexame que eu passei de manhã. O dia estava frio então coloquei uma calça de moletom cinza e uma blusa de mangas compridas preta. Peguei meu all star mais surrado, que um dia foi preto e já tinha até um furo, e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo. 

Pelo sorriso de um fantasma -- A Garota Suicida [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora